Capítulo 22

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- Eu vou poder entrar ou

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- Eu vou poder entrar ou... – brinco com o intuito de tirar Steve daquele transe, meu sorriso aumenta ao ver suas bochechas atingirem um tom avermelhado.

- Claro – ele abre espaço para que eu possa adentrar seu apartamento e logo me ajuda a retirar o casaco que estava sobre meus ombros – Você está incrível.

O fato da voz dele não ter passado de um sussurro fez-me acreditar que talvez aquele elogio não devesse ter saído em voz alta. Devo admitir que estivesse me divertindo com o nervosismo dele, não que eu estivesse calma, longe disso, mas sabia disfarçar melhor. Entretanto, a surpresa fica estampada em minha face ao ver o que Steve preparou. A mesa estava devidamente posta, como naqueles restaurantes românticos que eu evitava ao máximo, o cheiro que vinha da cozinha era simplesmente divino e o homem nervoso a minha frente ficava ridiculamente fofo nesse estado.

- Eu vou desligar o forno, mas fique a vontade – sua fala sai atropelada e ele praticamente corre até a cozinha.

Um sorriso surge no canto da minha boca e rapidamente observo o ambiente ao meu redor. O apartamento era bem organizado, relativamente pequeno e pela janela principal da sala era possível observar uma vista de tirar o folêgo da cidade de Nova York à noite. O nervosismo vindo de ambos era bastante óbvio, mas conforme o tempo passava um clima ameno e pacífico se instaurou sobre nós. Conversávamos amenidades, os dois fugindo do assunto principal, com medo de como terminaríamos essa conversa. Foi somente quando chegamos à sobremesa, meu sorvete preferido, que resolvo perguntar o que estava entalado na minha garganta a meses.

- Por favor, seja sincero – começo lentamente – O que aconteceu naquele dia?

- Eu sempre sou sincero – ele brinca, mas seu rosto de repente fica sério – Estava completando oito anos que minha mãe morreu. Eu estava tão focado em resolver as coisas entre a gente, sem contar com a história do bebê, que esqueci completamente da minha mãe. Senti-me culpado e acabei descontando isso em você, injustamente, eu sei, mas no meio da raiva o que passou pela minha cabeça era que se eu não estivesse tão preocupado em te deixar bem eu teria me lembrado dela.

Um sorriso triste aparece em seu rosto e estendi minha mão para segurar a dele. Eu, melhor que ninguém entendia que na hora da dor e da raiva podemos fazer muitas besteiras das quais nos arrependeríamos.

- Eu tentei te explicar depois, mas você não deixava que eu me aproximasse de novo e com razão. Quando eu soube do que havia acontecido e que você quase perdeu o bebê, me senti tão mal, mas aí o fato de não ter sido avisado subiu a minha cabeça e... Bem, o resto da história já é de seu conhecimento – ele suspira fazendo uma negativa com a cabeça – Quando eu disse que seria pai desse bebê, eu falei sério Natasha. As coisas podem até não funcionar entre a gente, mas é meu filho, e eu quero estar lá por ele, e por você também.

- Eu me senti mal quando te vi daquele jeito na porta do meu apartamento. Deveria ter te ligado, eu sei, mas tudo o que passava pela minha mente era que perderia meu filho. Eu amo esse bebê Steve, muito – automaticamente uma de minhas mãos desce até a pequena protuberância – Como é possível que eu possa amar tanto uma coisinha tão pequena e que eu nem conheço? É assustador a forma como as coisas estão mudando de forma tão depressa, e daqui alguns meses terei uma criança em meus braços, alguém que vai depender de mim.

Um silêncio se instaura no ambiente, ambos perdidos nos próprios pensamentos e no tamanho da responsabilidade que tínhamos em mãos. Surpreendo-me quando Steve levanta e caminha até o que parecia ser um aparelho de som, pouquíssimos minutos depois a voz melodiosa de uma mulher ecoa pelo apartamento. Rogers vem até mim e me puxando pelo braço começa a inventar alguns passos de dança engraçado, não consigo evitar a risada e ele sorri junto comigo.

- O que está fazendo? – pergunto enquanto ele ainda guiava meus braços para acompanhar seus movimentos.

- Criando novas memórias – Steve solta de forma simples, como se fosse algo normal e corriqueiro do nosso dia a dia.

Junto meu corpo com o dele, e começamos uma valsa desajeitada, balançando nossos corpos de um lado para o outro, o mesmo me girava de vez em quando e nossas risadas misturavam-se a música. Deus há quanto tempo eu não me divertia assim enquanto dançava?

- Você é terrível nisso Rogers – brinco com ele que revira os olhos com meu comentário.

- Você que não consegue compreender meu talento Romanoff – escondo o rosto na curvatura de seu pescoço para abafar uma risada e um arrepio passa pelo meu corpo quando o mesmo começa a murmurar partes da música em meu ouvido - Someday we'll know, If love can move a mountain...

(Algum dia nós saberemos, se o amor pode mover uma montanha)

Nós diminuímos o ritmo e agora mal nos movíamos, mais uma vez deixamos nossos pensamentos sobressair. Procurando entender o que era aquilo que sentia cada vez que estava nos braços dele, parecia que havia milhares de borboletas dentro de mim, minhas boca estava seca e meu coração batia de forma acelerada, sem contar com a sensação de segurança que o mesmo me passava.

- Someday you'll know, that I was the one for you – Steve põe suas mãos em volta do meu rosto antes de cantar o final da música olhando diretamente em meus olhos e sem deixar o sorriso sumir de seus lábios.

(Algum dia você vai saber, que eu era a pessoa certa para você)

"entretanto se perceber que também se sente assim com relação a mim, por menor que seja o sentimento, você vai correr e se esconder atrás dos seus muros", as palavras dele me acertam como um soco bem na boca do meu estômago. O desgraçado estava certo.

Eu havia me apaixonado por ele. 

 

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1. A Destiny Child - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora