Amor Oculto - Vol. III

Capítulo 42

Um mês depois

Lyanna

Eu já havia me recuperado bastante depois de todo esse tempo hospitalizada. Já conseguia respirar normalmente sem sentir tanta dor, e os remédios ajudavam ainda mais. Elena não saiu do meu lado desde de então, algumas vezes ela tinha que ir para as suas missões, mas sempre voltava aqui. Como se eu fosse sua casa agora, mas eu sabia que isso era só uma maneira dela me enganar.

Eu não havia me esquecido da lembrança que eu tive. Os sentimentos desapareceram, mas a visão do rosto de Hanna no rosto de Elena ainda era clara em minha mente, e eu não iria ignorar isso.

- Vai me dizer dessa vez o motivo do Dylan ter feito isso com você? – Elena fala.

- Ainda insistindo nisso?

- Eu não vou desistir, você sabe disso.

- Se quer tanto saber, porque não pergunta para ele?

- E porque eu perguntaria algo ao Dylan? Você fala como se eu tivesse contato com ele... – Elena desvia o olhar quando eu a encaro. - Aquele cara vive ocupado o tempo todo, você sabe disso.

- Sei lá, fala com o Josh que ele fala com o Dylan para conseguir um espaço na agenda lotada dele pra você.

- Olha você sendo escrota de novo! Eu não quero falar com o Josh, e você sabe muito bem disso!

- Só sei que eu quero me mandar daqui, não aguento mais esse hospital. Esse lugar não tem nem janela!

- Mais umas semanas e você vai estar novinha em folha pra poder ir embora.

- Eu já me sinto bem, se eu sair daqui vou me sentir melhor ainda.

- Você sabe que não pode sair daqui assim, Lya.

- É o que vamos ver...

Afasto o lençol que me cobria e me levanto da cama, sinto um pressão no local onde minhas costelas haviam se quebrado, e uma dor percorre por ela. Seguro a respiração tentando de alguma forma resistir a dor e me sento na cama. Não estava doendo como no início, mas ainda incomodava.

- O que você tá fazendo?? – Elena se levanta e vem até mim.

- Vou me mandar daqui! É isso que estou fazendo!

Tento me levantar, mas minhas pernas fraquejam e Elena me segura na mesma hora. Eu a empurro e ela se afasta surpresa.

- Não preciso da sua ajuda. – Falo friamente.

- Desde quando você é tão orgulhosa desse jeito?

- Desde que eu nasci. – Eu me apoiava na cama tentando recuperar as forças nas minhas pernas. – Quantos seguranças tem lá fora?

- Muitos.

- "Muitos" quantos?

- Sei lá, uns dez, eu acho, ou mais.

- Merda... – Eu paro por um segundo, não conseguiria fazer nada nessas condições.

- Vamos, Lya, deixa de ser teimosa e volta pra sua cama.

Mesmo não querendo volto para a minha cama, e cruzo os braços impaciente. Não aguentava mais ficar nesse lugar, e saber que eu era praticamente obrigada a ter que ficar aqui me irritava ainda mais.

- Quer saber porque ele me torturou? – Olho para Elena.

- Quero.

- Lembra que sai em uma missão sozinha?