Assim que Sabina chegou, ela se juntou ao grupo e ficamos mais um tempo conversando, até que, obviamente, minha presença mais atrapalhava do que ajudava. Como eu já tinha conversado com Joalin antes, peguei minha mochila com meus pertences, que juntei em dois minutos antes de Bailey me pegar em minha casa e me dirigi para a casa da piscina. Eu ficaria lá pelos próximos dias, porque ela era um pouco afastada da casa principal, se é que menos de cem metros poderia ser considerado alguma espécie de afastamento, mas era um loft, com quarto, sala e cozinha sem qualquer divisão. Apenas era reservado do restante da casa. Quando ela ofereceu, eu não pensei duas vezes antes de agarrar a possibilidade. Eu não estaria em minha casa, mas teria alguma privacidade. Só Deus sabia pra que eu queria aquilo. Mas eu queria.
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Depois de me alojar no loft, decidi fazer um giro de reconhecimento por cada canto dele. Era lindo e luxuoso, e o fato de não ter divisões, fazia com que ele me lembrasse de outro lugar... não que ele pudesse ser de qualquer forma comparado em beleza ou charme à minha cabana, mas tinha algumas semelhanças. "Minha cabana" zombou minha cabeça, e eu baixei os olhos com vergonha de mim mesma. Quando as lembranças da cabana me levaram a outras lembranças, e todas a memórias começaram a voltar à minha cabeça com força demais, saí do loft, e me sentiu na beirada da piscina, enquanto permitia aos meus pés brincarem na água fria lá de dentro..
[Bailey] _ Posso me sentar aqui?.
Any] _ Aja como se a casa fosse sua! _ respondi apontando para o lugar ao meu lado..
Bailey] _ Eu não quis te sacanear ligando pra sua mãe....
Any] _ Você quis sim..._ falei fuzilando-o com o olhar..
Bailey] _ Ok... Talvez eu quisesse um pouco. _ ele falou erguendo as mãos, como se estivesse se dando por rendido _ Mas eu também quis impedir que você ficasse sozinha na sua casa. Eu estava preocupado....
Eu poderia dizer que ele estava mais preocupado que eu NÃO ficasse sozinha lá, do que propriamente o contrário, mas me pareceu totalmente desnecessário comentar aquilo, então, me limitei a balançar minha cabeça em concordância com ele. Nos próximos minutos ficamos calados, e eu fingi não notar que Bailey trazia, disfarçadamente, sua mão para mais perto da minha. Pra ser sincera eu meio que estava gostando daquele jogo que nós estávamos jogando. Ele fingindo que não tava a fim e eu fingindo que não me importava. Mas então, a ponta de seus dedos tocou nos meus, e eu fiquei simplesmente surpresa com aquilo que senti....
Talvez a questão fosse mais aquilo que não senti. E Eu não senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo, mesmo que não tenha sido completamente indiferente a ele. Eu não senti meu coração acelerado tentando saltar pela minha boca, e minha garganta fechada como se tentasse impedir a saída dele... mas senti uma palpitação diferente... Eu não senti vontade de devorar sua boca, e passear com minha língua por toda e qualquer parte de seu corpo... Mas não tive vontade se sair correndo dali...E foi então que eu realmente soube... E acho que Bailey em breve também iria entender....
Quando ficou fresco demais para se estar do lado de fora, Bailey me acompanhou para dentro do loft, e lá ele me mostrou seu pequeno, embora muito completo e moderno estúdio de gravação. Eu sequer havia notado a presença daquela porta lá, mas fiquei maravilhada com toda a parafernália e acústica incrível do local que se apresentou diante de mim. Bailey, como de costume, foi maravilhoso. Me mostrou como todos os aparelhos funcionavam e me convidou a gravar uma canção em dupla com ele. Obviamente eu aceitei, com muito mais empolgação do que deveria sentir alguém com uma vida tão ferrada e complicada quanto a minha..
Foi incrível ver o quanto nossa voz permanecia em uma sincronia tão perfeita, como o fazia três anos atrás. Então nos empolgamos e não gravamos uma, mas várias músicas de artistas renomados, e outras de artistas praticamente desconhecidos, cujas canções eram infinitamente melhores do que muitas de grande sucesso. A última delas, e que nos tomou mais tempo, foi minha última composição. Eu a tinha escrito há muito tempo, mas pra mim ela parecia mais uma poesia do que uma música.Eu sempre escrevia muita coisa, e nunca sabia que era uma música, até que Noah desse ritmo àquilo. Dessa vez, eu dei a letra, que estava há muito tempo esquecida nas notas do meu celular, e Bailey criou a mais perfeita melodia pra ela em seu violão. Acho que eu nunca tinha gostado tanto de uma música composta por mim como gostei daquela... Era simplesmente a melodia certa. Combinava perfeitamente com o ritmo das palavras, quando saíram do meu coração! Como era incrível ter alguém que parecia manter sintonia com sua alma! Como era fácil passar o tempo com ele... Como nós éramos tão parecidos... era mesmo impossível não sentir tudo aquilo que eu sentia por ele... Era simplesmente impossível negar... eu estava encostada em seu peito, enquanto escutávamos juntos a música incrível que tínhamos acabado de criar, quando a imagem de uma dupla irrompendo porta finalmente nos tiraram daquele transe.
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[Joalin] Any! _ gritou ela, tentando falar mais alto do que a canção. Ela puxou, sem qualquer cerimônia a tomada do som, e continuou falando_ Eu te procurei pela casa inteira! Já ia tentar hospitais e IML... Tem alguém aqui fora querendo te ver...
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A barraca do beijo
Romancesinopse: . Any Gabrielly era uma adolescente normal... Tinha um melhor amigo, uma vida legal na medida do possível, mas tudo vai por água a baixo quando ela se apaixona pelo irmão de seu melhor amigo, o que era TOTALMENTE proibido! .