Capítulo 53 - {FINAL}

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"Este trem não está destinado à glória, e eu não quero ir, não, não;

Senhor, tenha misericórdia que o trem fantasma passe por mim; Curse seus trilhos para as ervas daninhas e a ferrugem; Diga-me mais uma vez essa velha história; Curar o orgulho e curar a carne e curar a luxúria." - North Country Gentlemen

- Porque você fez isso... eu te odeio... – Eu dizia em meio ao meu choro.

Sinto algo encostar na minha perna e quando me levanto vejo que era a mão de Ben se mexendo, eu rapidamente o deito de lado.

- Ben?! Ben?! – Ele vomita toda a água que estava em seus pulmões. – ISSO!!! – O deito de barriga para cima de novo, acaricio seu rosto, que estava repleto de areia, e o vejo abrir seus olhos azuis e me olhar. - Quantas vezes eu vou ter que te salvar?! – O abraço com todas as forças que me restavam.

- Ninguém mandou você querer ser veterinária... – Ele sussurra rouco.

- Idiota... – Eu volto a olha-lo, com um sorriso imenso no rosto.

- Vai ficar me chamando de idiota até quando?

- Até quando eu quiser.

- Eu tenho sentimentos, sabia?

- Eu também tenho. Você quase me matou do coração. Achei que tinha morrido! – Eu passo a mão em seu rosto. – Nossa... puta que pariu...

- Relaxa. Vaso ruim não quebra... - Ben tosse mais algumas vezes. – Que lugar é esse?

- É uma ilha.

- Eu não quero ficar deitado...

- Ben, espera, você não devia fazer esforço ainda...

- Esforço?! – Ele me encara, parecia sério. - Agora eu vou te segurar e não vou soltar nunca mais, não interessa o esforço que eu vou ter que fazer pra isso!

- Eu tô falando sério! Eu nem sei onde estamos, então é melhor a gente começar a bolar um plano o quanto antes. Estamos molhados e já está anoitecendo, deveríamos fazer uma fogueira para nos aquecermos.

- Espera ficar a noite que vou descobrir onde a gente está.

- Como?

- Consigo me orientar pelas estrelas.

- Ata, desculpa.

- Esqueceu que eu vivia no mar?

- Ah, é verdade... – Ponho a mão atrás do pescoço de Ben. - Consegue se levantar?

- Acho que sim. – Ben se senta na areia, parecia um pouco abatido. – Pode ver se eu tenho alguma ferida nas costas? To sentindo muita dor lá. Me lembro de ter levado uma pancada depois da explosão.

- Eu espero que você não tenha mais nada, porque eu to cansada de cuidar de você.

Subo a camisa dele e vejo uma mancha roxa em cima das suas cicatrizes profundas, mas nenhuma ferida aberta. Eu toco suas costas e ele recua com a dor.

- Fica quieto, eu preciso saber se é só um hematoma de pancada ou outra coisa pior. – Eu aperto em volta, mas não consigo extrair muita coisa disso. Para ter certeza começo a ver outros padrões vitais de Ben. – Está com muita cede?

- Não. Porque?

- Me dá seu pulso. – Ele ergue o braço e eu começo a contar seus batimentos. – Hum, pulso normal... – Puxo a pele do olho dele para ver qual a cor da mucosa, parecia rosada. – Não está branca... Quantos dedos tem aqui? – Mostro minha mão aberta.

Amor Oculto - Vol. IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora