A barraca do beijo

A promessa

Quando dei por mim, já estava estacionando minha moto na frente da casa de Any. Eu não saberia dizer como havia chegado ali, porque não prestei qualquer atenção ao caminho que meus pneus traçavam. Antes que pudesse ser dominado pela razão, desci da moto, e soquei a porta da frente, enquanto gritava pelo nome dela.
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Any] _ Josh? O que foi? _ disse ela, ainda do lado de dentro, enquanto destravava a porta.
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Ela mal a entreabriu, e eu a empurrei, entrando, sem dizer qualquer palavra antes de  a envolver em um abraço apertado, e cobrir com a minha sua boca doce, em um beijo urgente e apaixonado. Talvez fosse aquele nosso último beijo, sussurrou minha mente, com o único e doentio intuito de me punir. Eu gritei internamente para que ela se calasse, mas uma vez mais, ela concluiu com a frase "uma hora a conta chega... ou, pelo menos, é o que dizem". Eu tinha que concordar... Talvez fosse aquele o momento de pagar por todas as lágrimas que se derramaram por causa de mim. Em minha defesa, eu posso apenas dizer que, eu nunca imaginei que o amor pudesse machucar assim.
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Any] _ Oi amor... Tá tudo bem?
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Amor... Então ela me chamaria assim... E eu a chamaria da mesma forma, porque era ela a perfeita definição dessa palavra... Chamaria... Com o tempo eu a chamaria de amor... Com o tempo eu a acordaria todos os dias com um beijo... Com o tempo eu a chamaria de minha mulher... Exceto que talvez, nós nunca tivéssemos esse tempo... Exceto, que depois de saber da verdade, talvez eu não pudesse sequer chamá-la de amiga... Exceto que, talvez, eu nunca mais pudesse sequer chamá-la pelo seu nome, ou chamá-la apenas...
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Mas ela merecia saber a verdade... Eu precisava contar... Precisava explicar, antes que Noah ou Dytto o fizessem, de uma forma distorcida e... Ela entenderia se eu explicasse como as coisas aconteceram, certo? "_Ao menos você entende como aconteceram, ou se perdoa por ter deixado chegar ao que chegou?"_ Perguntou aquela voz interna cruel, mas eu fui abrigado a responder que não! Ela igualmente nunca me perdoaria... Eu não era mesmo o cara certo pra ela... Eu sabia quem era... A mãe dela sabia... As outras pessoas sabiam... Em breve, ela também saberia...
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Any] _ Você está começando a me assustar! Foi Tyller? O que ele fez? Fala comigo amor... Fala comigo!
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Josh] _ Eu não quero te perder... Eu não sou a pessoa certa pra você...
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Any] _ Do que você está falando? Você nunca irá me perder! Eu não vou a lugar algum! O que está acontecendo? É por causa da minha mãe, não é? Olha... Eu sei exatamente quem você é, tá? Sei que você viveu o que achou que tinha que viver... Se divertiu da forma que quis... Mas o que me importa é quem você será de agora em diante! Eu não quero saber do passado! Nada, absolutamente nada do que você viveu até aqui, pode mudar o que eu sinto por você! Será que você não percebe? Eu te... Josh..._ ela deu uma pequena pausa, e respirou fundo antes de continuar, beijou minha boca, mas se manteve olhando no fundo dos meus olhos _ Eu não tenho nada a ver com seu irmão... ele é meu melhor amigo... Pra mim, ele é tão meu irmão, quanto seu... Entendeu? Não existe nada entre nós... É você a pessoa com quem eu quero estar... É com você todos os meus sonhos... É você o primeiro rosto a aparecer em minha mente pela manhã, e o último em que eu penso a noite... É você, o homem da minha vida! Acredita em mim! Nunca vai existir outro além de você! Eu e Noah, somos irmãos... e sempre vamos ser!
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Josh] _ Você não sabe do que está falando... Porra Any... Eu não te mereço!!! Você nunca vai me perdoar... mas eu preciso te contar... Você precisa saber... _ minha cabeça gritava: "_aproveita, idiota! Ela não quer saber, então você não precisa contar!", mas eu sabia que era um truque baixo, dos meus sentimentos, tentando me poupar de lidar com a verdade. Mesmo assim, antes de dizer qualquer coisa, cedi ao impulso de beijar aquela boca macia uma nova vez. Um beijo! Era tudo que eu teria, e então, eu diria a ela toda a verdade, e aceitaria, resignado como caminha uma ovelha para o matadouro, o nosso fim.
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Eu a beijei, como nunca havia beijado antes. Beijei lhe, quando meus instintos desejavam que eu devorasse sua boca. Obedeci, mordendo seu lábio, tentando sugar um pouco  daquele sabor inigualável para mim. Ela gemeu, antes de se lançar sobre meu colo, entrelaçando suas pernas ao meu redor. Sem sequer tentar conter aquele desejo furioso que me dominava, caminhei, com ela entrelaçada em meu corpo, até prensa-la contra a parede da cozinha.
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Eu sentia todo o meu tesão pulsando dolorosamente contra minha calça jeans. Eu podia amá-la ali, naquele exato momento! Era tudo que eu mais queria na vida: fazer amor com a única mulher que já amei! Ela me queria com cada pedaço de seu corpo, eu podia sentir. Podia sentir no seu arfar e no coração freneticamente acelerado. Podia ouvir, na pronúncia de meu nome, que sua voz rouca e sensual entoava em tom de prece, enquanto me implorava para que fizesse amor com ela.
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Céus! Como eu gostava de ouvi-la dizer meu nome! Como ela tinha completo e absoluto controle sobre o animal que habitava em mim! Eu era dela, e nunca mais seria de qualquer outro alguém! Eu era dela, e não me pertencia mais! Eu precisava torná-la minha... Talvez assim, ela consiga entender a real dimensão do amor que sinto por ela! Talvez assim, seja possível que ela saiba de tudo, e entenda que não significou nada de tudo aquilo que vivi até aquele momento! Eu só precisava tirar a calcinha, que era tudo que ela vestia em baixo de uma camisa grande. Eu nem mesmo precisava tirá-la... eu poderia possuí-la ali... Eu poderia...
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Naquele momento, uma voz gritou alto em minha cabeça, que aquele único ato, faria de mim, o maior, dentre todos os mais covardes cafajestes sobre a face da terra. Era errado tê-la daquela forma. Encobrindo uma verdade tão dolorosa... Mas, então, por que me parecia, ao mesmo tempo, tão mais errado afastá-la de mim? Por que parecia tão errado não tê-la quando eu era inteiramente dela? Por que me parecia, que não haveria mais qualquer esperança de felicidade, ou vida, pra mim se ela não estivesse ao meu lado...
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Josh] _ Eu não posso...
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Falei me afastando dela! Ver a decepção em seus olhos doeu mais em mim do que qualquer outra dor que eu já tivesse experimentado.
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Any] _ Não pode, ou não quer? _ disse mais em um sussurro do que qualquer outra coisa. _ Você se arrependeu, não foi? Se arrependeu de ter ficado comigo...
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Josh] _ Ei... Nem por um segundo, pense nisso! Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida... Você não sabe como eu gosto de você... Não tem ideia do quanto eu queria te fazer minha aqui, agora! _ falei, enquanto tomava sua mão e a pousava sobre meu peito. _ Te fazer minha, como eu sou seu!
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Any] _ Então me faça! _ falou, enquanto acariciava meu rosto e beijava suavemente minha boca.
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Josh] _ Acredite em mim, magrela... Você não vai me perdoar nunca se eu fizer isso... Eu mesmo não vou...
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Any] _ Eu não estou conseguindo te entender... me explica o que está acontecendo, por favor! _ falou, enquanto se afastava de mim, e cruzava os braços na frente do corpo.
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Josh] _ Hoje a noite, vou te levar a um lugar especial... Se você quiser, é claro...
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Any] _ Josh... A essa altura você já sabe, ou pelo menos deveria saber, que eu iria até o inferno com você... _ disse, me abraçando e pousando sua cabeça em meu peito.
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Josh] _ Me promete antes uma coisa? _ pedi, enquanto beijava o topo de sua cabeça.
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Any] _ Qualquer coisa!
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Eu sorri... sorri porque sabia que não a merecia, mas mesmo assim, de uma forma torta, o destino colocou ela em minha vida mesmo assim! E isso, só podia significar que, por alguma razão, talvez ela estivesse destinada a mim... Sorri porque sabia que ela era sincera quando dizia que gostava de mim. Sorri, simplesmente porque queria ver aquele sorriso se refletir no rosto dela, e enquanto o dela durasse, o meu também encontraria um motivo para existir!
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Josh] _ Não converse com Noah ou Dytto, antes de sair comigo... _ falei, enquanto olhava em seus olhos, e deixava meu dedo passear por sua boca _ Promete?
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Ela me olhou apreensiva, como se tentasse decifrar o código que havia por trás de meu pedido.
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Any] _ Acredite em mim, quando te digo que não será nenhum esforço não conversar com Dytto... E quanto a Noah... Bem... Acho que eu sou a última pessoa com a qual ele quereria conversar...
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Josh] _ Apenas prometa, Any! Por favor! Me prometa isso!
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Any] _ Eu prometo... eu prometo! Mas, você vai me explicar o porquê disso?
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Josh] _ A noite... Eu vou te fazer entender o quanto preciso de você... e então você saberá toda a verdade... Você vai precisar confiar em mim! Só assim faremos isso dar certo! Você precisa confiar em mim e no que eu sinto por você!
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Any] _ Eu confio... Confio em você!
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Josh] _ Bom! Muito bom! _ falei, ao mesmo tempo em que beijei demoradamente sua boca, me despedindo, e deixando arder em meu coração a esperança de fazê-la entender e perdoar aquilo que eu mesmo não conseguia!
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Any] _ Que roupa devo usar?
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Josh] _Uma que possa ser facilmente tirada!
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Any] _ Você não me parece ter qualquer dificuldade em fazer isso com qualquer que seja a roupa... _ falou sorrindo, e beijou o meu sorriso, que nasceu do comentário malicioso dela _ Esse é meu sorriso favorito... Promete que não vai sorrir assim pra mais ninguém? Promete guardar esse sorriso só pra mim?
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Josh] _ Todos os meus sorrisos serão seus... Não te contaram? Você é a dona de cada parte minha... Cada centímetro meu, pertence a você...
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Any] _ Melhor assim... Porque eu quero todos... E sobre alguns, eu quero exclusividade...
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Josh] _ Me deixe ir, magrela... Me deixe, antes que me esqueça dos motivos que me impedem de te amar nesse exato momento!
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Eu não esperei por sua resposta para sair imediatamente porta a fora. Sabia que se ela me pedisse, mais uma única vez para amá-la, eu seria totalmente incapaz de me conter. Montei em minha moto, com me desejo me implorando para ficar, e deixei o acelerador me levar para longe do cheiro daqueles cabelos cacheados, que exerciam tanto poder sobre partes indomáveis de mim!