Capítulo Catorze

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Oh, my God, I feel it in the airTelephone wires above are sizzling like a snareHoney, I'm on fire, I feel it everywhereNothing scares me anymore

 Lana Del Rey – Summertime Sandness

Já se passaram dois dias desde que todos souberam a verdade por trás da vida de Jaqui, mas para Estella isso já não é mais tão importante. Nas últimas noites, tem pegado no telefone em busca de ao menos uma mensagem de Tomas, sempre se decepcionando ao notar que a conversa dos dois continuava intacta.

Ser orgulhosa não é melhor das qualidades, mas não consegue passar por cima de tudo e sugerir uma conversa. Sabe que a pessoa que mais se prejudica com todo esse orgulho é ela mesma, só que Tomas parece não se importar o suficiente para fazer o mesmo.

Estella coloca o celular no bolso saindo da escola com o diploma do ensino médio. Pensara que ganharia em uma festa de formatura onde felizmente seria a última vez que veria a maior parte das pessoas de sua turma, mas Jaqui conseguiu a façanha de em milagrosos dois dias a professora os entregar com tudo certinho. Estella, Jaqui e João estão oficialmente formados no ensino médio.

— Eu preciso que vocês venham comigo até um lugar. — Diz Jaqui.

— Por mim, tudo bem. — João da de ombro. — E você, Estrela?

Ela pisca os olhos voltando novamente para a realidade.

— Prefiro ir para casa, não estou me sentindo muito bem.

— Você nos falou lá dentro — João aponta para a escola. —, que sua madrasta está te fazendo de gata borralheira em casa, usando a gravidez para te fazer de escrava. Então, não, mesmo que você estivesse morrendo não iria volta para casa. — Se vira para Jaqui. — Nós vamos amiga, mas tem que ser a pé, porque estou sem maney para pagar taxi. Please!

— Claro, não é tão longe daqui.  

João passa o braço pelos ombros de Estella e todos saem andando pelas ruas da cidade até parar na calçada do hotel 'Jampa' de frente a praia de Manaíra. É um prédio de apenas três andares bastante largo nas laterais com as janelas de vidros verdes e uma varanda no último andar, também de vidro. O prédio é pequeno devido a prefeitura que não permite a construção de prédios acima de três andas em uma faixa de quinhentos metros da orla em João Pessoa. 

— É aqui. — Decreta Jaqui. — Vamos!

João e Estella se entreolham, mas dão de ombros seguindo a amiga. Jaqui para na recepção, onde tem uma moça de cabelos curtos e pintados de roxo.

— Eu vim para falar com Edgar. — Informa Jaqui a recepcionista.

Estella franze o cenho ao escutar esse nome, como se suasse um tanto familiar, mas onde ela escutou o nome Edgar? Isso a deixa pensativa.

— Sim, ele está aguardando por você na piscina no terceiro andar — Responde a recepcionista de forma gentil. —, podem entrar no elevador. — Aponta para a cabine ao lado.

Os três entram no elevador e sobem para o último andar. Estella está um pouco agitada, não consegue tirar o nome que escutara há poucos segundos. Edgar... Edgar... Edgar...

— Quem é Edgar? — Interroga de uma vez.

— O agenciador de modelos que falou com você na fest.a — Responde Jaqui um pouco desconfiada. 

— Eu não acredito que você...

Jaqui a interrompe com o dedo.

— Eu trouxe você, porque eu sei que uma oportunidade como está não vai aparecer de novo. E outra, eu quero ir embora sabendo que você e o João vão ficar bem.

O Duplo Gosto De Um GirassolOnde histórias criam vida. Descubra agora