As portas da igreja se abrem, a mais bela das noivas que Tomas já viu em toda a sua vida caminha pelo tapete de pétalas vermelhas. O peito dele se enche de orgulho quando ver seu filho na frente de sua futura esposa, com uma almofada em mãos levando as duas alianças, mas o maior selo do seu amor fora Tales e o bebê que está em seu terceiro mês crescendo no forninho.
A igreja está apenas com familiares e amigos, nada a mais ou a menos. Clarisse, Daniel e Helia estão sentados lado a lado na primeira fila. Mirela está acompanhada de seu namorado Gustavo, os dois assumiram o relacionamento há pouco mais de dois meses.
Ruth, Aline e Alana estão sentadas bem atrás de Mirela e Gustavo, as mesmas continuam morando na casa Ayhalla com Helia e Jaqui. Jaqui se tornara uma pessoa que alguns suportam, elevando seu ego e abusando do poder em seu novo lar e cargo, mas agora está ficando cada vez mais sozinha, no entanto, isso não parece afeta-la, pelo menos não aos olhos de todos.
Estella levanta as bordas do seu vestido e sobe para o altar com a ajuda de Tomas. Ambos se inclinam para depositar um beijo no cenho do pequeno Tales, que pula animado.
Os votos dos dois são firmados diante de todos, os tornando marido e mulher. A alegria toma conta de todos, que seguem os noivos para a nova residência longe do centro da cidade.
Em meio as felicitações, Daniel aparece em um momento oportuno para anunciar algo.
— Irmão. — Tomas o abraça sem nenhum ressentimento, até porque tudo ficara de vez no passado.
— Espero que vocês sejam muito felizes. Ainda me sinto culpado por tudo.
Estella olha para Tomas e se volta para o cunhado, em seguida, diz:
— Não precisa mais se sentir culpado, Tomas e eu te perdoamos. O que você precisa nesse momento é procurar a sua verdadeira felicidade.
— Você viveu muito anos à mercê do velho, Daniel. Esse é o momento de você fazer o que gosta.
— Obrigado. — Ele diz em um tom de alívio. — Eu me sinto livre, mas não sei o que quero. Pensei nas coisas que me falou, talvez vou começar a viajar. Quem sabe isso me traga a inspiração que tanto perdi.
— Eu já falei que minha parte na herança é sua e de Helia, não quero nada que venha daquele velho.
— Eu agradeço, Tomas. Mas acho que eu tenho que seguir por caminhos diferentes agora. Tenho que buscar o meu próprio rumo. Longe de tudo isso que lembra tudo que passamos com nosso pai. Quero trilhar meu próprio caminho.
Tomas e Estella se entreolham.
Ele põe a mão no ombro de Daniel sorrindo e fala:
— Eu desejo que você tenha uma linda jornada, irmão. Eu te amo muito.
Os dois se abraçam restabelecendo ainda mais a conexão fraterna, que fica ainda mais forte quando Helia se junta.
— Eu não vou mentir que fiquei magoada por esquecerem de mim.
Helia não se posicionou sobre a exigência imposta pelo seu pai no testamente e talvez nem vá, visto que já é sócia com Tomas nas vinícolas. Ela é uma mulher bem sucedida, mesmo assim, resolveu implicar com Jaqui e permanecer na mesma casa com a tia e as primas somente para não dá o gostinho a ex-amante do pai.
— Ei gata, está na hora do buquê! — Lembra Aline a Estella. — Eu quero ver se dessa vez arrumo um homem com três atributos.
— Que atributos criatura? — Questiona Alana cruzando os braços.
— Lindo, rico e amoroso. Ah! E que aceite um relacionamento aberto. Sou muito gostosa para ficar com uma pessoa só.
Todos começam a rir de Lali.
Estella vira de costas, os convidados se juntam por trás dela, até mesmo o pequeno Tales se aproxima apenas por brincadeira, deixando o pai ainda mais orgulhoso.
— Um... Dois... Três!
Então, Estella joga o buquê para trás, o mesmo gira no ar rapidamente parando impressionantemente nas mãos de Helia.
— Seria até um milagre se Helia casasse. — Debocha Aline dizendo a irmã que reprova no mesmo instante com o olhar.
Estella bate palmas, levando todos a fazer o mesmo desarmando a insegurança de Helia depois que vários olhares foram em sua direção.
...
Um ano depois...
Quem diria que Estella um dia voltaria a pisar em terras paraíbas depois de tudo que passou? Mas, como a própria mesmo diz: passou. Ela poderia procurar seu pai, mas não acha que isso seja uma coisa a se fazer, levando em conta que Celso nunca tentou contato. Por mais que um dia seu pai a causara muita dor, hoje tudo que ela mais deseja para ele e sua madrasta é paz.
Ela observa seu filho correr pela areia da praia junto com o Tomas que é outra criança, até que sente o bico do seu peito livro, vendo Florence completamente rendida ao sono. A Flor só sabe comer, fazer cocô, xixi e dormir, mamãe. Ela nem brinca. Estella rir sozinha ao lembrar das palavras de Tales na noite passada.
Tomas se joga na cadeira ao lado dela com Tales nos braços e pergunta:
— O que faz a minha mulher tão linda sorrir sozinha? — Beija os lábios dela. — Pensando em mim?
— Eu estava lembrando no Tales ontem à noite.
Os risos de Tomas ecoam pela varanda da casa de praia que alugaram para passar as férias, Tales se junta ao pai em gargalhadas exageradas. Céus! Não sabe se ainda tem paciência para aguentar esses dois.
Quando Estella casou, sabia que conviveria com três crianças, quatro, contanto com ela própria. Às quartas do filme é a maior bagunça, o pior, é ela quem faz a maior parte com surtos e comentários malucos.
Emocionada.
— O Tales só solta joias. — Diz Tomas ainda cansado dos risos.
— Onde será que ele aprende essas coisas? — Estella semicerra os olhos na direção do marido.
— Ele aprende comigo, o melhor dos pais. — Beija novamente os lábios dela. —, e você. A melhor das mães. — Beija mais uma vez.
Estella suspira em um sorriso aconchegante.
— Seu palhaço.
Então, os dois voltam a se beijar em um beijo intenso e apaixonante, sem ao menos se importarem com o Tales a todo tempo falando "eca". Tomas e Estella agora são um só, as duas metades de um coração repleto de amor e completo por uma família envolvida por dois laços que são seus filhos.
Nada os faltam mais, pois tem um ao outro para se apoiar nos momentos bons e ruins. Os tornando mais que marido e mulher. São namorados, amantes e amigos até o fim da vida.
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O Duplo Gosto De Um Girassol
Genç KurguEm busca de manter-se longe da conturbada vida pessoal, Tomas decide ir a João Pessoa no intuito de entregar a carta deixada por sua falecida mãe, só não esperava que uma noite na balada fizesse seu caminho cruzar com o de Estella. Uma garota sensív...