O começo.

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POV: Bianca

Sempre fui diferente das meninas “normais” da minha idade. Aos 11 anos, gostava de dormir ao lado das minhas primas mais velhas e de madrugada deslizava minhas mãos por cima da colcha a fim de sentir o contorno do corpo delas, adorava o calor que subia pelas minhas pernas quando eu fazia isso. Aos 13 anos, consegui beijar pela primeira vez os lábios de uma garota, ela se chamava Ana, era minha melhor amiga na escola, e tão curiosa quanto eu. Depois do primeiro beijo, nos beijávamos sempre nos intervalos das aulas ou quando inventávamos uma desculpa para irmos ao banheiro juntas. Foi numa dessas que nos surpreenderam aos beijos no banheiro da escola, a diretora chamou os nossos pais e ainda nos deu uma suspensão. Uma semana depois, começaram as férias do meio do ano. A mãe de Ana resolveu tirá-la do colégio definitivamente e meu pai me mandou passar uns tempos na casa de tio Túlio, numa cidadezinha pequena, no interior do Rio de Janeiro. Logo eu que sempre gostei da cidade grande.

Meu pai, autoritário como era, tomou essa atitude quando em uma de nossas discussões eu gritei com ele e disse que faria tudo novamente com Ana. Bom, ele resolveu que ir para o meio do mato seria um belo castigo. Acabei passando meu aniversário de quatorze anos na casa de meu tio e agradeço deveras ao meu pai por ter me dado um castigo tão bom.

Logo que completei quatorze anos, tive também minha primeira relação sexual com uma mulher. Foi com Júlia, filha da empregada de tio Túlio. Ela vinha ajudar a mãe na cozinha todos os dias e sempre nos olhávamos diferente e eu, vivia inventando motivos para frequentar a cozinha da casa, hora procurando alguma coisa para comer, hora bebendo água... Tudo era motivo para ficar olhando Júlia mais de perto. Ela era uma mulher linda, tinha dezenove anos e os olhos verdes mais lindos que já vi até hoje. Passei a observá-la também de longe e percebi que sempre que terminava de ajudar sua mãe na cozinha, Júlia ia para a cachoeira que passava dentro do Sítio de tio Túlio. Um dia, fui atrás dela e fiquei observando-a por horas.

Ela tomava banho na cachoeira só de calcinha e sutiã, logo que me viu, saiu da água furiosa, resmungava e veio colocando a saia e a blusa pelo caminho. Eu morria de rir do jeitinho caipira que ela falava, não estava acostumada com aquele sotaque arrastado, porém, eu sabia que isso me encantava muito nela, a tornava diferente das meninas que eu estava acostumada a conviver e sempre gostei de pessoas diferentes. Além de que, Júlia, era extremamente sensual, tinha um corpo bem desenhado, seios grandes e durinhos, coxas grossas e uma pele tão branquinha que contrastava com os cabelos negros que caiam pelas suas costas.

— Tá me espiando, menina? – ela perguntou.

— Você fica linda nadando.

— Pare de dizer asneiras, é melhor “ocê” ir pra casa antes que seu tio pegue a gente conversando por essas bandas.

— Tá com medo de que, Jú? – perguntei segurando suas mãos geladas – Não consigo tirar você da cabeça, sabia? – completei.

— Eita menina! Eu sou empregada do seu tio, “ocê” não devia falar essas coisas comigo, não.

Olhei pra sua blusa molhada, o bico dos seus seios fazia volume. Senti meu corpo todo tremer de desejo, ela percebeu, cruzou os braços obstruindo a minha visão, mas, de nada adiantou, eu estava tomada de desejos por Júlia.

— Vai, Jú, admite! Você gosta do jeito que eu te olho!

— Ôxe! “Ocê” é uma criança! – exclamou irritada – Sei muito bem porque seu pai te trouxe para esse fim de mundo.

Suddenly It's Love | História Rabia.Onde histórias criam vida. Descubra agora