Beyond fear Jikook

capítulo 36

On jungkook

O silêncio era reconfortante...

Apenas o som do pincel passando sobre o tecido fino do quadro me agradava...

Depois de um banho quente, para tirar aquela pele gélida da chuva que havíamos tomado... as roupas macias e quentinhas eram uma das melhores coisas do mundo...

Depois de todo o ocorrido... eu e Park esperamos a chuva passar, ou pelomenos diminuir, para então seguir o caminho...

Diferente da primeira vez que tivemos um contato íntimo... desta vez o caminho foi repleto de risadas e conversas...

Não parecia nem mesmo que eu havia dado uma crise a três horas a trás...

Assim que chegamos em meu apartamento, pedi para o mesmo entrar... ele não queria... dizia que estava molhado e com frio, e disse também que não queria incomodar...

Então, talvez com uma certa insistência... eu consegui convencelo a entrar, e tomar um banho ali mesmo...

Claro, minha vergonha estava a mil, tanto que fui o primeiro a tomar, enquanto ele esperava na sala, tomei um banho rápido, pois tenho certeza que o Park deveria estar com frio...

Assim que terminei, me troquei rápido, logo indo para a sala, onde vi o loiro de pé, com os braços cruzados e próximo a janela, parecia observar o pequeno movimento e o tempo nublado...

O deixei ir, dizendo que lhe empresária uma de minhas roupas, ele sorriu... e então antes de entrar lhe entreguei as peças...

Agora, o som baixo e abafado do chuveiro tomava de forma baixa minha audição...

Talvez vocês não possam imaginar a sensação que corria dentro de mim... era tão bom...

Posso dizer pequenas sensações, talvez possam chegar perto da paz que eu estava por dentro... ela me assustava... os sons assustadores se calaram... pareciam assustados...

Meu passado passava em câmera lenta, mas eu o olhava sem sentimento algum...

Talvez eu ainda carregava uma leve dor, ou uma pequena angustia, talvez eu ainda carregasse as cicatrizes...

A luz clara que ali havia, refletia no rosto que eu desenhava, novamente.

As gotinhas na janela que ali havia eram como pinturas, a sobra que as mesmas faziam sobre o chão era bela...

Sorrio pequeno, satisfeito com oque eu havia desenhado... o rosto estava perfeito, lábios, olhos, boca e nariz, entre outros detalhes... era um rosto qualquer... não era uma pessoa em específico, nunca foi...

Seu rosto era vazio... como sempre foi...

Levo o pincel até o potinho novamente, o molhando bem, vendi a tinta negra ali se acumular, o ergo com cuido, o levando para o canto dos olhos de minha pintura...

Mas paro, mililitros antes de encostar no canto do olho esquerdo... encarando oque tinha a minha frente...

Minha respiração era calma... minha alma parecia olhar curiosa para oque eu iria fazer... eu podia ouvir seus sussurro suplicantes, enquanto a garoa fina ainda caia sobre meu peito dentro de meu interior...

- eu me perdôo - digo em um sopro... afastando levemente o pincel...

Sim, eu me perdôo, me perdôo por, as vezes, não ter coragem de aceitar que algumas coisas precisavam mesmo acabar, de ter me arrancado dê mim mesmo quando eu mais precisei do meu abraço...

Eu me perôo por todas as vezes em que insisti ficar em lugares que meu peito já implorava por minha partida... por empurrar para dentro de mim, por tanto tempo, pessoas que já não tinham tanto aver comigo, só por medo de não saber como eu seria sem elas...