Capítulo Dezesseis

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Me gusta un caballero
Que sea interesante
Que sea un buen amigo
Pero más un buen amante
¿Qué importan unos años de más?

Becky G – Mayores 

O voo para São Paulo destino aeroporto de Congonhas saí em trinta minutos. Por Favor! Todos os passageiros, direcionem-se ao setor de embarque. Obrigada! Uma voz feminina soa através dos interfones do aeroporto pela segunda vez.  

Estella abraça Jaqui fortemente com os olhos desaguando em lágrimas. Jaqui particularmente odeia esse sentimentalismo, até porque ciclos se fecham ou em algum momento todos vão se encontrar novamente. Enfim... pessoas são pessoas e nada mais que isso, pensa ela. Um dia todos sabiam que os caminhos iam se separar em um determinado momento, ou seja, não tem motivos para tanto drama, apenas perca de tempo.

 Jaqui não planejara sua vida em um único lugar, não que ela queira conhecer o mundo, mas para conquistar o que o mundo tem a oferecer. A ambição é algo que alimenta desde muito nova, nada mais justo do que abrir as asas sem se esconder de todos e conquistar o impossível que considera possível.

— Promete que vai ligar todos os dias? — Indaga Estella com a voz embargada.

— Não todos os dias, mas quem sabe em dois e dois dias. Terei uma nova vida para organizar, Estella.

A garota de olhos grandes suspira liberando a amiga do abraço. A mesma limpa as lágrimas que insiste em querer escorrer, deixando Jaqui impaciente por querer suspirar com desdém.

— Arrasa em São Paulo, amiga. — João a abraça brevemente. — Chega e quica na cara da sociedade.

Os três caem na gargalhada.

Jaqui tira uma chave da bolsa e entrega a João.

— Cuida da minha casa, tá?

— Pode deixar!

— Eu quem agradeço pela amizade de vocês. Eu odeio admitir isso — Revira os olhos. —, mas vou sentir falta do que somos quando estamos juntos.

Os três sobem na escada rolante, aproveitando os últimos momentos juntos antes que cheguem no final da escada. Assim que colocam o pé no setor de embargue, Estella tira do bolso da jardineira um chaveiro em formato de cérebro e entrega a Jaqui.

— Feliz aniversário.

É claro! Hoje é dia do aniversário dela, mas já faz muito tempo que isso deixou de ser um dia feliz. Se tornou algo que não tem mais importância ao longo que os anos foram passando, mesmo que não seja uma senhora com seus oitenta anos pensando nesse tipo de coisa, até porque está no auge dos seus dezoito.

Jaqui é durona, não deixará o nó em sua garganta vencer a luta entre chorar e não chorar.

— Nós prometemos no nosso grupo particular no whatsapp, que vocês não desejariam parabéns para mim. 

— Promessas foram feitas para serem quebradas.

— É por isso que não prometo nada aos meus tios. — Diz João fazendo as amigas rirem com seu bom humor.

Ela não quer admitir nem para si mesma, mas sentirá falta da sensibilidade de Estella e as bobagens de João. Nunca se importara em se encaixar em um grupo e do nada isso aconteceu, fora a melhor coisa em sua vida.

— Obrigada. — Jaqui os abraçam pela última vez, engolindo o choro e vencendo o nó na garganta de uma vez por todas. Pensa que seria o ápice do ridículo chorar em público. — Agora, eu tenho que ir. — Se vira para a amiga. — Espero que você voe longe, Estella. Não se limite a isso tudo. A vida é muito curta para pensarmos em apenas uma coisa ou em alguém. — Se vira para João. — E que você, João, possa liberar essa pessoa dentro a qual os outros tanto reprimem.

— Ela vai sair.

— E tem que se chamar Mirela. — Sugere Jaqui em voz baixa.

— Mirela, gostei. Mirela. Vai ser Mirela.

— Se cuida amiga. — Sorrir para Estella.

Os amigos a entrega as outras duas malas. Então, sem um tchau ou um até breve, ela entra na fila de embargue e desaparece dos olhos dos dois amigos para um futuro cheio de incertezas.

...

Quase seis horas e meia depois, o avião aterrissa no aeroporto de Congonhas. Jaqui puxa as duas bolsas de rodinhas lilás e outra no ombro pela área de desembarque, onde se surpreende ao ver um homem engravatado de preto com uma boina da mesma cor segurando uma placa com seu nome.

Ela olha para os lados confusa e aponta para se mesma para ter certeza, e o homem acena com a cabeça confirmando, a mesma se aproxima do homem ainda incerta.   

— Olá senhorita Jaqui! Sou Evandro, chofer do senhor Ayhalla. Ele pediu para que eu a viesse buscar no aeroporto.

O sorriso que ela abre é o maior em toda sua vida, pois sabe que os anos de ouro acabam de começar. Eu sabia que ele não me deixaria desamparada, pensa seguindo o chofer até a luxuosa limusine estacionada em frente ao aeroporto. A mesma entra dentro do espaçoso carro e inala o cheiro do perfume amadeirado característico dos Ayhalla. Como era de se esperar, ele deixara o carro cheio de doces e champanhe do jeito que ela gosta. A jovem de írises cor de âmbar, está fortemente animada ao derramar a champanhe na taça.

O chofer a fita através do retrovisor do carro e anuncia:

— Levarei a senhorita até o senhor Ayhalla. Ele já está a esperando ansiosamente.

Jaqui levanta a taça com um sorriso de orelha a orelha e responde:

— Por favor! Eu estou louco para vê-lo de novo. 

 

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O Duplo Gosto De Um GirassolOnde histórias criam vida. Descubra agora