Capítulo 26

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Jackson não entendeu o porquê estar recebendo uma carta sem remetente. O envelope amarelo parecia inchado e o chinês o analisou por um momento antes de o abrir. Para a surpresa do loiro, haviam várias folhas dobradas dentro do invólucro e Wang as puxou com cuidado. Logo o que chamou sua atenção, foi um pedaço de papel, que estava solto e por isso foi a primeira coisa que escapuliu das mãos do chinês e acabarou na mesa de madeira do seu escritório.

Jackson,

Estou mandando essas coisas para você, pois és a única pessoa que confio.

Provavelmente estarei morta quando você receber isso. Tudo bem, sempre soube que não duraria muito. Mesmo assim, agradeço por me tirar daquele inferno. Meu filho está vivo graças a você.

Obrigada por tudo e peço que não se arrisque tentando novamente ser herói. Por favor, entregue isso para seus amigos policias ou alguém quem confia.

Ahn Heeyeon


O primeiro instinto do loiro foi afastar os papéis de perto dele. O que era aquilo? Uma piada doentia? Jackson não queria olhar aquelas folhas; estava com medo da verdade ou sei lá o que fosse aquilo.

O loiro respirou fundo e resolveu desdobrar os papéis e os olhar. Em pouco tempo percebeu que a maioria eram escritos de punho da moça, que parecia contar algumas coisas que deixara fora do testemunho para a polícia. Por que ela fizera aquilo? Claramente ali tinham mais provas e que levariam mais pessoas para a prisão.

Por último, haviam algumas fotos impressas, mas não em papel fotográfico e sim em folhas sulfite, as deixando sem qualidade, mas o loiro constatou que Heeyeon havia tirado aquelas fotos com o celular e pareciam estar repletas de policiais por elas. Ele teve vontade de bater na mesa, pois ali estavam as provas do que o chinês desconfiava há um tempo.

Rapidamente, Jackson observou imagem por imagem e mesmo sendo óbvio, se viu aliviado de não ver nenhum dos seus amigos nelas.

Jackson parou por um instante, se apoiando na cadeira. Onde Heeyeon havia tirado aquelas fotos? Na casa que supostamente estava protegida? Tentando responder essas questões, o loiro se debruçou sobre o bloco escrito à mão.

O bloco de folhas amarelas estava quase completo e nele haviam alguns relatos corridos e um pequeno número de novos nomes, mas a moça se desculpava por não saber os nomes de todos os policiais que estavam nas fotos. Ahn também informou que o chefe da organização criminosa havia mudado, pois o outro estava velho demais. Ele teria por volta dos trinta e cinco anos, escrevera a mulher. Mas, ainda segundo ela, o homem era a inteligência de tudo e quase não sujava as mãos.

O chinês esfregou os olhos por um momento, com a cabeça a mil. Tantas coisas que Heeyeon havia informado e ela havia se arriscado e provavelmente morrido para que aquilo chegasse nas mãos do loiro e o mínimo que ele poderia fazer era tentar juntar os pontos. Seus amigos, mesmo sendo todos confiáveis, iriam o deixar fora da investigação e Jackson não queria aquilo.

Ainda absorto em pensamentos, o chinês mal notara uma presença no seu escritório. Assim que levantou o olhar, deu de cara com Lee Ji Eun, que exibia uma expressão irritada no rosto, mas ao mesmo tempo um tanto cínica.

— Como você entrou aqui?! — perguntou Jackson, se levantando da cadeira, com uma expressão séria. — Tenho que pedir para a senhorita se retirar.

— A porta estava aberta... Tenho que dizer que você foi mais simpático da primeira vez que nos vimos, senhor Wang. — A mulher tentava soar agradável, mas seus olhos não negavam a malícia por detrás de seus gestos simples. — O que me faz pensar... que talvez você tenha descoberto algo sobre minha filha que não queria me dizer.

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