Na hora da saída, procurei Rafaella novamente. Eu não desisto? É isso o que vocês acham? Bingo! Acertaram. Fui até o estacionamento do colégio, ela estava dentro do carro. Não quis sair para falar comigo. Abri a porta do carona e entrei.
- Tá agindo feito criança, sabia, dona Rafaella? - perguntei sorrindo.
- Desce, Bianca! - desligou o carro - Preciso ir para outro colégio agora.
- Almoça comigo? - perguntei.
- Não! - respondeu - Desce, alguém pode nos ver.
- Deixa ver, qual o problema? Podemos estar conversando sobre o "zero" que você me deu no teste. - coloquei a mochila no banco de trás do carro - Não podem nos julgar por estarmos dentro do seu carro conversando sabe se Deus sobre o que?
Ela quase riu, no entanto, manteve a cara amarrada.
- Você é muito folgada, menina! - rodou a chave na ignição, apertou os botõezinhos que ficavam na sua porta para suspender os vidros negros do carro. Insul-filme, sabe? Olhei de relance. Ela ligou o ar-condicionado.
- Vamos? - perguntei.
- Eu vou, você desce. - respondeu autoritária.
- Me leva em casa? - insisti. Chata? Sim!
Ela balançou a cabeça no sentido negativo.
- Já disse, vou dar aulas em outro colégio. - respirou fundo, estava perdendo a paciência comigo, meu pai também fazia aquela cara quando estava perdendo a paciência comigo.
- Pode faltar! - sorri debochada - Adoramos quando o professor falta. De Matemática, então? Nossa, quase festa.
- Porque você não foi ontem? - virou seu corpo completamente na minha direção. Fiz o mesmo - Veja bem, não quero uma explicação... - me olhou nervosa - Curiosidade, apenas. - completou sem jeito.
Uns segundos de silêncio. Falar a verdade pra ela? "Minha namorada não permitiu que eu fosse." Não, eu não diria isso. O que dizer com aqueles olhos penetrantes procurando respostas nos meus?
- Assim que desliguei o telefone... - comecei medindo as palavras - Eu estava saindo de casa quando... Quando a Mariana chegou e... - estava literalmente gaguejando, onde estavam as minhas desculpas? - Poxa, Rafaella! Eu não podia dizer pra ela simplesmente que iria na sua casa. - concluí.
- Mariana é sua namorada? - colocou as duas mãos no volante - Ela chegou, vocês ficaram namorando e não deu tempo de ir até a minha casa, certo?
- Não, quer dizer... Não! Não ficamos namorando. Ela demorou para ir embora. Depois fui até à casa do Aristóteles com ela e saí correndo de lá. Cheguei na sua casa e você não estava. Afinal de contas, onde você se meteu? Fiquei te esperando por horas.
- Isso não é da sua conta! - respondeu.
- Beleza! Você quer minhas explicações, mas quando eu te peço umazinha, bem pequenininha, você diz que não é da minha conta? - perguntei.
- Desce, Bia! - olhou o relógio - Você está me atrasando.
Puxei-a pelos braços, segurei bem forte.
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Suddenly It's Love | História Rabia.
Storie d'amoreJá passou pela sua mente algum dia se apaixonar por algum professor? Ou melhor, professora? Não, verdade? Pois é, Bianca também pensava assim até se ver perdidamente apaixonada por sua professora substituta de Matemática, Rafaella. Será que a difere...