Capítulo 47

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— Deixa que eu pego isso, Puppy.

Jinyoung parou no meio do caminho de pegar uma caixa e deixou que Jackson a levantasse. Ele estava exausto daquela mudança, mas era necessário, pois o advogado queria sair o mais rápido possível daquele apartamento.

— Anjo, você parece bem... — comentou Jinyoung, vendo o namorado carregando duas caixas de uma vez. — Me sinto um sedentário...

— Eu carrego várias caixas de bebida, amor. Isso aqui não é nada.

— Agora sim me sinto um inútil.

— Ah, Mark... Ele quer carinho.

Jinyoung colocou uma das mãos sobre a boca, dando uma pequena risada, logo sentindo dois pares de mãos nele. Jackson o abraçou pela frente e Mark por trás, beijando o pescoço do namorado.

— Você está bem, Puppy?

E lá estava, a conversa que eles haviam evitado por dias. Após Jinyoung desabar em choro, ele fingiu que nada havia acontecido, dizendo que estava tudo bem e que não havia sido afetado por nada que a mãe dissera, mesmo que claramente fosse mentira.

— Eu estou tentando... Ela ligou para Taek.

Mark saiu de trás do moreno e indicou com a cabeça para o loiro encaminhar o outro até o sofá. Quando estavam sentados — Jinyoung no meio, claro — o advogado suspirou fundo.

— O que ela queria com o seu chefe? — questionou Mark.

— Falou para me demitir. — Jinyoung deu uma risada, mas nenhum dos namorados gostou de ouvir aquele som. — Eles se conhecem... de congressos, essas coisas. Ela não disse exatamente: "demita-o", mas foi algo como um aviso do tipo: "não sei se você sabe, mas ele é gay e não afetará nossa amizade se você demiti-lo."

— E ele vai? — A pergunta veio de Mark, que pareceu preocupado.

— Não... Taek sabe. Na verdade, ele me deu folga quando eu voltei com Jackson. Ele sempre soube... principalmente porque eu dei em cima dele muitas vezes...

— Seu sem vergonha. — comentou Jackson, arrancando risadas dos outros dois. — Fala isso na nossa frente.

— Você também já deu em cima dele, Jack. — afirmou o advogado.

— Okay... Ele é meio irresistível.

— Mas ele não é hétero, gente? — Mark olhou de um para o outro, com uma ruga na testa. — Não era isso o que você sempre falou, Jinyoung?

— Eu acho que ele não é. — falou o chinês, balançando os ombros.

— Eu também desconfio. Você tem que ver a cara que ele faz para Hakyeon...

— Hum, mas Jinyoung... Você está fugindo do assunto. — Mark apertou de leve a mão do outro, que suspirou. — Te magoou, né? Sua mãe fazendo algo assim... Além de tirar o apartamento, fala para o seu chefe te demitir...

— Eu sabia que não ia ser fácil... Mas achei que seria mais fácil. Ela pareceu aceitar J com mais facilidade.

— Jaebum não é filho dela. — falou Jackson, com uma expressão triste.

— Ela perguntou se isso era influência dele, pois segundo minha mãe, eu o copio desde criança.

— Não escute isso, Puppy. — Jackson pediu, colocando a mão no pescoço do outro e massageando com cuidado. — Sua mãe não entende...

— Eu sei que não... Mas é difícil. Eu me preparei a vida inteira para esse dia, eu sabia exatamente como eles reagiriam e que isso ia acontecer, eu sabia de tudo, mas ainda sim... — Jinyoung não soube quando começou, mas percebeu que chorava quando sentiu os dedos de Mark afastando as lágrimas de suas bochechas. Ele ergueu o rosto, respirando forte pela boca para controlar o choro, não era hora para aquilo. — Dói para caralho.

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