Capítulo 29

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Jinyoung desceu do carro de Youngjae e após balançar a mão em um aceno de despedida, foi direto para o portão da casa amarela de esquina e o abriu com a sua chave. Antes que precisasse colocar a chave da porta que dava para a sala de estar do outro moreno, sentiu uma leve brisa em seu rosto e logo notou que era Mark, dando-lhe acesso para entrar.

O advogado não esperava que a mesa de centro estivesse cheia de pacote de biscoito abertos e que Mark não parecesse nada bem.

— Achei que você ia ficar com ele. — comentou o mais velho, sentando no sofá e em seguida colocando uma almofada no colo. — Não precisava vir.

— Não faça isso, Mark. Não se comporte como se eu precisasse escolher um lado. — murmurou cansado, retirando a beca e a colocando no cabideiro. Ele nem ao menos havia notado que ainda utilizava aquela roupa e só a divindade sabia onde o capelo havia ido parar. Jinyoung cruzou a sala até se sentar ao lado de Mark, que fingia comer um biscoito como se nada estivesse acontecendo. — Onde está Haneul?

— No quarto.

— Como ela está?

— Ela vai sobreviver.

— E como você está?

Desta vez Mark não respondeu prontamente, a frase engasgada em sua garganta. Ele queria dizer que estava bem, se forçar a estar bem, mas era difícil. Seu peito queimava bem onde deveria estar seu coração e aquilo era ridículo; a expressão 'coração partido' não deveria significar uma dor física, era apenas um termo idiota no fim das contas, mas céus, como aquilo doía!

— Estou bem. — finalmente falou, não convencendo ao namorado. — Eu não esperava que esse negócio fosse dar certo mesmo.

— Não fala assim do nosso namoro! Eu entendo você estar magoado, mas o que temos é especial.

— Eu não estou magoado, Jinyoung. Eu estou irado, você não tem noção! — Mark afastou o pacote de biscoito e suspirou com força. — Eu nunca mais quero ver Jackson na minha frente.

— Mark...

— Não! Não, Jinyoung! Você não entende... — Mark quis gritar, mas não podia, não com Haneul no andar de cima. Ela ficaria assustada outra vez, perguntaria por Jackson e ele simplesmente não conseguiria lidar com aquilo. Então o bartender esfregou o rosto com as mãos antes de correr os dedos pelos fios de cabelo enquanto tomava fôlego para continuar. — Ele sabia! Desde o início, desde antes de começarmos a namorar ele sabia de tudo, Jinyoung! Ele deixou essa bomba estourar no meu colo quando poderia ter me preparado! Ele mentiu pra mim, colocou minha filha em risco.

— Anjo, ele estava com medo... Eu também ficaria. Não estou falando que Jackson fez o certo, mas eu entendo o lado dele.

— Se você veio para dar uma de advogado dele, pode ir embora. Jackson estava errado e ponto. Não vou perdoá-lo e nem o quero novamente na minha vida. E claro, o quero longe de Haneul!

— Mark, seja razoável... Haneul vai sentir falta dele, você nã-

— Eu não posso?! — interrompeu o mais velho, se colocando de pé em um movimento brusco. — Você está se esquecendo que quem é o pai sou eu! E eu sei o que é melhor para a minha filha. Ela não vai chegar perto dele outra vez.

— Amor, você está nervoso e não está pensando direito. — Jinyoung falou, mas o outro simplesmente revirou os olhos. — Eu sei que você é o pai de Haneul, mas Jackson a quer proteger igualmente nós queremos.

— Não! Não, Jinyoung! Ninguém quer proteger ou ama a minha filha mais do que eu! E agora por culpa dele estou correndo risco de perdê-la... Eu...

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