Dia marcante

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JOHN P.O.V.

- Te telefono mais tarde? - Pergunto entre o beijo e Paul sorri levemente.

- Acho melhor você passar no meu quarto - Ele respondeu, afastando um pouco o seu rosto.

Estávamos encostados em minha moto, que de encontrava parada em frente ás nossas casas. Sorrio, assentindo e o puxando para mais um beijo naquele dia. Eu me sentia o cara mais feliz do mundo. Nunca achei que pudesse ser tão maravilhoso. Depois que me declarei para o Paul em frente à todos no refeitório, continuamos com as aulas normalmente e por incrível que pareça, não houve nenhuma discriminação pesada, apenas olhares surpesos, cochichos e até mesmo, sorrisos de pessoas que nunca tinha falado em minha vida. Aquilo me aliviou demais pois achei que as coisas iriam piorar, mas até então elas estavam normais. Quamdo finalmente paramos de trocar carícias e saímos do carro, eu fui para minha casa. Meus pais estavam na sala e eu me surpreendi. Eles provavelmente deveriam estar na agência de turismo à essa hora. Chequei o relógio em meu pulso só para ter certeza das horas e vinhamos que ainda era meio-dia. Franzi o cenho e fechei a porta, atraindo seus olhares em minha direção. Meu pai rapidamente se levantou e mesmo sem eu entender o motivo, andei em direção ás escadas.

- John? - Pude ouvir a voz do meu pai e parei no caminho, me virando para ele - Poderia se sentir, por favor? Temos que conversar.

- Se for sobre aquele assunto, é melhor nem perder o seu...

- John! Apenas me escute, tudo bem? - Ele pediu um pouco autoritário e eu bufei, apenas indo até o sofá e me jogando ali.

- Sou todo ouvidos. - Falo sem ânimo e ele suspira.

- Eu não sei exatamente por onde começar - Ele diz ainda em pé na minha frente, passando a mão pelo rosto e me encarando - mas, acho que seria mais sensato começar por um pedido de desculpas.

Eu o encarei confuso e ao mesmo tempo, surpreso. Em seguida olhei para minha mão que estava sentada ao meu lado e ela deu um leve sorriso de canto.

- Do que está falando? - Perguntei ainda sem acreditar.

- De tudo. Eu sei que não fui o melhor pai em todos esses anos. Sei que sempre fui ausente assim com sua mãe. Sei que você precisou muito da gente, mas nós não estávamos aqui.

Eu sei, nós sabemos que fizemos tudo errado. Pensávamos que estávamos fazendo o certo, que estávamos apenas tentando dar à você o melhor que conseguíamos, mas isso apenas criou barreiras entre nós... E quando parei para refletir sobre isso, eu decidi que quero derrubá-las. Quero minha família novamente.

Eu simplesmente não conseguia dizer nada. Acho que foram tantos anos frustrantes esperando ouvir essas palavras, que quamdo finalmente foram ditas, eu nem conseguia abrir a boca. Meu pai ficou esperando algo de mim, mas eu apenas permaneci estático no sofá, o encarando o deixando o silêncio preencher a sala.

- Tudo bem, entendi, você está em choque - Ele comentou - não precisa dizer nada agora. Eu só queria que soubesse que eu e sua mãe nos demitimos da agência. Nós vamos nos dedicar mais à você, nunca é tarde para isso, certo? E... Você é meu filho, John. Eu amo você, e você tinha razão. Eu deveria apoiá-lo mais. É por isso que apoio você a ficad com quem realmente ama e que te faz feliz.

- Eu... - Tento falar algo, mas não veio nada em mente. Eu estava mesmo em choque. Não acheu que meu pai fosse tomar essa atitude tão cedo, até mesmo cheguei a pensar que ele nunca mudaria. Agora ele estava aqui, me apoiando, dizendo que se dedicaria à família e que me apoiaria com o Paul. Ele realmente me aceitou, aceitou ter um filho gay. Suspirei, tentando sair do transe e pensei que estava na hora de dizer alguma coisa - eu fico feliz que tenha acordado para a vida, pai. Muito obrigado.

Ele sorrio e veio me abraçar, juntamente de minha mãe.

Talvez as coisas finalmente estejam entrando nos eixos em minha vida...

                    PETE P.O.V.

- Peter, eu já disse que é melhor eu ir para minha casa, você precisa de privacidade para conversar sobre isso com sua mãe e...

- Não seja idiota, minha mãe te adora e tenho certeza que ela ficará feliz por nós - Digo fazendo Stuart balançar a perna freneticamente em nervosismo. Eu estava parado em frente à minha casa. Pretendia contar para minha mãe sobre nosso relacionamento e para isso, queria que Stu estivesse junto, mas o mesmo ficava muito inseguro com isso - afinal, tenho certeza que ela já desconfia sobre nós dois há um bom tempo.

- Eu não sei...

- Vamos logo, baby, antes que meu pai chegue - Digo e tiro a chave do carro, saindo dele em seguida.

Papai virá para casa hoje mais tarde e bem, uma hora ele teria que saber sobre nós, mas primeiro decidi que falaria com minha mãe, ela estaria certamente ao meu lado caso ele desse algum ataque ou algo do tipo. 
Depois de algum tempo, Stuart também desceu do carro, me fazendo me sentir vitorioso e dar um beijo em sua bochecha, o fazendo revirar os olhos.
Quando entramos, fomos direto para a cozinha. Mamãe estava tomando uma xícara de chá. Assim que ela nos viu, sorrio e deixou o recipiente em cima da mesa, vindo nos cumprimentar normalmente e então começamos a conversar sobre várias coisas aleatórias, até o momento que me lembrei que tínhamos um objetivo por termos vindo aqui.

- Então, mãe... Eu trouxe o Stuart aqui hoje, porque queríamos contar uma coisa muito importante - Começo dizendo, sentindo um certo frio na barriga.

Sei que não havia motivo para ficar nervoso com minha mãe, mas de qualquer forma, eu estava.

- Pode falar, querido - Ela diz tranquilamente.

- Eu não vou enrolar, a senhora sabe que eu odeio papo furado, então... - Digo e respiro fundo para prosseguir - Eu e o Stuart estamos namorando, e eu espero que a senhora esteja de acordo com isso. - Falo de uma vez.

Ela ficou em silêncio, sem demonstrar nenhuma reação, fazendo com que nós dois ficássemos tensos e entrelaçassemos as nossas mãos com força.

- Bom, eu já estava esperando o momento em que você finalmente me contaria isso - Ela responde - eu sou sua mãe, sei quando está apaixonado. Você não é nenhum pouco discreto e desde a vinda de Stuart você mudou. Fora os olhares e os toques que os faziam parecer mais que bons amigos.

- Então tudo para a senhora? - Stu pergunta ainda incrédulo e ela sorri, segurando nossas mãos unidas.

- É óbvio que sim, Stuart, eu já te considero da família - Minha mãe responde e eu sorrio largamente, assim como ele.

- Eu não te disse que ela já desconfiava? - Perguntei e ele me manda calar a boca, me fazendo rir e roubar um selinho seu.

Com toda certeza hoje é um dos melhores e mais marcantes do ano. Primeiro foi a vez do Lennon finalmente se declarar para o McCartney e assumi-lo em público. Agora eu também estou oficialmente namorando com o Stuart. Eu o amo tanto, e espero que ainda possa viver ao lado dele por muitos anos mais.

             

                   CONTINUA...

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