Capítulo 48

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Narrado por Rowena Buchudinha.

Tivemos que dar uma passada no bunker para pegar as coisas antes de pegar a estrada. Também seria bom para Sam dar um olhada no lugar, talvez o ajudasse. Nós passamos pelos cômodos do bunker enquanto eu narrava o caminho, Sam olhava tudo curiosamente. Aparentemente não estava se lembrando de nada.

- E aqui é o nosso quarto! - Exclamei abrindo a porta do mesmo, estava tudo arrumado como eu havia deixado.

Andei até o guarda-roupas e abri sua parte do mesmo, tirei uma bolsa grande do fundo e joguei aberta em cima da cama.

- Você pode escolher o que se sentir confortável em usar! Eu vou pegar umas coisas e já volto. - Eu expliquei e saí para a sala de tortura, onde eu guardava meus itens de magia.

- Rowena? - Chamou Dean.

- Aqui! - Exclamei procurando a caixa com itens básicos.

- Eu preciso conversar com você... - Ele me olhou hesitante. - Quando você acha que Sam percebeu que te amava?

- An, não sei. Acho que quando ele me olhou e o pau dele ficou duro! - Eu brinquei.

- Rowena, isso é sério! - Ele me olhou negativo e se recompôs. - E quando você percebeu que amava o Sam?

- Quando ele enfiu o pau dele na minha vagina! - Brinquei de novo.

Eu sei que era maldade, mas a cara dele estava muito engraçada, tanto perguntando, quanto ouvindo as respostas. Sua cara pareceu um tomate de raiva e ele me virou as costas.

- Dean espera! - Eu controlei o riso e ele esperou impaciente. - Eu tô brincando... Quando a gente ama uma pessoa, não têm palavras que descrevam a sensação e o sentimento. De repente aquelea pessoa, é pessoa mais importante no mundo para você e você é capaz de fazer de tudo por ela, não importa quantas barreiras vocês tenham que quebrar. Você começa a amar aquela pessoa pela sua beleza, pelos seus defeitos, pelo seu coração e pela perfeição que só existe aos seus olhos. Você se maravilha pelas mínimas coisas que ela diz e faz... Isso é amor Dean...

- Obrigado Moby Dick! - Ele sorriu sem graça. - Sabe, eu nunca pedi desculpas por tudo aquilo que eu disse sobre você antes do acidente... - Seu rosto caiu culpado.

- Tudo bem, você não mentiu. Eu era um monstro, mas vocês me ensinaram o que é amar alguém e ter uma família de verdade... - Eu sorri.

- Acho que eu fui um pouco hipócrita... Todos nós temos um monstro de dentro de nós... - Ele suspirou.

- No meu caso, são dois!

Nós rimos e ele saiu. Eu catei alguns itens que eu costumo usar diariamente e coloquei na minha bolsa. Eu voltei para o quarto e encontrei Sam abatido, sentado na beirada da cama.

- Sam, você não escolheu nada... - Eu disse quando vi a bolsa ainda vazia em cima da cama.

- Rowena, me perdoa! - Ele disparou. - Eu sei que você e Dean estão tentando me ajudar, mas eu não consigo me lembrar de nada. Eu fiquei cinco minutos aqui olhando para essas roupas, esperando que alguma delas me fizesse lembrar quem eu sou, mas nada... - Ele suspirou.

- Samuel! Pare com isso! O meu Sam passou por muitos traumas, não o julgo por querer esquecer tudo, então pare de se forçar a lembrar de algo que você se forçou a esquecer. - Eu disse forte.

- É, mas para esquecer as coisas ruins, eu também tive que esquecer as boas... - Ele me olhou penoso.

- Não importa! - Eu me ajoelhei na sua frente. - Nós faremos novas! - Eu apertei sua mão.

Ele se consolou e eu o ajudei a escolher as roupas. Organizei nossas roupas na mesma bolsa e nos despedimos de Dean e Rose. Rose ainda nos preparou alguns sanduíches para a estrada e seguimos viajem. O começo da viajem foi calma, silenciosa e constragedora, me senti viajando com um estranho.

- Por que não fala mais sobre nós! - Exclamou Sam finalmente quebrando o silencio constrangedor.

- Hmm, eu não sei o que falar... - Neguei com a cabeça.

- Você me disse que eu te trouxe aqui uma vez, por quê? - Ele se ajeitou no banco e me olhou curioso.

- Ah, nós fugimos pra transar! - Eu ri. - Nós não sabiamos como contar pro Dean sobre nós, então eu inventei um caso pra você me ajudar. - Ele começou a rir.

- "Nós parecemos dois adolescentes fugindo para namorar" - Ele disse sem perceber.

Eu reconheci a frase e o olhei de canto de olho.

- Você lembra disso?

- Não... - Ele ficou sério novamente. - Só, me veio à cabeça.

Eu voltei a atenção para a estrada e ficou silencioso novamente, dessa vez menos contrangedor.

- Me conta mais. - Ele voltou seu olhar curioso para mim.

- An... Depois de uma noite aqui, tivemos que voltar porque Dean nos ligou preoculpado. Depois de uma discussão feia com Dean e uma luta com demônios, que eu infelizmente não posso contar agora, nós assumimos namoro oficial. - Eu sorri. - Eai eu descobri que estava grávida e eu não consegui te contar de cara...

- Por que não? - Ele franziu a testa.

- Eu estava com medo, você já estava acostumado com sua vida de caçador, eu não queria que você deixasse tudo isso, seu irmão, por sei lá, uma vida normal?!... Mas quando eu te contei... - Eu sorri lembrando. - Você ficou tão feliz! Você disse que não importaria que vida eles levariam, nós iriamos fazer de tudo para o bem deles e mantê-los felizes. Mas acho que sempre soubemos que eles serão dois caçadores... - Eu ri e meu estômago revirou de uma vez.

Eu freei o carro bruscamente e pulei para fora do mesmo. Corri alguns metros à frente e cai ajoelhada na beira da estrada, de frente para a floresta a dentro. Eu botei tudo o que meu estômago permitiu pra fora. Eu não havia comido nada o dia inteiro, então meu estômago revirou de novo quase botando as tripas pra fora.

- ROWENA! - Sam gritou correndo na minha direção.

Eu consegui me recompor e meu estômago se acalmou. Senti os bebês se encolherem dentro de mim.

- Me desculpa meus amores... - Eu sussurrei afagando minha barriga.

- Rowena o que houve? Como eu posso te ajudar? - Sam caiu ao meu lado, me olhando apreensivo.

- Eu tô bem... Só esqueci de tomar o remédio e comer... - Eu disse culpada.

Eu tentei me levantar do chão, mas minhas pernas falharam. Antes que eu me espatifasse no chão, Sam me segurou em seu colo. Eu estava parecendo uma baleia, mas Sam não pareceu ter trabalho algum em me segurar. Ele apertou seus braços em baixo de mim, deixando nossos rostos a poucos centímetros de distância. Quase não resistir à tentação de seus lábios corados. Tanto que quase deixei passar sua reação hesitante em me beijar também. Eu me controlei e me sacudi para descer, mas ele me apertou mais contra seu corpo. Ele desviou os olhos para a floresta e sorriu.

- Aquela é a cabana?

Eu inclinei a cabeça para trás para ver e lá estava ela, a alguns quilômetros de floresta a dentro.

- É, é ela sim! - Eu me sacudi novamente, mas ele não hesitou.

- Deixa que eu dirijo, você não parece bem pra isso... - Ele pediu gentil.

- Eu já estou melhor...

- Eu tenho carteira de motorista não é?! Acho que ainda me lembro como dirijir...

Eu assenti meio insegura e ele finalmente me colocou no chão novamente. Me ajudou a entrar no banco do carona e ele entrou no do motorista. Ele encarou o painel por um momento perdido e logo ligou o carro, deu a partida e nós seguimos facilmente. Quando eu percebi que não precisava me preoculpar, alcancei o saco com os lanches que Rose havia feito e que eu havia colocado no banco de trás e comecei a devorar os sanduíches. Tinha muitos, mas Sam não aceitou nenhum.

Desejos Impróprios - SamwenaOnde histórias criam vida. Descubra agora