Capítulo Dez

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Do you recall, not long ago
We would walk on the sidewalk
Innocent, remember?
All we did was care for each other

Major Lazer & DJ Snake – Lean on

São por volta das duas da manhã, João Pessoa dorme deixando suas estradas e ruas vazias, exceto por João que está a caminho do cemitério onde a avó de Jaqui fora enterrada. Ele saiu de casa escondido e sozinho para encontrar-se com Leandro no mesmo local ao qual deram o primeiro beijo.

Ambos se encontram por trás do cemitério, assim que João avista Leandro, pula em seus braços fortes e derrete-se em um beijo intenso e caloroso.

A adrenalina ferve no corpo do garoto que se sente excitado com o perigo que os rodeiam, com o medo de serem descobertos e com a intensidade por ser tudo tão escondido.

— Vamos pular lá para dentro. — Sugere Leandro balança levantando o queixo indicando as paredes do cemitério.

João faz que sim com a cabeça em um sorriso bobo. Então entrelaça os dedos e inclina-se um pouco para que Leandro possa se apoiar em seus dedos e subir, e assim o loiro faz.

Quando sobe na parede, Leandro estende a mão para que João que pega na mesma hora e sobe. Ambos pulam juntos de mãos dadas.

Assim que João se recompõe, Leandro o joga para a parede e cola seu corpo ao dele encostando sua ereção deixando o garoto ofegando, mas não a tempo para respirar, pois Leandro toma posse da boca com um beijo quente e eletrizante. O mesmo desliza a mão pelo tecido que cobre o corpo do João, levantando a camiseta e tocando sua pele suada dele.

João o afasta com as mãos cansado:

— A gente está indo rápido demais. Calma!

— E para que ir devagar? Vamos aproveitar enquanto está só nós dois aqui.

— E conversar também. — João acaricia o rosto de Leandro.

Leandro solta um gruindo entediado. Tudo que ele quer é apenas se divertir, ir embora para o hotel e tomar uma boa cerveja antes de dormir depois de sentir que o dever foi comprimido.

— Tá... Tá bom. — Ele pega a mão de João e anda pelo cemitério.

Os dois sentam em um tumulo de cerâmica azul escuro entre duas arvores de flores vermelhas. Leandro puxa uma carteira de cigarro do bolso e põe um entre seus lábios, em seguida, o acende.

— Então, já que estamos aqui para conversar — Solta a fumaça. —, me fala um pouco mais sobre você.

— Ah! Eu não sei se minha vida seria tão interessante para você.

— Tudo em você me interessa.

João suspira deixando um sorriso sair.

Leandro está orgulhoso por dentro, por saber muito bem como envolve-lo com suas conversas repleta de ilusões, o que o deixa mais satisfeito por estar conseguindo conquistar um homem pela primeira vez.

— Bem, então vamos lá. — Começa. — Minhas amigas são tudo que tenho, porque minha família... bem, minha família me despreza, me humilha e... maltrata.

Leandro continua parado prestando atenção na tristeza que acomete o rosto de João, mas isso não toca nenhum um pouco seu coração. Ele traga o cigarro completamente tranquilo, observando o semblante do garoto transformar-se em traços de dor.

— Complicado. — Dá outro tragada no cigarro.

— Eu sei o que eu sou, e o que quero, mas os que deviam me apoiar me machucam. — Suspira pesadamente. — Eu me sinto uma pessoa que está sempre fantasiada para agradar as outras pessoas.

O Duplo Gosto De Um GirassolOnde histórias criam vida. Descubra agora