Jornada em grupo

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— A essa altura vocês já entenderam que não estão aqui para passar férias na praia. — Ainda que fosse o esperado, o comentário do professor Hizashi foi como um balde de água fria nas duas turmas ao mesmo tempo. Então ele apontou para uma ilha pequena, mais ou menos próxima, e prosseguiu. — A primeira tarefa de vocês é chegar lá.

— Pff, aquela ilhazinha? — Bakugou interveio, estalando os dedos das mãos. — Vai ser moleza.

— Não aquela ilha. — Present Mic apontou novamente para que todos prestassem atenção. — Aquela outra lá.

Seguindo a direção dada pelo professor, Izuku virou o rosto antes de engolir em seco. A única outra ilha que via estava tão longe que quase se confundia com o azul do céu.

— Mas não tem nenhum barco… — A voz de Kaminari soou desamparada.

— Se tivesse não seria um desafio! — Dessa vez quem respondeu foi Midnight. — vocês vão trabalhar em equipe e decidir o melhor jeito de chegar lá todos juntos e ao mesmo tempo. Enquanto isso, nós vamos ficar esperando. Não aconselho demorarem muito, pois na ilha não tem iluminação e vocês não vão querer se perder a noite no mar cheio de armadilhas que preparamos especialmente para hoje, não é? Não deixem ninguém para trás. Boa sorte.

Com essa despedida, os professores voltaram ao ônibus e simplesmente foram embora na direção do vilarejo. Inquietos, os alunos se entreolharam ao processarem a informação do que tinham acabado de ouvir. Izuku olhou para o céu, incapaz de não sentir a pressão da tarefa pedida. Tinham no máximo mais duas horas de sol.

Se reuniram em uma conversa para discutir o que fazer, que rapidamente se transformou em um falatório confuso.

— E se a Yaomomo fizer uns botes pequenos para umas dez pessoas de vez? — A voz de Kendo soou mais alta, quando as criações de Yaoyorozu eram o foco da discussão, e já havia sido constatado que ela não conseguiria fazer um barco grande para todos, devido à demanda de tempo e energia. — Talvez alguns de nós possam servir de motor. Por exemplo, o Bakugou e o Deku têm individualidades boas para isso.

— Mas o desafio consiste em chegar todos juntos. — Tokage ponderou. — Além do mais, não tenho certeza se é seguro se aventurar em pequenos botes com armadilhas lá fora...

Os alunos pareceram concordar com a última frase e um silêncio incômodo se seguiu.

Izuku olhou para o reflexo do pôr do sol no oceano. Haviam descido para o píer e a ilha já não mais era visível daquela altura. Se estivesse sozinho, chegar àquele lugar poderia ser consideravelmente fácil e isso também valia para alguns outros colegas como Kacchan e até mesmo Shoto. Pôs a mão no queixo ao lembrar de como seu namorado passou por cima de uma piscina com facilidade no primeiro ano, definitivamente ele poderia fazer o mesmo dessa vez, mas carregar 40 pessoas no processo seria praticamente impossível. Imaginou os colegas escorregando de um iceberg desgovernado no meio do oceano. Não era uma boa ideia, afinal. Mas definitivamente seria mais prudente irem por cima. Por cima… Talvez evitando a água completamente...

— Agora não é hora pra ficar falando sozinho, seu merda! — Kacchan, que estava ao seu lado, parecia bastante irritado com a demora, enquanto descontava no colega que já tinha começado a murmurar. Izuku podia perceber o quanto ele estava se esforçando para não largar todo mundo para trás e se explodir até a ilha.

— E se a gente fosse voando? — Izuku aproveitou o momento de atenção que a bronca aleatória o proporcionou. — Nós poderíamos nos amarrar em fila pela cintura com a fita do Sero-kun, depois a Uraraka-san faria todo mundo flutuar. Então alguns de nós como o Yuga-kun e o Kacchan impulsionariam a gente, da forma como a Kendo-san falou. O Tokoyami ajudaria a estabilizar... Se fossemos bem alto, daria para ver a ilha e talvez até evitássemos as armadilhas.

A história de nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora