Capítulo 1

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Antes...

2016

Nova York – EUA

Dylan

Sabe uma coisa que eu nunca suportei em toda a minha vida sempre que vejo? Casais felizes. Eu não consigo sentir absolutamente nada por ninguém. Só o que eu tenho são instintos, necessidades carnais, mas aquele brilho nos olhos que só alguns casais têm, eu não faço ideia do que seja aquilo. Só sei que sinto vontade destruir, até não sobrar nada.

- Eu esqueci o seu nome, qual é mesmo?

- Joel... Agora me solta, seu desgraçado!

- Ah, é verdade... – Ajeito meus cabelos para trás. – Me diz uma coisa, Joel, você ama a sua mulher?

- É claro que eu amo! Porque está me perguntando isso?

- Só queria dizer o quanto admiro você e sua bela esposa...

- O que?!

- Vivian.

- O que é que disse?!

- Fui à sua casa hoje de manhã, depois que saiu. Tentei brincar de marido. Eu tentei vivenciar a vida de um homem simples. - Me levanto da cadeira e caminho até o canto da sala. – Não deu muito certo... – Apanho uma caixa. – Então... eu peguei uma pequena estatueta de mármore que vocês tinham de enfeite na sala, muito bela inclusive... a cabeça dela... você tinha que ver...

- Do que é que você está falando?! – Ele diz com a voz trêmula.

- Porque sabe, eu invejo a sua vida normal. Parece que inveja é o meu maior pecado.

- Mentira! Você é um mentiroso! CALA A BOCA! – Joel começa a chorar. - Não! Não...

- Ela implorou para viver, Joel. Implorou pela vida dela e pela vida do bebê que carregava.

- O... o que?! – O homem me encara, parecia não saber do que eu estava falando.

- Ah... – Dou um sorriso discreto. – Você não sabia?

- Meu Deus... MEU DEUS!!!! – Ele cai em prantos.

- Mas não se preocupe, Joel, eu a trouxe até você de volta. Pode ficar com ela. Porque sabe, essa vida de homem simples não é para mim. – Abro a caixa, revelando a cabeça da esposa dele.

- NÃÃÃÃOOO... – Ele vomita.

- Só espero que vocês se encontrem novamente algum dia... – Saco uma arma e atiro na cabeça de Joel. - ... no inferno.

Dia seguinte...

- Inspirado hoje, Dylan?

- Sim, e muito.

Entro em meu estúdio de tatuagens que ficava no centro de Nova York. Quem me recebe com um tom de voz caloroso e animado é minha atendente Elisabeth Dammer. Quando a vi pela primeira vez soube que era a pessoa perfeita para me ajudar, sua presença trouxe vida a este lugar sombrio onde eu expunha minhas artes em forma de tatuagem na pele das pessoas.

Seu cabelo era negro e cumprido jogado para o lado esquerdo da cabeça, enquanto ao direito estava raspado, deixando bem claro seu corte de cabelo "sidecut". Ela era considerada uma mulher de baixa estatura, e gostava de usar vestidos pretos e coturnos da mesma cor. Seus olhos esverdeados eram o que dava vida ao seu estilo gótico nem um pouco discreto.

Enquanto a mim, eu era bem alto, com mais ou menos 1,80 de altura. Cabelos loiros escuros batendo nos ombros e pele corada, repleta de tatuagens onde quer que olhasse. E a cor dos meus olhos descreviam perfeitamente os meus sentimentos, eram cinzas.

Amor Oculto - Vol. IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora