Capítulo 7

294 52 33
                                        

Yugyeom estava na aula quando recebeu a mensagem de Bambam perguntando se eles ainda iriam se encontrar naquele dia. O moreno sorriu e respondeu que sim, logo voltando a encarar o seu professor que o olhou julgando pelo uso do celular.

A divindade não precisava assistir aulas, ele já sabia aquilo tudo, mas ele queria manter o seu disfarce cem por cento verdadeiro. Além do mais que o seu curso se encontrava no mesmo prédio que o de Jinyoung, então todo cuidado era pouco. Humanos mudavam de ideia a todo momento e nunca se sabe o que poderia acontecer dali a cinco minutos.

Até o momento o seu trabalho estava indo bem, um pouco mais lento do que o de Jungkook, mas o moreno estava confiante que iria conseguir. Talvez ele estivesse precisando de um grande momento ou alguma ideia mirabolante que fizessem todos se acertarem, mas era difícil, principalmente pelo fato de ele ter dois humanos sem uma ligação da alma e isso era uma droga.

Quando o professor liberou a turma, o rapaz jogou a mochila nas costas e seguiu para o shopping. Logo que chegou no andar o cinema, ele comprou dois ingressos para um filme estava sendo aclamado pela crítica.

— Oi. — Yugyeom virou em direção a voz, percebendo que o loiro estava parado atrás dele, com os ombros abaixados e as mãos juntas na frente do corpo. Ele estava nervoso? — Eu me atrasei? Acabei de deixar Haneul com Mark e vim direto para cá.

— Não, ainda temos um tempinho até o filme... Quer comer alguma coisa?

— Ah, seria ótimo! — Bambam logo sorriu. — Eu não comi nada...

Os dois seguiram para uma espécie de pequeno restaurante que havia dentro do local. Logo pediram sanduíches e refrigerantes.

— Então, Bam... Me fale mais sobre você.

O moreno apoiou o queixo na mão e se pôs a observar o loiro, que agora sorria um pouco sem graça. Yugyeom já sabia as respostas que obteria, mas lê-las em um arquivo não era a mesma coisa que a própria pessoa narrando. Humanos demonstram seus sentimentos pela fala e talvez era isso que o moreno precisava para descobrir quem seria o parceiro ideal para Bambam.

— Eu não tenho muito o que falar...

— Como não? Tenho certeza que você tem bastante história legal para contar. — O moreno sorriu, se ajeitando melhor na cadeira. — Por que Pedagogia?

— Ah, eu amo a área... Desde criança me vejo encantado com o processo de ensino-aprendizagem. Como que todo um conhecimento perpassa do meio externo para um indivíduo? E como a cultura, políticas públicas e todo um contexto sociocultural podem influenciar diretamente nisso? — Yugyeom não pode deixar de exibir os dentes enquanto sorria o mais aberto possível. — Oh, estou sendo chato... Desculpe.

— Não! Continua... Você falou algo de 'desde criança' gostar disso? Como assim?

— Minha vó era pedagoga... Ela está aposentada, mas acho que nunca deixamos de ser aquilo que amamos, não é? — Bambam pareceu refletir por um tempo, e mexeu de leve a cabeça. — Hum... eu sempre a vi dando aula e acho que isso ficou em mim, entende?

— Mas você ainda não começou por quê?

— Eu até passei, sabe? Mas o dinheiro depois que eu hum... tive que sair da casa dos meus pais não era muito e eu tinha que comer e tal. Infelizmente isso ainda é essencial para a sobrevivência. — comentou, divertidamente. — Então eu vou esperar ter um dinheiro guardado ou tentar uma bolsa-auxílio. Mas, vamos parar de falar de mim... Por que você escolheu arquitetura?

— Eu tinha três opções: engenharia, medicina ou direito... Aí eu resolvi ser rebelde e me inscrevi em arquitetura. — O moreno enrugou o canto da boca e Bambam não pode deixar de gravar mentalmente aquela visão. — Mas até que meu pai aceitou bem...

Hey, Hands Up!Onde histórias criam vida. Descubra agora