Capítulo 39

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"Quando eu fico louca e perco a cabeça; Eu pego meu lápis e escrevo uma lista; De todas as pessoas que eu não sinto falta; Você faz parte da minha lista de merda;

Para todos que me colocaram para fora (lista de merda); Para todos que encheram minha cabeça de desanimo (lista de merda); Para todos os otários que me fazem perder a cabeça (lista de merda); Você faz parte da minha lista de merda." - L7 ♫

Assim que eu chego destranco o portão e vejo que minha casa estava toda escura do lado de dentro. Logo pensei que meus pais poderiam ter saído para algum lugar. Imaginar isso me preencheu de felicidade por dentro, pois agora eu ficaria sozinha, era só isso o que eu precisava.

Quando passo pela porta da frente e atravesso a sala, indo em direção a escada que levava ao segundo andar onde estava o meu quarto, ouço um barulho na poltrona da sala.

- Lyanna? – Reconheceria aquela voz em qualquer lugar, era o meu pai. Sentado no escuro como sempre. Como fui ingênua de achar que não havia ninguém em casa.

- Oi? – Eu paro no pé da escada de costas para a sala onde ele estava.

- Onde estava?

- Passei na casa de uma colega para fazer um trabalho.

Ouço ele se levantar e ir até a parede da sala, acendendo a luz e eu me viro. Ele estava segurado um corpo de bebida e se aproxima de mim.

- O que é isso no seu rosto?

- Eu cai... - Desvio o olhar.

- NÃO MINTA PARA MIM! – Ele aponta o dedo para ao meu rosto e sinto o bafo da bebida chegar até às minhas narinas.

- Eu apanhei! – Admito.

- E porque não revidou?

- Porque eram quatro, elas me seguraram e...

- Você é fraca! Por isso que essas coisas acontecem com você!

- Eu não sou fraca...

- O que disse?

- Eu não sou fraca!

- Então tire suas roupas, deixa eu ver o estrago que elas fizeram em você.

- Cadê a minha mãe?

- Ela pegou plantão no hospital, teve que trabalhar a noite.

Minha mãe era enfermeira, então mal ficava em casa, e quando voltava do trabalho estava sempre estressada. E era aí que o inferno começava, pois ela sempre descontava seu estresse em mim de alguma forma, isso quando não brigava com o meu pai também.

Engulo em seco ao saber que eu estava sozinha em casa com o meu pai. Meu dia já tinha sido uma merda, agora vai terminar assim... Não pode ser. Isso não pode estar acontecendo comigo. Porque eu? O que foi que eu fiz de errado?! Eu simplesmente nasci e essas coisas vem acontecendo desde então. Eu não aguento mais isso! Eu só quero ficar sozinha! Me deixem em paz!

- TIRA AS SUAS ROUPAS!

Ele grita de novo comigo me despertando de meus pensamentos, e eu deixo lágrimas escaparem de meus olhos. Solto minha mochila no chão e depois começo a tirar minha blusa de frio, depois minha blusa de escola. Em seguida minha calça, ficando apenas de calcinha e sutiã.

- Eu quero que tire tudo!

Mais lágrimas escorrem de meus olhos e eu viro o meu rosto, enquanto tirava meu sutiã, depois a minha calcinha. Sinto um calor queimar em meu rosto, eu estava envergonhada de ter que me submeter a isso. Meu corpo todo tremia, estava com medo do que poderia me acontecer, e não havia ninguém para evitar.

Amor Oculto - Vol. IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora