Quem procura, acha I

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Lá estava eu, às sete da noite parada de frente ao portão da casa de Rafaella. Insistente, eu? Que nada, apaixonada mesmo! Toquei a campainha... Toquei novamente... Olhei pela fresta do portão, a luz da varanda estava acesa. Tornei a tocar a campainha, eu estava ansiosa, esfregava as mãos, andava de um lado para o outro na calçada... Enfim, ouvi o "treck" do portão.

- O que está fazendo aqui? - perguntou surpresa.

- Boa noite para você também.

- Se tem alguma coisa para me falar, acho melhor me dizer amanhã no colégio. - falou literalmente na defensiva.

Eu ri, não do comentário dela, digo, eu ri para ela. Estava fascinada com seus pés descalços, sua roupa simples e seus cabelos presos para trás como eu nunca tinha visto antes. Pensei que ela não pudesse ficar mais linda do que já era, mas, me enganei terrivelmente.

- Se me deixar entrar, prometo me comportar, está bem?

Rafaella pensou por um instante.

- Eu juro! - exclamei enquanto virava a mão para trás cruzando os dedos. Coisa de criança, né? Cruzar os dedos quando diz uma mentira.

- Está bem, então. - fez um gesto para que eu entrasse.

Lá estávamos novamente, na sala, onde senti meu corpo tremer do mais delicioso desejo. Ficamos nos olhando por alguns segundos. Aspirei o cheiro de sabonete que vinha do corpo dela, suave e sedutor. Fitei novamente suas roupas, uma blusa de alcinhas finas, uma saia do mesmo tecido leve da blusa, em cores diferentes, a blusa era branca e lhe caía muito bem, a saia num tom pastel, ou bege, sei lá! Tem muita diferença de tom pastel pra bege? Que bom. Esses pensamentos me martirizavam.

- Fala, Bia. - pediu impaciente - O Rodolffo está me esperando na casa dele.

- Porque você fica tão tensa perto de mim, Rafaella?

- Eu não fico tensa perto de você, só estou com pressa.

"Pressa para ver aquele otário?" - pensei.

- Dá para me explicar o que aconteceu hoje na sala de aula? - perguntei.

- Pelo que eu me lembre, não aconteceu nada na sala de aula.

Cheguei mais perto dela, meu coração disparou.

- Não mesmo, Rafaella? - perguntei olhando profundamente dentro dos seus olhos.

- Não! - rebateu me encarando também.

Comecei a suar frio, minha boca aguava pelos lábios daquela mulher, minhas pernas começaram a tremer, minha calcinha começou a ficar molhada... Ela não se intimidara com meu olhar, muito menos eu com o dela. Segurei seu queixo com uma das mãos e aproximei meu rosto ao dela.

- Nem pense nisso. - ela falou sussurrando e olhando fixamente para minha boca.

Nessa altura, meus olhos estavam vermelhos de desejo e minha mão que estava solta pousava na sua cintura, logo puxei-a para um abraço. Seu corpo parecia febril e sua boca... Nossa! Beijei-a com tanta sede naquele momento, minha língua entrara dentro dela com violência, eu sugava seus lábios e as mãos dela envoltas ao meu pescoço faziam pressão para que aquele beijo não terminasse. Rafaella lentamente foi andando para trás e eu sem desgrudar um só centímetro do corpo dela, fui seguindo-a.

- Você prometeu se comportar. - ela sussurrou. As palavras custavam para sair, eram sufocadas pelos beijos e pelas nossas respirações que estavam ofegantes.

- Tudo bem, mãe, eu admito que menti, vai me pôr de castigo agora? - perguntei irônica. Minhas palavras saíram com a mesma dificuldade das dela - Onde fica o seu quarto?

- Lá em cima. - respondeu em um sussurro já no caminho do mesmo.

Suddenly It's Love | História Rabia.Onde histórias criam vida. Descubra agora