Invadindo seu quarto novamente

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JOHN P.O.V.

O sinal tocou na mesma hora. Fui novamente até o meu armário e pego os livros e materiais para minha próxima aula, que seria de artes. Em relação ao Paul... Bem, eu gostava de deixá-lo confuso e de provocá-lo. Ele ficava muito engraçado com aquela cara de espanto.

Chego na sala para a aula de artes e me sento no fundo, com a intenção de dormir um pouco naquele dia tão estressante. Em seguida, vejo Pete entrando na sala e vindo na minha direção... Eu tinha esquecido que tinhamos essa aula juntos.

- E aí, John. - Ele diz e se senta na cadeira do meu lado.

- Oi. - Respondo baixo e desanimado.

- O que está acontecendo, hein cara? Por que não se sentou com a gente hoje? Você brigou com o George, não é?

- Sentem-se todos por favor, não quero ninguém de conversa na minha aula.

A professora de artes chega na sala para "salvar a Pátria". Bom, pelo menos para mim.

[...]

- COMO ASSIM VOCÊ NÃO VAI FICAR PARA O TREINO DE HOJE, LENNON? O JOGO SERÁ NA SEMANA QUE VEM! - O treinador berrou tão alto que cheguei a achar que iria perder a audição.

Enquanto isso, todos os outros jogadores e pessoas que estavam no gramado do campo de futebol, olhavam assustados para aquela cena.

- Eu já te disse, treinador, eu não estou bem, nao tenho nenhuma condição de treinar hoje... - Falo e ele revira os olhos.

- MAS HOJE É O ÚLTIMO DIA DE TREINO! - Ele grita furioso e gesticulando muito.

- Será que o senhor poderia parar de gritar no meu ouvido? Estou bem em sua frente e tenho consciência de que hoje é o treino final... Mas tente entender, eu estou muito mal. - Digo tentando manter a calma e também me justificar.

Ele me fuzila com o olhar e eu me viro, pegando minha mochila e colocando apenas uma das alças sobre meu ombro, enquanto caminho para fora do campo.

- JOHN, ESPERA AÍ!

Ouço a voz de George e acelero o passo. Não estou nenhum pouco afim de falar com esse magrelo mentiroso. Porra, será que hoje não vou ter um minuto de paz mesmo?

- Ei! - Ele diz ao colocar a mão sobre meu ombro - Calma aí, cara.

- O que você quer? - Pergunto me virando - Achei que tinha deixado bem claro que não queria mais ver sua cara tão cedo. - Digo sério e ele suspira.

- Qual é, John? Vai perder o último treino antes do jogo só por minha causa? - George pergunta colocando as mãos no bolsos de seu casaco.

- Acho que o motivo da minha ausência no treino não é da sua conta, não é mesmo, "amigo"? - Pergunto fazendo aspas com os dedos na última palavra.

- Para com isso, eu já cansei de te dizer que nunca falei mal de você. O Richard só disse aquilo porque estava com raiva de mim e quis nos jogar um contra o outro, entende? Eu nunca falaria nada de ruim e ofensivo sobre você, John. Apesar desse seu jeitão meio frio e durão, eu realmente gosto de você e te considero como um irmão. - Ele fala e se aproxima de mim, tentando me tocar mas eu me afasto.

- Se me considera seu irmão, por que não me contou que era gay? - Pergunto arqueando as sombrancelhas e cruzando meus braços.

- Eu não sou gay, Johnny! - Ele diz e eu gargalho alto.

- Ah não? Hum, não sabia que afofar o brioco por aí era coisa de hétero... - Comento ironizando e ele revira os olhos.

- Aquilo foi apenas uma... Uma experiência,  tá ok? Eu não sou gay!

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