Coragem.

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Eu estava gostando dessa história de ser pontual. Olhei o relógio, faltava um minuto para às seis. Toquei a campainha. Desta vez ela não demorou, atendeu-me rapidinho. Entramos, ela pediu para eu me sentar... Sentei-me, mas antes, olhei-a da cabeça aos pés, para variar: estava linda! Vestia uma blusa de um ombro só e um short jeans rasgado nos bolsos, o mesmo chinelo nos pés. Cabelos soltos e molhados, o mesmo cheiro gostoso de ontem.

- Quer beber alguma coisa? - ela perguntou.

- Um uísque por favor, sem gelo. - sorri - Nada não.

- Tá engraçadinha hoje, hein? - sorriu também - Viu algum passarinho verde?

- Verde não, dourado.

- Dourado? Essa é nova. - sentou-se ao meu lado, já estava com um livro nas mãos - Vamos começar?

- Vamos conversar? - perguntei olhando em seus olhos.

- Conversar? Sobre o que quer conversar comigo? - ficou um pouco apreensiva.

- Vai se casar mesmo, Rafaella? - estava voltado a minha forma "cara de pau".

- Não sei nem se vou estar viva amanhã! - brincou - Engraçado, desde que comecei a dar aulas, não me lembro dos meus alunos me chamando de Rafaella. Ou era "professora" ou "Professora Rafaella".

- Gosto de ser diferente dos teus outros alunos.

- E consegue ser diferente - falou fechando o livro que havia aberto - Nunca vi alguém gostar tanto de estudar, nem sei porque se preocupa com o vestibular, tem tanta facilidade em aprender. Na sua idade, as meninas só pensam em namorar.

- E você? Gosta de namorar? - pensei por um instante, ela ficou me olhando, não respondeu - Deixa eu formular melhor a minha pergunta: gosta do seu futuro noivo?

- Vai pedir meu CPF também? - sorriu - Onde quer chegar?

Tirei o livro das suas mãos. Ela estava tão próxima de mim, eu podia sentir e ouvir a sua respiração. Toquei suas mãos de leve com a ponta dos dedos, meus olhos fixos nos dela, Rafaella estava parada me olhando, como se não acreditasse no que eu estava fazendo. Ela se levantou, levantei-me junto com ela. Dei um passo para frente, agora dava para sentir o calor do corpo dela. Éramos praticamente da mesma altura. Senti o seu hálito no meu rosto e me enchi de coragem. Segurei sua face delicadamente com minhas mãos e encostei meus lábios nos dela, ela tentou fugir, mas desistiu quando minha língua invadiu a sua boca, forçando aquele beijo.

Sua língua enroscou-se na minha e nossa respiração começou a ficar ofegante, agora minhas mãos livres, sem sua repulsa, deslizavam pelas suas costas e eu a puxava para mim, querendo encostar cada vez mais meu corpo no dela. Minha perna estava no meio das suas coxas e eu podia sentir seu sexo quente. De repente ela me empurrou e eu quase caí no sofá da sala.

- Você está louca? - perguntou irritada.

- Estou louca por você, Rafaella! Penso em você o dia todo, desde quando te vi pela primeira vez...

- PARA! - gritou alterada.

- Não respondeu a minha pergunta... Gosta do seu noivo?

- Não sei. - respondeu confusa.

- Não gosta, eu sinto! - puxei-a para mim novamente. Tentei beijar-lhe os lábios, mas Rafaella virou o rosto. A abracei com desejo e a pressionei na parede da sala. Ela relutava, pedia incansavelmente para que eu parasse, mas eu não conseguia. Estava louca de tesão por ela.

Suddenly It's Love | História Rabia.Onde histórias criam vida. Descubra agora