Capítulo 21

279 53 14
                                    

Yugyeom acordou com um grito de Bambam. A divindade não precisava dormir igual aos humanos, mas quando o corpo ficava cansado, ele tinha que descansar. Após exorcizar o loiro, ele ficara exausto e acabou adormecendo no sofá do tailandês.

O moreno se apressou até o quarto do amigo e o encontrou com um olhar perdido, olhando para frente, sem parecer entender o que estava acontecendo. Yugyeom se aproximou vagarosamente para não assustar o outro.

— Bam, está tudo bem?

— Eu... tive um pesadelo. — O loiro esfregou a mão direita nos olhos e olhou em volta. — Você dormiu aqui?

— Eu fiquei na sala. — Yugyeom respondeu com um pequeno sorriso. — Está se sentindo melhor?

— Por que você se importa?

— O que? Como assim? — O moreno ficou preocupado. O outro ainda estava confuso? — Eu me importo com você.

— Para de mentir para mim! — A voz de Bambam se exaltou e ele suspirou frustrado enquanto se levantava da cama. — Se você ligasse tiraria aquilo antes de mim!

— Bam...

— Nada disso... Eu estava gritando por você! — O mais baixo levantou um dedo na direção do outro. — Aquela coisa... tinha medo de você. Mas em nenhum momento você reparou, Yug. Muito preocupado olhando para todo mundo, menos para mim.

— Que coisa? — Yugyeom deu uma risada forçada. — Bam, acho que você ainda está com febre.

Bambam passou a mão pelos fios loiros e saiu do quarto balançando a cabeça. O tailandês seguiu direto para a cozinha e abriu a geladeira, procurando entre as prateleiras. Irritado pegou um pedaço de queijo e foi até o armário, onde tirou um pão de forma do plástico.

— O que você está fazendo?

— Comendo! — O loiro encontrou uma faca e começou a preparar um sanduíche. — Eu não como há dias! Mas você não viu, né?

— Não... — Yugyeom abaixou o olhar se sentindo péssimo. — Me desculpe...

— O que você é?

Yugyeom sabia que estava levando aquela conversa longe demais. Ele teria que fazer Bambam esquecer aquilo tudo, pois claramente o outro se lembrava. Infelizmente aquele não era um bom uso do poder da divindade, pois era errado mexer nas lembranças humanas, mas qual escolha ele tinha?

— Aquilo era um demônio? — Bambam não desistiria. Se era assim que o moreno queria, ele insistiria até tirar algo do outro. — Sabe por que ele entrou em mim?

— Demônio? Bambam... essas coisas não existem.

— Aquela coisa achou que teria alguma vantagem sobre você se... me possuísse. — O tailandês falou, comendo um pedaço do pão. — Na hora eu pensei que ele estava louco, né? Tipo, você mal fala comigo... Seria mais fácil se ele entrasse em um gato.

— Bam... Não é assim. Você significa muito para mim.

— Cara, vai embora... — Bambam apontou a faca displicentemente em direção a porta. — Quando você quiser falar a verdade, você volta.

— Bambam, seja razoável.

— Vai embora.

Yugyeom tentou dar a volta na bancada para se aproximar do outro, mas logo foi afastado com um empurrão.

— Eu já falei para você ir embora! Cadê aquele livre arbítrio que você sempre fala? Saia daqui!

— Bam...

Hey, Hands Up!Onde histórias criam vida. Descubra agora