Hey, Hands Up!

Capítulo 2

Youngjae estava com uma garrafa de cerveja na mão observando Im Jaebum fazer nada durante toda a noite. Ele tentava não ficar incomodado com a forma com que aqueles olhos felinos varriam o ambiente e seus colegas da delegacia, mas era impossível. O moreno parecia tão fora do lugar e tão recluso em seu próprio mundo que o loiro começou a pensar que a parceria não daria certo.

— Im, curtiu seu primeiro dia? — Youngjae definitivamente não sabia como começar conversas, mas o silêncio do mais alto estava o matando.

— Foi normal.

— Hm... Acho que você caiu numa boa estação... É claro que temos nossos problemas, mas de um modo geral é tudo bastante tranquilo... — O homem comentou sorvendo o último gole de cerveja. — Para você ver como eu serei um bom parceiro, Im... Vou te pagar a próxima rodada. Já volto.

Jaebum observou o outro se afastar da mesa e voltou sua atenção para o copo à sua frente. Ele não queria mais nada para beber, mas seu parceiro nem perguntara a sua vontade, talvez cego em sua empreitada de agradar, como a maioria das pessoas. O moreno detestava este ato.

— Hey, Jae! Dia difícil?

O moreno por detrás do balcão perguntou com seu habitual sorriso largo e de dentes pontiagudos. Trazia por cima do ombro direito um pano branco que utilizava para secar alguns utensílios e nas mãos alguns copos de vidro limpos que colocava na seca-louças a fim de otimizar o trabalho.

Youngjae nem se deu ao trabalho de responder a Mark com palavras apenas suspirou alto com uma careta cansada antes de apoiar a testa no balcão. Um claro indício de que estava tendo um dia, no mínimo, cansativo.

— O pior. — afirmou, suspirando alto.

— Quem é o cara com você na mesa? Um novato? — O moreno pegou o pano e passou de leve na bancada, tirando uma mancha.

— Meu novo parceiro... Mas ele não é muito sociável e eu quero ser sociável. — Youngjae fez um movimento com as mãos dramatizando o momento. — Ele só sabe ficar me analisando... Isso está me dando nos nervos!

— Hum... Talvez seja coisa de primeiro dia, não?

— Espero que seja... Ele me dá calafrios e tem esses olhos de gatos. O cara é estranho e o pior ele ainda por cima é meu vizinho!

— Tsc, parece que você vai ter que se esforçar para conquistar o cara, Jae.

— Conquistar?

Os olhos do loiro se arregalaram em espanto. Ele estava se perguntava se Mark achava que ele era gay ou algo do gênero. Será que o outro havia entendido tudo errado?

— Tsc. Relaxa, oficial! Eu disse conquistar no sentido de se tornar colegas de trabalho. — O moreno olhou por debaixo dos cílios para o loiro e quase revirou os olhos. — Talvez ele tenha que começar a confiar em você primeiro?

— Mas eu sou uma pessoa bastante confiável!

— Eu sei, mas ele não sabe, né? — Mark pegou duas longnecks, abriu as tampas na beirada do balcão e as entregou para o loiro. — Ele está olhando para cá.

— Quer conhecê-lo?

— Talvez outro dia. Acho que o cara já conheceu gente o suficiente por hoje... Ele parece um gato assustado daqui. Talvez seja melhor encerrar a noite após essa, Jae.

— Acho que você tem razão. — comentou, suspirando e pegando as garrafas. — Vou lá.

— Boa sorte. — disse piscando um dos olhos, o que fez o loiro sorrir nervosamente e praticamente correr de volta para a mesa.