Capítulo 8

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Jackson encontrara Ahn Heeyeon. Após tentar pelos meios legais, ele teve uma ideia ilegal, mas era por um motivo maior.

Primeiro o chinês decidiu que precisava das filmagens do shopping do fatídico dia em que a moça havia desaparecido. Ele descobriu que o sistema que armazenava as filmagens ficava em uma espécie de depósito, do outro lado da cidade. O loiro rumou para o local e subornou o responsável pelo galpão e saiu de lá com os vídeos de toda a semana de quando a garota havia desaparecido.

Somente na segunda vez que Wang assistiu tudo, que ele reparou o padrão. Um homem muito suspeito, vestido todo de preto, aparecia várias vezes na câmera. Durante todo o passeio da Heeyeon, ele a seguiu de longe.

Jackson imprimiu a foto do homem e foi atrás de Namjoon. O policial rodou pelo sistema e informou que havia um retrato falado com o rosto do indivíduo feito por uma das crianças resgatadas da batida policial que havia acontecido no prostíbulo.

Juntando os pontos, o chinês sabia qual era o próximo passo. Com uma foto impressa da garota, ele foi até seus contatos. Dois dias depois e muito dinheiro gasto, recebeu a notícia de que ela estava trabalhando em uma casa ilegal de prostituição.

O loiro estudou a região para possíveis locais de fuga. Seria difícil entrar e sair daquela localidade. Claro que ele poderia pedir para o melhor amigo invadir a casa ou sei lá o que os policias faziam, mas havia aquele negócio chato chamado mandato e sem provas, Kim estava de mãos atadas.

Jackson chegou na casa às quinze horas e se passou por um cliente. Não foi difícil, ele só precisou de dinheiro. E lá estava o seu segundo ato ilegal como detetive particular.

O chinês entrou vasculhando o grande salão, procurando pela moça. O ambiente principal era escuro e havia um cheiro horrível no ar, uma mistura de suor e urina. Várias mulheres e homens começaram a se oferecer para ele, mas o loiro os afastava. Jackson encontrou a desaparecida em um canto, com aparência anêmica e cheia de hematomas pelo corpo. Ele havia dito para si mesmo que se manteria forte, mas a cena mexeu com o seu coração.

— Oi.

A moça o encarou e com um suspiro se levantou, o jogando na cadeira. Antes que ele processasse, ela estava sentada em seu colo.

— Não... Nós precisamos sair daqui.

— Para alugar um dos quartos, tem que pagar a mais.

— Não, eu fui mandado pela sua mãe. Ela está te procurando...

A moça o encarou por um momento, com os olhos fundos e Jackson percebeu que ela estava sob efeito de drogas.

— Eu não posso... Eles são poderosos, vão nos matar...

— Se sairmos daqui agora, o homem da cozinha vai fazer vista grossa. — Jackson a segurou pela cintura e a colocou de pé, e logo fez o mesmo. — Vamos antes que alguém nos veja.

— Eu não posso...

— Como não? Seus pais sentem sua falta.

— Não é isso... Meu filho está lá em cima.

— Filho!? — O loiro notou como os ombros da moça se abaixaram e os olhos se encheram de água. — Onde ele está? Vamos pegá-lo.

Jackson já conseguia escutar Amber e Namjoon dando lhe uma bronca. A situação era muito arriscada, pois o segurança do local iria voltar do café a qualquer momento e seria impossível sair dali com uma mulher e uma criança.

Heeyeon seguiu pela escada, o puxando pela mão; os dois tentaram agir o mais normal possível, diante das circunstâncias.

O quarto que abrigava o filho da moça era frio, escuro e cheirava a mofo. A criança estava chorando e até os dois adentrarem o quartinho, não havia ninguém para ouvi-lo.

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