Capítulo 21

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Eu tinha que admitir que uma pequena parte de mim acreditasse que ela abriria a porta novamente, que chamaria pelo meu nome e nós conversaríamos de verdade, tudo ficaria esclarecido e poderíamos começar de novo

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Eu tinha que admitir que uma pequena parte de mim acreditasse que ela abriria a porta novamente, que chamaria pelo meu nome e nós conversaríamos de verdade, tudo ficaria esclarecido e poderíamos começar de novo... Era isso o que aconteceria se nossa vida fosse um livro ou filme clichê, mas a vida real é bem mais complicada.

Nós havíamos voltado a brigar. O que antes era só uma rivalidade e competição boba virou uma guerra em pleno escritório, antes eu e Natasha escondíamos nossos maiores medos e agora que foram revelados, usávamos deles para nos machucarmos mutuamente. Conviver com ela ultimamente era um inferno na terra.

Quase mais dois meses haviam se passado, não havia ido a nenhuma consulta com ela, e para ser sincero não estava sabendo de nada sobre o bebê a não ser o que ela dizia para a Pepper, que falava para a Hope e chegava até mim. Era óbvio que ela sabia disso, se não tivesse tido a permissão dela esses assuntos jamais chegariam aos ouvidos de Hope, dessa forma eu não podia reclamar de não estar sendo informado sobre o estado do meu filho... Natasha Romanoff sabia ser uma víbora ardilosa.

Quando cheguei à nossa sala hoje senti que havia algo de diferente, só não sabia ainda o que era. Tudo estava perfeitamente normal: Nat estava sentada atrás de sua mesa, o relógio indicava meu atraso de cinco minutos, ela reclamou desse atraso por um longo tempo, encaminhei-me para o lado da sala que me pertencia e comecei a trabalhar. Tudo em seu devido lugar... Então o que estava errado?

Nada. Foi o pensamento que me ocorreu quando depois de horas sentados ali Natasha levantou e pude vê-la por completo pela primeira vez naquele dia. A pequena protuberância em seu vestido colado me pegou totalmente de surpresa, não conseguia desviar meu olhar dela e um sorriso bobo apareceu involuntariamente em meus lábios. Deus, como ela estava linda.

- É estranho certo? - a voz suave me retirou de meus devaneios - Torna tudo mais real e eu tenho quase certeza que não tinha nada aqui ontem a noite.

- É incrível - minha voz não passa de um sussurro e observo a forma como ela tenta conter o sorriso - Nat isso não pode continuar assim. Eu e você, quero dizer... Não podemos simplesmente nos esconder atrás das discussões.

- Funcionou por cinco anos - ela brinca e acabo soltando uma risada nasalada - Mas, talvez... e eu disse talvez... você esteja certo.

Aproximo-me dela, que está sentada ao lado da própria mesa. Eu queria beijá-la, abraçá-la e poder dizer que ia ficar tudo bem, que a gente podia dar um jeito, mas não podia fazer isso agora. Precisávamos conversar primeiro, e por mais que tivesse medo da decisão que seria tomada com relação ao nosso futuro, sabia que era necessário.

- Nós temos uma reunião agora - comento ainda encarando-a - Mas eu adoraria cozinhar para você mais tarde, enquanto isso a gente pode conversar e tentar entender tudo o que vem acontecendo.

- E eu vou ter uma resposta sobre o que aconteceu naquela tarde? - aceno a cabeça indicando que sim e Natasha sorri de leve - Okay... Às 20hs então?

- Perfeito - ela beija o canto da minha boca antes de sair da sala e acho que meu coração nunca bateu tão depressa - Vou te esperar no meu apartamento. Tudo bem?

Falo depois de correr para acompanhar seus passos rápidos e vejo o sorriso dela aumentar com o meu desespero. Chegamos juntos na sala de reunião, a maioria dos envolvidos se encontrava no local e por isso alguns olhares são lançados em nossa direção. Pepper e Hope pareciam confusas, mas Tony Stark parecia pronto para me matar assim que Nat desse o sinal.

Foram horas tentando resolver e balancear todas as planilhas, planejamento para os futuros negócios e sem contar com os novos contratos prontos para serem assinados. Quando consegui sair da Stark Industries já eram quase seis horas da noite, precisava passar no mercado, fazer o jantar e expulsar Bucky de casa.

Se eu estava nervoso com essa noite? Nem um pouco. Porque ficaria nervoso com a ideia de finalmente conversar sério com Natasha, depois que praticamente me declarei para ela dois meses atrás? Tudo tinha que ser perfeito e meus nervos deveriam ficar controlados, afinal aquilo não era um convite para mudarmos o local da discussão, era um convite para deixarmos as adagas de lado e finalmente resolvermos essa situação, pois se continuarmos do jeito que estamos vamos brigar na sala de parto.

Tento abrir a porta e equilibrar as compras nas mãos, mas não estava obtendo muito sucesso. Um breve chute na porta deveria chamar atenção de Bucky, dito e feito, logo a cara confusa dele apareceu na minha frente. Passei por ele de forma rápida, já eram quase sete horas da noite e eu ainda não tinha começado nada. "Tomara que Romanoff fizesse parte do time que demora a se arrumar", é só o que penso observando o monte de coisa sobre meu balcão.

- Você precisa dar um jeito de sumir daqui hoje - falo ainda sem olhar para a cara do Barnes, ele ia abrir a boca para protestar, mas continuo falando - Natasha vem para o jantar.

- E vai ficar para o café da manhã? - ele pergunta, mas levanta as mãos em rendição ao ver meu olhar furioso - Pela sua cara acho que não.

- Eu não sei okay? - falo irritado - Não sei o que esperar de hoje à noite. Teoricamente vamos sentar e conversar, mas estamos falando de mim e da Natasha. A qualquer momento eu posso soltar algo inconveniente e ela irá me matar com uma faca, já que todos aqueles hormônios vêm enlouquecendo-a mais que o normal.

Bucky toma a decisão mais sensata para esse momento: fica calado e começa a ajudar-me. Estava quase tudo pronto, James havia saído para Deus sabe onde, a mesa estava devidamente arrumada assim como eu, e o jantar em seus momentos finais. Começo a enlouquecer quando vejo o relógio avisar que já eram quase nove horas da noite e nada de Natasha chegar.

O pensamento de que ela provavelmente havia desistido se apossa de mim, mas antes que o estrago seja feito o interfone toca. Solto o ar que nem havia percebido que estava prendendo, passo o olho rapidamente pela sala, onde havia montado nossa mesa, conferindo se tudo continuava no lugar. Meu coração erra uma batida ao abrir a porta e encará-la pela primeira vez naquela noite.

Sei que existem muitas mulheres bonitas no mundo, mas ainda não conheci nenhuma que pudesse ser comparada a beleza de Natasha Romanoff. Seus cabelos ruivos tinham alguns cachos delicados nas pontas, seu corpo estava coberto por um vestido preto que demarcava cada curva e a pequena barriga de quatro meses, seus olhos pareciam mais verdes do que nunca... Aparentemente passariam anos e eu nunca cansaria de admirá-la.

 Aparentemente passariam anos e eu nunca cansaria de admirá-la

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1. A Destiny Child - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora