Hey, Hands Up!

Capítulo 22

Bambam estava sentado na janela observando a chuva. A superfície era bem larga e dava para ficar confortavelmente ali por horas e era isso que o loiro estava fazendo.

Ainda era quinta-feira e o tailandês já se via cansado de no outro dia ter que trabalhar. Ele havia ligado preocupado para o chefe, por causa das duas faltas seguidas, mas o homem informara que Yugyeom havia dito que ele estava doente e que o moreno estava cobrindo para ele.

Bambam ainda estava com sentimentos conflituosos em relação ao outro. Ele sabia que exagerara um pouco no drama, mas aquelas últimas semanas foram tão horríveis que assim que ele viu o rosto do moreno tentando fingir que nada tinha acontecido, a irritação tomou conta. Como Yugyeom podia fazer aquilo com ele? Os dois eram amigos, não é? Ou pelo menos costumavam a ser.

O tailandês se sentia tão sozinho. O jovem queria muito ligar para Jackson e pedir um abraço, mas como explicar aquela situação? Todos pensariam que ele estava louco, mas não estava ou estava? Não! Tinha certeza do que havia passado, visto e sentido.

O som da campainha se fez presente no ambiente e com um suspiro o loiro se levantou. Provavelmente era a pizza que ele havia pedido. O jovem foi até a porta, a abrindo, mas para a sua surpresa não era a comida e sim Yugyeom, com uma caixa na mão e um sorriso no rosto.

— Eu trouxe pizza! — informou, entrando no apartamento assim que o outro deu passagem. — A sua favorita.

— Eu já pedi uma...

— Eu sei, por isso fiquei esperando o rapaz aparecer e a peguei.

Bambam enrugou a testa e se sentou no sofá sem entender o que o outro queria dizer. Como assim ele sabia daquilo? Como ele poderia saber?

— Você está com aquela expressão de confusão. — comentou o mais alto, sentando ao lado do outro e colocando a caixa na mesa de centro. — Você junta as sobrancelhas e olha para o nada...

— Como você poderia saber que eu pedi pizza? — O loiro involuntariamente se afastou do outro. — Estava... ouvindo minhas ligações?

— Não... Os seus pensamentos.

— O que?! — Bambam ameaçou levantar do sofá, com os olhos arregalados, mas o outro segurou em seu braço, o impedindo. — Por favor, não me machuque.

— Calma... Eu vim explicar tudo. Eu nunca te machucaria, Bam. Nunca! — O moreno retirou a mão do braço do mais baixo, que pareceu relaxar no lugar. — Vai ser complicado, mas eu vou tentar...

— Por favor, comece do início.

— Okay... No início não tinha nada e a divindade estava solitário, então através do Big Bang criou o universo e-

— Do que você está falando? — Bambam voltou a exibir a expressão confusa após interromper o outro — Você é muito estranho.

— Tá... Acho que fui muito no início, né? — Yugyeom deu um sorriso tímido e tentou novamente. — Eu realmente não sei como explicar isso para você.

— Aquilo que entrou em mim era um demônio? — Bambam resolveu que perguntas seriam a melhor forma de enfrentar o problema. — E... você tem poderes?

— Sim e sim.

— Mas como isso é possível? Eu achei que estava maluco, mas... seus olhos estavam azuis e tinha uma luz tão forte... Você é um anjo?

— Anjos não existem.

— Como você sabe?

— Então... Eu vim lá de cima. — O moreno levantou o dedo indicador e apontou para o alto. — Eu... sou uma divindade.