Noite no fliperama

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 PAUL P.O.V.

Eu havia acordado com a cabeça explodindo tanto de dor, que parecia já estar inchada como um balão. Minhas pálpebras pesavam em torno de uma tonelada cada uma e com certeza as olheiras deviam estar bem aparentes. Levantei de minha cama com dificuldade e desci para o andar de baixo, vendo meu pai na cozinha, lendo seu jornal matinal enquanto tomava um café.

- Bom dia, filho! Acordou cedo, hein! Esqueceu que hoje é sábado? - Ele perguntou assim que me viu e eu balancei a cebeca negativamente.

- Estou com muita dor de cabeça, pai. - Falo fazendo uma careta.

- Tem sentido muito dor de cabeça ultimamente... Não acha bom marcarmos uma consulta com o médico para você falar disso? - Ele diz parecendo preocupado.

Se ele soubesse que essa dor de cabeça não tem nada haver com minha saúde mas sim com um certo ruivo babaca...

- Não, eu não acho necessário, acredito que é por eu andar meio estressado nessas últimas semanas. - Explico e ele tira seus óculos de leitura.

- Gostaria de falar sobre isso comigo, Paul?

- Não é nada demais, não precisa se preocupar, ok? - Respondo tentando tranquilizá-lo e ele dá de ombros, voltando a ler.

- Tome uma remédio para essa dor, está na segunda gaveta embaixo da pia do banheiro aqui de baixo. - Ele diz sem desgrudar os olhos do jornal e eu assinto, indo até lá e pegando um comprimido e voltando para a cozinha - Paul... Tenho algo que preciso lhe contar - Meu pai fala enquanto eu tomava o remédio acompanhado de um copo de água.

- Aconteceu alguma coisa? - Pergunto preocupado e ele dá um sorrisinho de canto.

- Uma coisa boa.

- Já está me deixando curioso, pai! - Comento e e ele ri.

Antes que ele pudesse falar algo, ouvimos a campainha toca e eu percebo que seu sorriso aumentou ainda mais, me deixando confuso e sem entender o que estava acontecendo. Vou até a porta e a abro, ficando de olhos arregalados e boquiaberto ao vê-lo parado na minha frente, segurando algumas malas nas mãos e sorrindo largamente para mim.

- Macca! - Ele quase grita em animação e deixa suas malas no chão e praticamente pulando em cima de mim, me abraçando apertado.

- Denny? - Eu disse ainda incrédulo por ele estar aqui.

Retribuo o abraço, e logo sorrio feliz em tê-lo novamente por perto. Me separei dele e logo o ajudei com as malas, e ele entrou em casa. Olhei desconfiado para o meu pai, que estava agora de braços cruzados na porta da cozinha, apenas observando tudo.

- Eu ia avisar! - Meu pai fala e eu reviro os olhos, rindo e voltando a encarar meu amigo.

- Nossa, cara, eu estava morrendo de saudades! - Digo e fazemos nosso cumprimento de mãos.

- Eu também. - Ele diz sorridente, me encarando fixamente.

- Confesso que ainda estou muito surpreso com isso, nunca iria imaginar em te ver aqui por agora.

- Era para ser uma surpresa mesmo. Foi o seu pai quem deu a ideia de eu vir lhe fazer uma visita, e como já terminei meu ensino médio e ainda vou começar a preparar as coisas para fazer uma faculdade... Cá estou eu! - Den explica, abrindo os braços.

Ele era um ano mais velho que eu, por isso já havia termindo os estudos há algum tempo.

- Foi uma ótima ideia. Agora vamos subir. - Digo ainda com algumas malas dele e ele assenti, subindo logo atrás de mim.

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