O Duplo Gosto De Um Girassol

Capítulo Quarenta e Um

Do you remember me
Lost for so long
Will you be on the other side
Or will you forget meI'm dying praying bleeding and screaming
Am I too lost to be saved
Am I too lost?

Evanescence - Turniquet

Os soluços de Helia é a única coisa que é escutada dentro carro onde o frio do ar-condicionado predomina, enquanto ao lado de fora uma chuva forte desaba durante a noite. Nada fora dito desde que entraram no carro, e isso faz uns vinte minutos. Tomas apenas observa em silêncio os limpadores de para-brisa indo de um lado para o outro, jogando a água para fora da vista do motorista que para o veículo em sinal vermelho.

Marcone soube esconder todos os segredos sujos da família, Tomas em nenhum momento deixou de suspeitar que seu pai poderia estar metido em alguma coisa suja, mas não tão suja quanto as que a mídia expõe. Os pensamentos dele tentam levar para longe uma leve possibilidade de que o pai possa ter envolvimento na morte da mãe, não tem como não esperar uma coisa dessas quando vários crimes que jamais pensou que faria acabam de ser descobertos.

Sem olhar para os irmãos, Tomas indaga:

— Vocês sabiam do que ele andava fazendo?

Helia se vira horrorizada pelo o que acaba de escutar, a mesma limpa o nariz e reponde ríspida:

— O que você acha que somos? — Ele permanece sem olhar para a irmã. — Não sabíamos desse tipo de coisa, pelo menos eu não.

— Eu também não imaginava que o... — Tomas percebe que Daniel não consegue mais chamar Marcone de 'pai'. Daniel vira o rosto para a janela um pouco melancólico e conclui: — Eu não sabia.

— Você acha que só porque não falei a você sobre Estella e Daniel, escondi o resto do mundo de você, mas Tomas, as coisas não são assim.

Helia encara o irmão esperando por alguma resposta, mas a postura seria dele continua concentrado no trânsito, por mais que não seja o condutor do carro. Um tom de surpresa toma seu rosto, as luzes vermelha e azul piscam através das janelas do carro que para em frente à casa a qual os três cresceram, ao menos devia ser o lar em que cresceram.

Tomas, Daniel e Helia saem às pressas do carro, a expressão de surpresa agora pega os três ao se depararem com a residência Ayhalla completamente rodeada de veículos da policias com vários policiais circulando ao redor, parece uma cena de filme em uma noite chuvosa.

Um rosto conhecido se aproxima dos irmãos, um ar de estranhamento os abraça, principalmente Helia que franze o cenho ao reconhecer que é Luke a pessoa que está se aproximando. Quem é esse homem? Questiona-se Tomas mentalmente notando a pistola no quadril do moreno alto. 

— Helia. — Luke a comprimente com um aceno de cabeça.

— O que você está fazendo aqui? Porque está com essa arma? — Ela o questiona. — Quem é você? E onde está o meu pai?

Helia tenta passar por Luke no intuito de entrar em casa, mas o mesmo a pega pelo braço sem muitos esforços.

Tomas calmamente cruzas os braços e diz em tom sério:

— Eu também quero saber quem é você.

Ele está tentando ser ao menos o único que mantem a calma no meio de toda essa situação, mas se seu pai realmente estiver causado todos os crimes ao qual está sendo acusado, Tomas deseja que ele pague por todo o sofrimento. Tráfico de pessoas... Isso até o momento está o deixando surpreendido, pois se realmente for verdade, só prova o quão lixo é o homem que se diz seu pai.