Capítulo 41

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Aline e Alexandre ficaram em completo silêncio por todo o caminho. Por mais que as imagens continuassem na mente deles, lutavam para esquecer, mesmo que soubessem que seriam assombrados por elas o resto da vida.

Não tocaram no assunto, não queriam; só desejavam esquecer o que tinham presenciado, apenas isso.

Alexandre permaneceu ao volante, e quando se aproximavam do laboratório, viram rebeldes saindo do meio da vegetação e correndo para o local de destino. Havia alguns veículos também entre as pessoas. Aline precisou aparecer na janela para mostrar que não eram militares por mais que estivessem em um caminhão do exército. Ao prestarem um pouco mais de atenção ao ambiente, ouviram o alarme soar.

— Droga, já fomos descobertos! — Alexandre exclamou.

Ela tensionou o maxilar e as mãos em volta das armas que carregava.

— Já que o plano de entrar silenciosamente se foi, só nos resta invadir de vez. É tarde demais para recuar — e, dizendo isso, pendurou um fuzil no ombro e manteve as armas prontas para o disparo.

Alexandre acelerou ainda mais. Junto do enorme grupo de rebeldes que se aproximava, passaram pelo portão aberto do laboratório. Logo que entraram, foram alvejados, e ambos se abaixaram dentro do caminhão. À frente deles, vinha um pelotão atirando sem piedade. Uma simples troca de olhares entre Alexandre e Aline foi o suficiente para se entenderem. Ele pisou ainda mais no acelerador em direção ao pelotão e, agarrado à mochila e às armas, pulou do veículo ainda em movimento. Aline fez o mesmo.

Ela rolou no chão de terra e se levantou rapidamente. O caminhão passou por cima de alguns, mas a maioria continuava correndo e atirando. Não esperou para revidar. Como havia alguns veículos por ali, tanto ela quanto Alexandre os usaram para se proteger dos tiros. Escorou-se atrás de uma roda e ele em outra. Mais uma troca de olhares e um menear de cabeça. Ambos se levantaram no mesmo instante e dispararam contra aqueles que os perseguiam. Vários foram derrubados antes de se agacharem novamente.

Aline estreitou os olhos para longe ao ver alguém se aproximando. Preparou-se para o pior, porém reconheceu Cristiane. Quando ela atirou para além do veículo que usavam para se proteger, Aline e Alexandre voltaram a disparar. Com o extermínio daqueles que vinham até eles, Cristiane chegou, esbaforida, e a pegou pelo pulso, indicando com a cabeça o caminho por onde tinha vindo. Enquanto corriam para lá, Aline indagou o que aconteceu.

— Fomos descobertos logo que entramos. Além disso, interceptamos uma comunicação militar — Cristiane dizia, sua voz era superior ao alarme. — Aviões estão sendo mandados para cá como reforço neste momento. Precisamos tomar o lugar antes disso, não temos tempo de nos esconder.

Concordou e tomou fôlego para questionar se não era arriscado correr daquele jeito em campo aberto com destino ao prédio no centro do terreno. Contudo, calou-se no instante em que reconheceu Catarina e Eric em uma torre próxima. As torres já tinham sido tomadas. No segundo seguinte, o alarme parou.

Uma olhada para trás lhe trouxe esperança, pois um imenso mar de gente invadia as dependências do laboratório. Com certeza estavam em maior número do que os militares. Será que eles esperavam por tantos rebeldes assim?

Ao se aproximarem do prédio, viu Heitor agachado ao lado de uma porta de metal com um tablet em mãos. O equipamento estava conectado à parede por meio de um fino cabo. Ao redor dele se encontravam as irmãs Villas Boas, Mônica e outros rebeldes com o mesmo dispositivo que Heitor. Sequer teve tempo de perguntar o que acontecia, visto que a porta se abriu. Sem esperar por uma ordem, todos entraram.

Um ambiente de paredes cinzas e chão da mesma cor preencheu a visão de todos. O laboratório em si possuía outro alarme, mas era um barulho já esperado pelos rebeldes. Havia um balcão vazio no salão principal da construção, similar a uma recepção de loja. Tanto para a direita quanto para a esquerda, estendiam-se corredores. Avistaram também um elevador.

País Corrompido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora