Hey, Hands Up!

Capítulo 38

Yugyeom se sentia derrotado, mesmo com Bambam dormindo nos seus braços. A divindade não pudera fazer nada para evitar que os amigos passarem por aquela humilhação. O loiro havia lhe dito que ele não podia evitar todas as desgraças que aconteciam no mundo, mas não significava que o moreno não tentasse, todas as vezes.

O moreno resolveu focar em outra coisa, para não ficar se remoendo com o que acontecera naquele dia, então resolveu olhar o quarto do tailandês. Seus olhos varreram o local e focalizaram no urso marrom de laço amarelo que o loiro havia ganho na vez em que eles foram no parque. Era engraçado, mas o bichinho de pelúcia, que antes servia para o outro abraçar e dormir, agora não era mais necessário. Há quantas noites Bambam o usava no lugar do urso? Ele não conseguia se lembrar.

"O que eu estou fazendo?"

Yugyeom sabia que tinha algo errado com ele, que aquela situação toda já estava absurda. Divindades e humanos não deveriam ser assim tão próximos. Então, o que estava acontecendo? Por que ele não conseguia se afastar? A divindade já havia tentado isso antes e dera tudo errado e agora era incapaz de tentar algo do gênero novamente, não se sua atitude pudesse colocar Bambam em perigo outra vez e ele sentia que o demônio ainda rondava por ali, esperando a oportunidade certa.

Estranhamente, Bambam começou a se movimentar do lado dele e o moreno sorriu, pensando que o protegido tinha acordado, mas uma ruga se fazia presente na testa do loiro, enquanto ele se remexia, agitado. Yugyeom não precisou ler a mente do outro para saber que era um pesadelo. Constantemente ele estava tendo vários e com cada vez mais frequência. Outro sinal de que o demônio não havia deixado eles em paz. A divindade colocou a mão delicadamente na testa do outro e logo sentiu o tailandês relaxar, novamente dormindo com tranquilidade.

A noite passou em um piscar de olhos, pelo menos para a divindade. Yugyeom olhou no relógio do celular e percebeu que estava no horário em que Bambam tinha que acordar.

— Bam, tá na hora de levantar.

Acordar e notar que Yugyeom era a primeira coisa que ele via no dia, já deixava Bambam feliz. Há tempos ele havia jogado a prudência fora e resolvera aproveitar cada momento que teria até que o moreno tivesse que voltar para casa.

— Eles estão bem?

A primeira pergunta que Bambam fez no dia era sobre os amigos e Yugyeom não pode deixar de sorrir abertamente. O loiro não podia ser real! Ele era tão puro que se o moreno não conhecesse seus irmãos, desconfiaria de que ele fosse um deles.

— Estão... Na verdade, estão se beijando agora. Espera... pronto. Não vejo mais.

Bambam sorriu enquanto se espreguiçava. O Sol batia no rosto do tailandês e Yugyeom se perdeu por um momento. Ele parecia tão iluminado que o moreno não queria dividir aquela cena com ninguém. Com um suspiro a divindade percebeu que talvez fosse fraco demais para encontrar um rapaz para o tailandês.

O início da manhã passou rapidamente. Yugyeom preparou o café da manhã para o outro, que se arrumou sem pressa. Em pouco tempo eles estavam prontos para enfrentar mais um dia.

— Sua prova... Está preparado?

— Estou morrendo de medo. — Bambam comentou, com um suspiro. — Vou errar tudo.

— Você vai passar.

— Para de me dar spoiler do meu futuro! Agora estou mais nervoso!

— É um fato, Bam. Você vai passar e eu vou te dar um carro de presente!

— Você vai o que?! — O loiro parou com o talher no meio do caminho, com a boca aberta. — Você não pode me dar um carro!

— Tanto posso que vou dar!