Cheguei em casa, tomei um banho, fingi que almocei. Depois fiquei assistindo TV na sala. Não sei se era a programação que estava ruim ou eu quem não conseguia me interessar por nada. Desliguei a TV e deixei o meu pensamento se firmar no que ele realmente queria. Eram tantas dúvidas. O que Rafaella queria de mim? Será que eu fui muito taxativa nas minhas palavras? Porque quando amamos alguém sempre achamos que a culpa é nossa? Cochilei no sofá. Acordei depois das cinco da tarde, precisava urgente de um banho frio, porquê? Sonhei com Rafaella, mas isso não é novidade para ninguém. Eu estava tomando banho quando minha mãe bateu na porta do banheiro.
— Bia? – chamou – Eu vou ali e já volto, está bem?
— Tá bom! – respondi.
Onde ela foi? Foi à igreja. Na verdade, eu não sei. Desde pequena faço isso. Quando não sei onde minha mãe está, digo que ela foi à igreja.
Eu estava tentada... Com o que? Com o telefone sobre a cama. Olhei o relógio na parede do quarto. Seis e vinte e oito. Peguei-o nas mãos. Disquei. Tocou duas vezes e então, desliguei. Sim! O que eu tinha para falar com Rafaella? Nada, né! Não demorou dois minutos e o telefone tocou. Número privado. E agora?
— Alô? – perguntei com um nó na garganta.
— Oi, Bia. Você me ligou... Aconteceu alguma coisa?
Uns segundos de silêncio. Eu precisava pensar, pois se eu não pensasse, iria me derreter toda para ela.
— É... Eu... Queria pedir desculpas por ter... Por ter dito aquelas coisas hoje pra você.
— Você disse o que o seu coração mandou, não foi? Então, não precisa se desculpar por nada. – mais uns segundos de silêncio – Droga! Eu não paro de pensar em você, Bia... Meu Deus! Acho que vou enlouquecer!
— O que? – fechei os olhos enquanto ela falava.
— Não me faça repetir novamente. – respondeu. Sua voz era tão suave e sedutora – O Rodolffo viajou ontem para São Paulo, só volta na segunda-feira e...
— Posso ir pra sua casa agora? – me adiantei. Tamanha era a ansiedade que me tomava por completa.
— Pode. – respondeu quase em um sussurro. Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram – Não demora, tá? – concluiu ainda com a voz sedutora sussurrando no meu ouvido.
— Estou saindo daqui agora. – tropecei no fio do aparelho de som e quase caí – Tchau! – falei.
Ela riu, deve ter ouvido o barulho.
— Estou te esperando! – falou e desligou.
Saí correndo pela casa. Desesperada? Sim, desesperada. “Cadê as chaves da porta?” – me perguntava enquanto procurava o chaveiro por todo canto. Achei embaixo do sofá, deve ter caído quando cheguei da escola. Abri a porta apressada. Já alcançava o portão quando dei de cara com Mariana.
— Oi! – falou com aquele sorriso que nos desarma na hora.
— Oi. – respondi surpresa e frustrada.
— Vai sair?
— E-eu... Eu tenho que fazer uma coisa pr-pra minha mãe. – respondi gaguejando.
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Suddenly It's Love | História Rabia.
RomanceJá passou pela sua mente algum dia se apaixonar por algum professor? Ou melhor, professora? Não, verdade? Pois é, Bianca também pensava assim até se ver perdidamente apaixonada por sua professora substituta de Matemática, Rafaella. Será que a difere...