O flagrante

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Any] _ Bay...

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Antes que eu pudesse pensar em qualquer motivo, que mostrasse que era uma merda do cacete aquilo que estávamos fazendo, que eu estava destroçada por dentro, e que uma pessoa assim não tem condição de se envolver com ninguém. Antes que eu pudesse dizer a ele que meu coração ainda estava ocupado e que não era justo nem seguro ele tentar fazer moradia em um terreno tão inseguro quanto àquele, sua boca tomou a minha, em um beijo quente e apaixonado! Eu queria fazer qualquer coisa para mostrar a ele o quão perigoso era aquilo, mas a verdade, é que naquele momento, eu só consegui me entregar ao beijo dele e aos seus braços enormes e quentes que envolviam todo o meu corpo.

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Enquanto uma de suas mãos me prendia, me puxando cada vez mais para perto, a outra entrelaçava com força meus cabelos. Sua boca devorava a minha com tanta vontade, que eu senti em cada célula do meu corpo o poder que ser desejada com tanta força podia exercer sobre o seu corpo. Enquanto continuávamos ali, eu prensada contra a parede, enquanto minhas mãos passeavam pelos músculos perfeitos de Bailey, as suas passeavam por minhas curvas, com tamanha propriedade que pareciam já estar acostumadas a andar por ali!

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Bay] _ Se você soubesse quantas vezes já percorri esse caminho mentalmente... _ sussurrou ele, traçando com beijos a linha da minha mandíbula, descendo com com pequenas lambidas a veia pulsante em meu pescoço e pousando em meu ouvido.

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Any] _ Quantas? _ Eu quis saber.

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Bay] _ Seria algo em torno das duas mil, já que tem dois anos e oito meses que te conheço, e de lá pra cá, penso em você pelo menos uma vez por dia... e por penso, eu quero dizer... você sabe o que eu quero dizer, não é?... então... eu devo ter pensado em você dessa forma pelo menos duas mil vezes, mas se eu tiver que ser sincero, eu seria obrigado a confessar que talvez tenha sido muito mais...
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Eu poderia ter ficado envergonhada de ouvir ele confessar que se masturbava pensando em mim, mas na realidade, não fiquei. Tudo o que eu fiz foi me entregar ainda mais ao beijo. Simplesmente porque estava realmente bom, e além do mais, eu nunca tinha agido por impulso na vida, e estava excitada demais por finalmente conseguir deixar tudo de lado e, pelo menos naquele instante, me entregar ao que estava sentindo, sem pensar que inevitavelmente teria que lidar com as consequências depois.
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Quando um barulho vindo do portão da frente chamou nossa atenção, Bay me moveu para ainda mais perto dele. Talvez com medo de que nossa sintonia tão recentemente criada se perdesse por qualquer coisa. Eu já tinha esquecido completamente o barulho, quando as palmas chegaram, e uma voz dolorosamente familiar começou a falar.
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[...] _ Talvez eu já devesse esperar por isso... Acho que ela tinha razão, afinal... Você é exatamente como todas as outras... Acho que já encontrou um ombro pra chorar... Se bem que talvez não seja literalmente no ombro que você esteja interessada.

A barraca do beijo Onde histórias criam vida. Descubra agora