Capítulo 23

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O beijo lento, carinhoso, foi ganhando mais velocidade e fervor. Alexandre a segurou pela nuca, extinguindo o espaço entre eles, grudando os corpos. As bocas se moviam em sintonia como se sempre tivessem feito aquilo. Sentiu a mão dele parar em sua cintura, apertando-a junto do tecido, o que o levantava. Tocou-o no abdômen sob a camiseta, explorando com os dedos cada músculo, cada centímetro de pele firme e quente.

Quando pararam de se beijar, respiravam fundo como se tivessem praticado algum exercício físico. Olharam-se e sorriram. Encostaram as testas com a respiração ainda em ritmo acelerado. De uma coisa Aline tinha certeza: não queria que acabasse.

Percorreu os braços dele com as mãos até chegar ao pescoço e rosto. Acariciou-o nos cabelos e ali afundou os dedos para beijá-lo novamente. Dessa vez, sequer controlou todo o desejo que a dominava, só queria que tudo saísse, pois a queimava por dentro. Agarrou-se a ele de uma forma que nunca imaginou fazer, e Alexandre retribuiu na mesma intensidade, beijando-a com vontade ora na boca, ora no pescoço.

Os pudores começaram a ser deixados de lado, já que o interesse de explorar o corpo um do outro era maior e crescia a cada segundo. Tocaram-se, lamberam-se, morderam-se e continuaram se beijando não só na boca, mas em todas as partes que os lábios alcançavam, dando vasão à tensão que sempre os rondou quando estavam juntos. Em certo momento, as roupas se tornaram empecilhos, pois atrapalhavam as carícias.

Aline puxou Alexandre pela gola da camiseta como quem quer arrancá-la, mas só conseguiu amassar o tecido. Ele fazia o mesmo na roupa dela, puxando pela lateral da cintura, prendendo com força entre a mão. O som frustrado que saiu da boca dele ao soltar o tecido da roupa de Aline foi o mesmo que ela produziu quando interromperam o beijo para se encararem.

— Você não tem ideia do quanto te quero... — a voz dele saiu baixa e rouca.

Ela o segurou pelo cós da calça e percorreu a região devagar, alisando, fazendo carinho.

— Se for da mesma forma que eu te quero, então deve estar insuportável.

Pressionou-a contra a parede e encostou os lábios na orelha dela.

— Está.

Voltaram-se a se agarrar e teriam se desfeito das roupas se não tivessem ouvido passos. Afastaram-se e se viraram ao mesmo tempo para ver Denis ali parado com os braços cruzados.

— O papai está procurando você — ele falou devagar, analisando a cena enquanto Aline se recompunha, alisando as roupas com as mãos, e se aproximava dele.

— Então vamos — pegou o irmão pelo ombro, mas ele sequer se moveu, continuava olhando para Alexandre.

Quando Denis apontou o dedo para ele, não imaginou que pudesse dizer aquilo.

— Não é porque você foi um bom soldado que poderá ficar beijando minha irmã assim.

Alexandre arqueou as sobrancelhas, tão surpreso quanto Aline.

— Denis! — repreendeu-o e o pegou pelos ombros, virando-o para o caminho que seguiriam. — Depois a gente conversa — disse para Alexandre enquanto se distanciava, levando Denis consigo. Ele só assentiu.

Andando rápido, arrastava o irmão numa mistura de vergonha e frustração por ele ter interrompido seu momento com Alexandre.

— Ei! — Denis reclamou, debatendo-se de forma exagerada. — Por que você está me apertando desse jeito? — parou, com isso ela o soltou.

— Porque você está muito enxerido para o meu gosto — estava mais séria do que o normal.

— Não gosto do Alexandre — fez bico. — Você deveria ficar com o Heitor.

País Corrompido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora