capítulo 38

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Eu não perco tempo, encerro rapidamente da "reunião" com Dylan que obviamente não quis vender a sua parte da empresa. Não sei porque meu pai tem ele como sócio, o cara é um mala. Falando nisso, tem muito tempo que não vejo meu pai, e Jade também anda sumida, ela fez ameças contra a Mell mas sumiu de vez e tomara que permaneça assim. Meu pai nunca tomou as providencias que disse que tomaria se caso eu a demitisse, então quanto a isso, está tudo bem não tenho com o que me preocupar.

  Saio da empresa e vou com meu carro para o hotel onde Mell continua hospedada. Vejo de longe alguns seguranças do Harry, que bom que estão fazendo a segurança da minha garota. Eles me deixam passar sem nenhum atrito. 
  Subo para o seu andar, pedi para não ser anunciado, com certeza ela não me receberia.
   Toco a campainha. Ela abre com um sorriso, ainda falando com um de seus amigos enrolada na toalha. Ao virar para mim seu semblante muda, seu olhar escurece e o sorriso disse adeus.

  Respiro fundo.

   Ela faz força para fechar a porta mas eu a impeço.

— Por favor, preciso falar com você! - imploro.

— Você não quis me ouvir quando pode, e agora eu também não posso ouvir você! - Diz rude.

— Eu preciso...

   Ela me interrompe.

— Vai embora! Sai daqui. - Grita.

   Sua amiga Soph vem até a porta.

— O que você tá fazendo aqui? Veio bater mais na minha amiga? Ou veio fazer outro filho e matar depois. - Diz sarcástica.

— Deixa que eu resolvo, Soph. - Ela diz para a amiga.

— Tudo bem, qualquer coisa grita.

Mell assente e voltar a me olhar.

— Por favor, eu já estou cansada de lembrar do que você me fez, e toda vez que eu te vejo, tudo volta. Então por favor, me deixa em paz. - seus olhos marejam.

Ela tenta fechar a porta novamente.

— É sobre nosso filho, Mell. - Digo rápido antes que ela feche a porta.

Ela me olha atentamente e se cala, então eu continuo falando.

— É importante que você saiba disso, posso entrar? - pergunto esperançoso.

Ela pensa, e abre mais a porta.

Eu entro logo após, ela caminha pelo local e eu a sigo. Nathan e Soph me olham com cara de quem não tá entendendo nada. Ela apenas diz um "tudo bem" para eles. Percebo que estamos indo em direção ao seu quarto, onde ela entra e me dá passagem na porta para que eu faça o mesmo e fecha a porta.

— Eu não deveria escutar nenhuma palavra que sai da sua boca, mas eu quero saber sobre o meu filho. O que você sabe? - Ela diz atenta.

— Eu sei que errei muito com você...

Sou interrompido.

— Eu não quero saber das suas lamentações, apenas fale sobre meu filho.

— Tudo bem... Então, Mell, você se lembra que todas as vezes que transamos usamos camisinha? E a única vez que não, foi na casa de praia e eu gozei no box? - Refresco sua memória.

Aquele dia foi maravilhoso.

— Lembro.

— Pois pronto, não tem como eu ter engravidado você. Eu sei que você nunca me traiu, e sendo assim, eu fiquei pensando sobre a possibilidade de você nem sequer ter ficado grávida. Então procurei Dyllan, o mesmo me confessou que inventou essa história de bebê somente para aumentar a sua raiva de mim. 

— Eu não acredito nisso. - põe a mão na boca.

— Eu sabia que não acreditaria. Eu trouxe uma prova para você.

Tirei o gravador do bolso, e coloquei para Mell escutar Dyllan confessando.

Seus olhos marejam e ela senta na cama apertando mais a toalha em seu corpo.
Sento ao seu lado.

— Eu sofri tanto por causa desse bebê e agora ele nem sequer existiu.

— O Dyllan te quer muito, ele jogou sujo por você.

Toco em seu rosto, limpando suas lágrimas.

— Eu só queria te provar que não matei nosso filho.

— Idai? E se eu estivesse grávida? Ainda sim você teria matado e nada vai mudar isso. Você me agrediu por dias, mesmo eu implorando para você me escutar, você não fez o que eu estou fazendo agora. Eu estou te escutando, sabe porque? Porque eu sou muito diferente de você, eu dou as pessoas a oportunidade de se explicar, de apurar os fatos, de ver todos os lados da história. Eu fui tão enganada quanto você quando fui parar lá na casa do Harry, o Niall me levou, ele armou tudo. - faz uma pausa e continua. — Mas quer saber? Isso me serviu para ver quem você é de verdade, eu nunca ia querer dar um pai assassino e traficante para o meu filho, você não presta! Eu detesto você! Eu te odeio por te amar demais, mesmo depois de tudo que você me fez. Você acabou com a minha vida, você tem que ficar longe de mim, me deixa tentar ser feliz, me deixa esquecer você.

Ela está chorando feito um bebê. Suas palavras doeram muito em mim e ela está certa. Eu devia ter escutando ela quando tive a oportunidade. Mas ela disse que me ama e isso esquentou meu coração, porque eu também a amo como nunca amei ninguém. E por impulso eu a beijo.

No começo ela fica relutante mas logo permite a passagem da minha língua. O beijo era calmo, eu passo a mão pela sua cintura e ela passa os braços pelo meu pescoço. Que saudade desse beijo, que saudade dessa mulher. Eu a amo demais.

Paramos o beijo com um selinho, ela abaixa a cabeça.

— Vai embora e não volta mais. - ela diz tão baixo que mal consigo ouvir.

— Eu não vou desistir da gente. Eu amo você mais do que nunca, mais que tudo. Eu não consigo ficar sem você. Não adianta pedir para eu não voltar porque eu vou, você estando aqui ou na China. Eu vou atrás de você.

Digo e saio do seu quarto. Vou embora, tenho que passar na minha boate e encontar os meninos. Ela precisa saber do meu amor por ela. Eu errei muito mas quero o seu perdão, e eu não vou desistir dela porque ela também me ama e eu não posso ficar só com as lembranças na mente. Eu vou reconquistar o seu amor, Mell.

Mell

     Nos beijamos... Como pude permitir que isso acontecesse? Foi um beijo com tanta saudade, nossa eu ainda o amo muito mesmo depois de tudo. Ele disse que não vai desistir de mim mas eu já desisti de nós. Eu não posso ficar com este homem, não depois de tudo que ele me fez. Vou resistir.




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