Capítulo 50

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"Não me teste diabo, diabo; Não pode me comprar diabo, diabo; Você não vai fazer de mim um tolo, oh não; O que te faz tão especial, especial; Para pensar que eu cederia; À essa dança entre você e eu diabo, diabo;

Você toma a forma de; Tudo o que me atrai; Você toma a forma de; Tudo o que me atrai; Mas seus olhos; Estão mortos e vermelhos; Vermelhos como a ferrugem." - Milck

Dylan

Eu apontava minha arma para a cabeça da Lyanna. Finalmente eu ia matar essa vadia infernal. Ela escolheu ficar contra mim, então esse vai ser o seu destino.

- Levanta! – Eu ordeno.

Lyanna se apoia em um tambor de gasolina que havia no canto da parede e se esforça para se levantar. Mulheres, fracas como sempre e ainda insistem em me desafiar. Vê-la naquele estado só me dava mais ainda sensação de poder, de que eu era algo grande e importante. Ainda mais por saber quem ela realmente é, só me fazia me sentir melhor ainda.

Ela finalmente fica de pé, mas se apoiando no tambor, me encarava com raiva, mas só o que eu conseguia dá-la em troca, era meu sorriso convencido. Aquele olhar dela não me atingia mais, porque finalmente provei a ela o quanto era minúscula, tão pequena que eu mal podia vê-la daqui de cima. E agora eu vou esmaga-la feito uma barata, porque é isso que ela é.

- Alguma vez achou que era mais do que um graveto? – Eu sorrio, estava confiante. - Você não é a chama. Você é a fagulha que começa a fogueira que EU armei. Você não é uma heroína. É um símbolo. QUE EU CRIEI! – Lya me olha, parecia apavorada. - Você simboliza a esperança de que as mulheres um dia ganham em uma discussão com seus maridos, de que não sejam cantadas quando andarem nas ruas, de que seus patrões não falem sobre seus peitos, de que elas ganhem tanto quanto os homens ganham, MAS ESSA LUTA É INVENCÍVEL! – Encosto a arma bem no meio da testa da Lyanna. - Quando eu te matar, vão ver que não há esperança. Mulheres não podem liderar! Mulheres não podem vencer! Elas sempre terão menos inteligência, e menos força! Elas vão finalmente entender que o que elas podem e devem fazer É SE CALAR, BAIXAR A CABEÇA E METER O RABINHO ENTRE AS PERNAS!!!

Tic

Tic

Tic

A arma não dispara quando aperto o gatilho diversas vezes. Eu desencosto ela da cabeça da Lyanna e tiro o carregador, estava vazio. Nossos olhos se cruzam, e ela me encarava sem dizer uma palavra, parecia tão chocada quanto eu.

- Não fica aí parada me olhando. Fala alguma coisa. – Eu estava extremamente frustrado. - DIGA ALGUMA COISA!!!

- Você estava errado. – Ela se desencosta do tambor, ficando de frente para mim. - Tem uma coisa muito mais poderosa nesse mundo do que um homem humilhado... – Lyanna dá um sorriso convencido. – Uma mulher muito cruel.

Ouço um disparo e uma dor se enraíza pela minha perna esquerda, que logo perde as forças e eu caio de joelhos. Olho para trás e vejo Elena erguer o braço esquerdo, as balas que estavam na minha arma caem da mão dela e quicam pelo chão, enquanto em sua outra mão ela mirava com a arma da Lyanna para mim. MALDITA!


Antes

Elena

Levo um susto quando minha porta é esmurrada com todas as forças, corro até ela e a abro. Lya entra com tudo na minha casa, sem nem pedir licença. Eu fecho a porta logo em seguida e me viro para ela, esperando uma boa explicação, já que ela deveria estar no hospital se recuperando.

Amor Oculto - Vol. IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora