Capítulo Trinta e Oito

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You came to lift me up
Life is a drink and love's a drug
Oh, now, I think I must be miles up
When I was a river dried up
You came to rain a flood

Coldplay - Hymn for the weekend 

— Papai? — Estranha Helia.

Tomas engole em seco um tanto nervoso, lança um rápido olhar para os irmãos e volta a atenção para o lindo garotinho em seus braços. Ele não vai esconder a verdade que só tivera conhecimento há pouco tempo, principalmente quando ama a pessoa que entrou em sua vida, sangue do seu sangue.

Ele pretendia contar primeiro a Helia, depois que os dois saíssem do prédio após uma visita a Daniel, pois Tomas se preocupou com o bem-estar do irmão assim que Helia contou da humilhação que o pai fizera.

Estella levanta a cabeça um pouco aflita e diz para Daniel:

— Precisamos conversar.

— Eu tenho uma reunião com um cliente agora. Ah! — Daniel aponta para um homem alto e moreno que aparece. — É um prazer vê-lo Luke. — Aberta a mão do homem.

Helia parece surpresa, como se tivesse visto um fantasma.

— Helia! Você aqui? — Luke se aproxima e a abraça forte.

— Vocês se conhecem? — Indaga Daniel.

— Nos conhecemos em um barzinho. — Helia se apressa a dizer. Então, volta a atenção para Luke. — Quando disse que estava firmando uma parceria com uma empresa, jamais pensei que seria a da minha família.

— Fico feliz que seja da sua família, pelo menos nos veremos mais.

Tomas imprensa os lábios tentando não rir, seu espirito brincalhão está se debatendo para fazer uma piada e, pelo o olhar de Daniel, o irmão também apoiaria. Porém, seria inconveniente em fazer isso agora por duas razões: Estão na empresa e em um momento delicado com a descoberta de Tales.

— Estella, depois que a reunião terminar, nós podemos conversar na minha sala. — Diz Daniel discretamente, enquanto Tomas está distraído com Tales e Helia com Luke.

— Eu vou passar um bom tempo resolvendo algumas questões pendentes aqui, depois tenho que ir buscar meu filho na casa de Tomas.

— Por que seu filho vai ficar com Tomas? E por que Tales chamou meu irmão de pai?

— Talvez você já saiba, não é mesmo? — Ela o enfrenta, pois não existe mais certo ou errado entre eles. — Você se faz muito bem de ingênuo, mas nessa sua conversa barata eu não caio mais.

Daniel parece um pouco tenso, como se as coisas tivessem fugido do seu controle. O nervosismo se faz presente, assim que Estella beija a bochecha do filho e seu olhar se encontra com o de Tomas, é nesta hora que, Daniel passa a entender que precisa ser mais rápido antes que todos os seus esforços sejam jogados ao lixo.

Ele não se importa que seu irmão caçula tenha aproveitado momentos íntimos com Estella, o mais importante é que não assuma nada sério com ela, pois só Daniel se acha no direito de fazer isso. Sim, ele tem direito. Estava disposto a assumir uma criança que nem era dele, com o objetivo de alavancar os negócios da família e voltar para seu lugar de direito, sendo o braço direito de Marcone.

As portas do elevador começam a se fechar, Estella o encara de relance e baixa a cabeça devagar.

Vagabunda desgraçada! Daniel rosna em seus pensamentos com ódio de Estella, mesmo um pouco conformado que ela estava sendo bem cuidada pelo irmão, pois seria um azar perder sua única mina de diamantes.

O Duplo Gosto De Um GirassolOnde histórias criam vida. Descubra agora