No lie (gyal, we never miss)
Feel your eyes, they all over me
Don't be shy, take control of me
Get the vibe, it's gonna be lit tonighSean Paul – No lie ft. Dua Lipa.
O celular começa a tocar despertando-a do sono ao cair assustada no chão. Estella solta um gemido alisando a cabeça em meio a escuridão do quarto, quando volta a si, gira o corpo para o lado e tira o celular que é a única coisa que ilumina vindo de dentro da mochila.
Sem olhar quem está ligando, clica no ícone verde e atende.
— Alô? — Diz com a voz de sono tentando conter um bocejo.
— Você tem roupa para ir na festa hoje? — Jaqui pergunta do outro lado da linha.
— Acho que tenho.
— Não tenho tempo para achismo. Olha logo o seu guarda roupa e me responde algo certo.
Então ela se levanta passando a mão nos olhos, acende a luz e se aproxima do guarda roupa puxando uma das portas para o lado. Várias peças estão penduradas nos cabides, nada novo, já usara as roupas várias vezes, mas também não sai muito para se importar com exclusividade.
— Tenho alguns vestidos —Passa a mão nas roupas dobradas. —, mas vou com uma calça jeans e uma blusa folgada.
— Ok! Esteja em meia hora na minha casa. — Jaqui desliga o telefone.
Meia hora? Por que meia hora, se pergunta mentalmente. Então olha a hora no celular surpreendendo-se com o quanto dormiu, Estella chegara as onze e meia da manhã em casa e acordou a poucos minutos das seis da tarde. Surpresa, percebe que não tem muito tempo. Ela se vira para o lado e ver seu reflexo no espelho ao lado da cama. Com o rosto inchado e vermelho, suspeita que terá que usar mais maquiagem do que o normal para disfarçar que chorara mais cedo.
As lembranças da discussão que teve mais cedo invadem seus pensamentos, mas a festa que acontecerá logo mais, varre tudo para fora de sua cabeça. Não a tempo para se atormentar com essas coisas, não agora. Estella vai até a cômoda e abre a primeira gaveta tirando seu estojo de maquiagem, senta-se no chão próxima ao espelho e começa a se maquiar.
Um pouco de corretivo para desfaçar as olheiras acompanhado do pó, base por todo o rosto, corretivo, blush e batom cor de vinho em seus lábios carnudos. Ah! E não pode esquecer do rímel. OK, simples, porém, perfeita. Ela verifica novamente a hora e percebe que tem que correr com os dez minutos que lhe resta para ir até a casa de Jaqui.
A mochila que continua jogada sobre o chão, agora está sendo preenchida pelas roupas que vai usar hoje à noite, junto com a posseira de figas que a mãe dela deu dias antes de morrer. É uma relíquia de família, por mais que não tenha um grande valor de mercado tem um valor sentimental, pois foi de sua avó que presenteou sua mãe, e sua mãe a ela. Estella desiste de colocar a pulseira dentro da bolsa e a prende de uma vez em seu braço fino e branco.
Ela fecha a mochila e coloca nas costas, logo, abre uma brecha lentamente na porta para não fazer barulho. A casa está tomada pela escuridão, provavelmente o pai e a madrasta decidiram dormir mais cedo após algum desentendimento, o que favorece ainda mais a saída da jovem.
Passando pelo corredor chega a pequena sala de estar, onde gira calmamente a chave na porta olhando para trás para não fazer barulho. Estella consegue sair de casa sem chamar a atenção de ninguém, com o coração na mão e tentando tranquilizar a respiração que parecer não querer deixar o ar ficar muito tempo nos seus pulmões.
Com a cópia da chave em mãos, ela tranca a porta por fora e passa a andar na rua que está um pouco movimentada, até porque ainda são quase sete da noite e a vizinhança é tranquila. Espera, quase sete horas... Os olhos grandes dela ficam maiores com o tempo que está cada vez mais curto.
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O Duplo Gosto De Um Girassol
Novela JuvenilEm busca de manter-se longe da conturbada vida pessoal, Tomas decide ir a João Pessoa no intuito de entregar a carta deixada por sua falecida mãe, só não esperava que uma noite na balada fizesse seu caminho cruzar com o de Estella. Uma garota sensív...