Aula quente.

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Terça-feira...

Só vi Rafaella no meu tempo de aula mesmo. Ela estava muito ocupada naquele dia. Lançou a matéria no quadro, explicou, muito bem explicado por sinal, suas aulas eram maravilhosas. Sentou-se na sua cadeira e ficou corrigindo provas de outras turmas. Estava tensa, será que estava distribuindo muitos zeros? Me levantei, olhei para Aristóteles compenetrado nos seus cálculos. Quando me viu levantar, balançou a cabeça negativamente e sorriu pelo canto dos lábios. Fazer o que se eu não resisto? Sorri pra ele também. Fui até a mesa de Rafaella. Abaixei-me para falar com ela e mostrei-lhe uma folha de fichário, estava escrito: “Professora, eu te amo!”

— Guarda isso. – pediu receosa olhando para os alunos. Estavam todos de cabeça baixa fazendo seus trabalhos. 

— Você fica linda nervosinha, sabia? – sorri – Tira uma dúvida?

— Lá vem você de novo. O que é?

— Posso passar na sua casa mais tarde? – perguntei impulsiva.

— Enlouqueceu?

— Ah, muda o discurso! Quando você não me chama de louca diz que eu enlouqueci. – inclinei um pouco mais o corpo. Eu estava quase atrás da mesa dela. Era uma mesa enorme de madeira, cheia de gavetas, lacrada na frente. Tinha uma distância considerável das carteiras dos alunos, de onde eles estavam sentados, não dava para ver nada que ocorria por baixo daquela mesa. Por isso, passei minha mão de leve por cima da calça jeans que Rafaella vestia, pousei na sua virilha. Sem despertar suspeitas, é claro, continuei olhando pra folha de fichário que estava sobre a mesa, assim, se alguém olhasse, eu estava tirando dúvidas.

Rafaella ficou pálida. Continuou com os cotovelos sobre a mesa, ela sabia que se fizesse algum movimento brusco, chamaria a atenção dos outros. Minha mão deslizava entre suas pernas e ela quase não conseguia respirar. Rafaella sutilmente tirou uma das mãos de cima da mesa e conteve a minha.

— Nunca mais faça isso, entendeu? – me olhou furiosa.

— Admite! Tá molhadinha, não tá? – sorri. Me recompus e sentei-me antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.

Rafaella levantou-se. Nos pediu licença e disse que em um minuto estava de volta.

“Será que ela foi ao banheiro?” – pensei.

— Ar, me empresta a caneta vermelha? – pedi.

— Bia, Bia... Toma jeito, hein? – me deu a caneta – Viu a cara dela? Estava furiosa contigo.

— Não estava! – exclamei sorrindo – Ela gosta, eu sei.

— Você não presta, sabia?

— Eu amo tanto essa mulher. – falei baixinho.

— Você é louca, isso sim.

— Ah, não! Não me venha você também me chamar de louca. Daqui a pouco isso vai virar apelido. – conclui feliz da vida. Será que felicidade é isso? Momentos? Sentir-se bem simplesmente?

Suddenly It's Love | História Rabia.Onde histórias criam vida. Descubra agora