Capítulo 18

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- Achei que ele não viesse mais aqui – pergunto um pouco nervosa sem saber o que me esperava

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- Achei que ele não viesse mais aqui – pergunto um pouco nervosa sem saber o que me esperava.

- Acredite em mim estou tão surpreso quanto você – quis dizer que aquilo era mentira, mas não tive coragem ao ver a tensão que se instaurou – Se ele fizer qualquer comentário a respeito de nós dois que te faça ficar constrangida eu peço perdão antecipadamente.

Tento falar alguma coisa, mas a figura de um homem aparece em nosso campo de visão. Ele não era nada como eu imaginei, seus cabelos eram muito brancos, o mesmo tinha alguns centímetros a mais do que eu, apesar dos sinais da idade presente em seu rosto não se podia negar que já fora um homem muito bonito, sendo honesta ele parecia muito com Steve, exceto por seus olhos que eram de um castanho claro.

- Você parece com ele – comento conforme nos aproximávamos do senhor.

- É as pessoas costumam dizer isso, mas ele tem os olhos da mãe – não sabia que tinha falado alto assim e dou um sorriso sem jeito.

- Ei, você é como o Harry Potter – cutuco Steve nas costelas e ele se vira para mim sorrindo de forma confusa – Todo mundo diz que ele parece com o pai, exceto os olhos, ele tem os olhos da mãe... Viu? Você é como o Harry Potter.

Ambos os homens Rogers riem da minha constatação, não sabia o que esperar daquele encontro e pode ser que o senhor Rogers mudasse ao longo do tempo, mas a primeira impressão que tive dele foi de um homem feliz, amável e divertido. Depois de alguns minutos de conversa que Steve percebeu que não havia apresentado devidamente eu e o pai, que eu continuava a chamar de senhor, e ele passou a insistir que Joseph era mais que o suficiente. Percebo que uma exclamação é solta quando digo meu nome.

- A que meu filho chama de megera? – dou um sorriso debochado ao ver Steve corar.

- Eu prefiro soberana de todo o mal, para falar a verdade – mais uma vez arranco risadas do homem mais velho.

- Pai, o que está fazendo aqui? – percebo um tom de preocupação na voz do loiro.

- Bem, achei que estava na hora de deixar os fantasmas para trás e sentia falta de sentar no cais e observar o lago – uma súbita tristeza se apossa de ambos e eu fico sem saber o que fazer – Já são oito anos então... Eu precisava enfrentar mais cedo ou mais tarde não? Mas não quero atrapalhar vocês, se meu filho te trouxe aqui minha querida tenho certeza que a senhorita é muito especial...

- Por favor, não vá embora, eu já tinha que ir mesmo – olho para Steve que parecia paralisado naquele momento e só desperta depois que o chamo diversas vezes – Eu preciso de uma carona até a empresa para pegar meu carro, mas se você quiser ficar aqui com seu pai eu dou um jeito de chegar lá, sem problemas...

- O que? Não. Vou leva-la – ele apanha nossas coisas que ainda estavam ali no chão e fala alguma coisa com o pai rapidamente antes de seguir para a saída.

- Foi um prazer conhece-lo senhor Rogers – aperto a mão dele brevemente.

- O prazer foi todo meu, senhorita Romanoff – ele sorri de forma doce e paternal – Espero vê-la de novo algum dia.

Sem saber como responder aquilo corro para onde o carro estava estacionado e percebo que Steve já estava lá dentro sentado no banco do motorista, o sorriso havia sumido de seu rosto e eu tentava entender o que tinha acontecido de errado. O caminho de volta para a empresa foi feito em total silêncio, sempre que falava com ele ou comentava alguma coisa sobre nossa tarde o mesmo não respondia, ou simplesmente me dava respostas monossilábicas.

Tentei não deixar transparecer meu desespero, queria saber em que ponto daquele dia nos perdemos e retrocedemos todos esses passos para trás. Que droga, ele nem ao menos olhava para mim direito! Quando o carro dele parou no estacionamento, fiquei sem saber se deveria dizer alguma coisa, pelo menos agradecer pela tarde agradável... Maria estava escorada no meu carro em uma vaga próxima da que nós estávamos. Isso me faz lembrar que não havia avisado ninguém para onde estava indo, incluindo meus chefes que por acaso são meus melhores amigos. Pego o celular pela primeira vez desde que saí do escritório e vejo o enorme número de chamadas e mensagens perdidas.

- Então... – começo para ver se Steve dirigia o olhar para mim, mas ele continua olhando para frente, seus olhos meio desfocados e as mãos apertavam o volante com força – Obrigada pela tarde, foi surpreendentemente divertida.

- É, foi sim – um sorriso mínimo brota no canto de seus lábios e percebi imediatamente que ele era falso. Aquilo doeu mais do que eu imaginei ser possível – Você pode sair agora?

- Claro – os hormônios idiotas da gravidez começaram a fazer efeito e as lágrimas subiram aos meus olhos deixando-os marejados. Não sei se foi isso ou a percepção da própria grosseria, mas por um instante vi o brilho voltar para as íris azuis que eu secretamente gostava de admirar.

- Natasha – ele me chama de volta, mas eu já havia saído do seu carro e caminhava furiosamente para o meu. Hill levanta a cabeça ao ver-me e já ia começar um interrogatório, entretanto Steve foi mais rápido do que ela me alcançando primeiro – Olhe eu...

Espero por uma explicação, mas as palavras não conseguiam sair de seus lábios e a fúria dominou meu corpo. Eu estava com tanta raiva. Quem ele achava que era para chegar bagunçando minha vida desse jeito? Eu podia lidar com todas as brigas que existiam entre a gente, mas era antes de tudo que aconteceu. Ao perceber que as lágrimas queriam descer, e por saber que era orgulhosa demais para chorar na frente dele nesse momento, tento seguir meu caminho novamente, mas sou impedida quando o mesmo segura meu braço.

- Solte. Agora. – e ele assim o faz, sem conseguir dizer mais nada e sabendo que se começasse a falar iria chorar simplesmente vou ao encontro de Hill.

- O que aconteceu? – ela pergunta, mas não obtém uma resposta.

Ninguém fala nada durante o caminho para chegar ao apartamento, Maria tenta conversar e desiste ao ver que falaria sozinha, pois eu não abriria a minha boca. Precisava extravasar essa raiva, precisava socar alguma coisa ou alguém, precisava... Precisava dançar.

- Droga. Eu odeio você Steve Rogers – murmuro baixinho sentindo as lágrimas começando a molhar minhas bochechas. 

 

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1. A Destiny Child - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora