Domingo II

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Tomei um banho bem geladinho e me deitei na cama. Fiquei fuçando o meu celular. O número da casa de Rafaella, o que ela estaria fazendo àquela hora da noite? Disquei. Chamou uma vez... Duas... Três... Nada. Ela não estava em casa? Onde estaria? Procurei na agenda o número do seu celular. Disquei. Chamou uma... Duas...

— Alô? – perguntou ela com a voz doce.

Me levantei. O coração dando pulos.

— Oi, Rafaella. – falei baixinho – Estou com muita saudade.

— Bia... É...

— Não pode falar?

— Estou na casa do meu pai, nos vemos amanhã na escola. – respondeu também baixinho – Amanhã eu levo isso pra você. – disfarçou.

— Esse otário do Rodolffo está aí, não é?

— Sim... Pode deixar, eu levo...

— Porque você me abraçou daquele jeito na festa? Eu não consigo tirar você da minha cabeça... Eu preciso dos teus beijos, Rafaella, da tua pele, do teu cheiro...

— Para! – pediu com a voz sufocada, como se tivesse posto a mão na boca ao falar – Tenho que desligar, não torne as coisas mais difíceis.

— As coisas não são difíceis, aproveita que o chato está aí e diz logo que não o ama. Resolve essa situação! Fica comigo, vai? – eu estava quase chorando.

— Tchau! – falou e desligou.

“Que momento era esse? Momento tristeza? Acho que sim. Me deitei novamente na cama e fiquei lembrando de como o dia havia sido bom. Pensei em Mariana? Não! Pensei em Rafaella... Como assim? Todos os lugares que eu fui hoje, eu queria ter ido com ela e mesmo depois dela ter desligado o telefone na minha cara, ainda assim, eu gostaria de ter ido com ela. Mas que droga! O que essa mulher fez comigo? Eu não conseguia pensar em mais nada a não ser naquele corpo lindo que eu apertei em meus braços, aquele cheiro de mulher que ficou no meu inconsciente, aquela boca gostosa que queimava na minha pele, naquelas mãos macias que conseguiram me levar ao céu... Suas palavras frias que me levaram ao inferno com a mesma rapidez. Chega!” – pensei. Tenho que conseguir dormir. 

[...]

No outro dia, fui até a sala onde Rafaella estava dando aula. Chamei-a da porta, ela me olhou completamente desconcertada, pediu um minuto aos alunos e veio falar comigo. Logo que saiu, fechou a porta. Olhei para o corredor vazio, todos estavam assistindo aula. Não consegui resistir, a abracei no mesmo momento. Ela ficou uma fera.

— Está louca, menina? – perguntou me empurrando.

— Uhun. – ri achando graça da sua cara de espanto – Vem cá, professora... – puxei-a novamente. Seu corpo estava tão quente. Beijei-lhe o pescoço. Ela me empurrou novamente, embora tenha ficado toda arrepiada.

— Você quer que alguém veja? – continuou irritada.

— Não gosta de aventura? Tudo o que é perigoso, é bom. – continuei rindo – Quase morri de saudade, sabia?

— Acho que você está confundindo as coisas de novo, Bianca.

— Não estou, não! – a olhei nos olhos – Na festa você me deu esperanças.

— É, você deve estar louca mesmo. Vai para sua sala, agora! – falou autoritária.

— Minha mãe disse desse mesmo jeito ontem: vai pro quarto agora! – falei sarcástica – Você tem algum parentesco com Hitler, tem?

Rafaella não resistiu e sorriu.

— Você diz cada coisa!

— Hey, você desligou o telefone na minha cara.

— Você estava sendo inconveniente.

— Eu estava sendo sincera. – segurei suas mãos, acariciei seus dedos – Estava agindo como se eu fosse sua amante.

— Não diz besteira... – puxou a mão. Abriu a porta – Vai pra sala! – completou antes de fechar a porta.

Ainda fiquei ali, olhando pelo vidro da porta por quase dois minutos. Ela era tão linda!

Suddenly It's Love | História Rabia.Onde histórias criam vida. Descubra agora