Capítulo 70

121 6 2
                                    

Narrado por Rowena McLeod.

- Quem quer sanduíches? Entrou um cozinheiro novo no restaurante e ele prepara uns sanduíches de dar água na boca! - Eu escutei Dean gritando, chegando na sala.

Eu estava no corredor com os gêmeos engatinhando no chão quando eu o escutei. Já estavamos próximos da porta, então eu deixei os bebês e disparei odiada na direção de Dean. O mesmo estava tão gamado no saco com os sanduíches, que não percebeu minha fúria. Quando estava a poucos centímetros dele, eu fechei o punho e lhe soquei forte no estômago. Ele soltou o saco no chão e se enclinou pra frente apertando sua barriga. Lhe faltou ar de imediato e demorou pra ele se recuperar, mas estava tão odiada que nem me importei.

- Uuuuhhh! - Rose fez uma careta assim que soquei Dean, como que sentindo a dor dele.

- Qual o seu problema? - Perguntou ele procurando fôlego.

- Por que você guardou aquelas fotos? - Sam não estava perto então eu comecei a gritar alto.

- Que fotos? - Ele levantou um pouco a cabeça, mas a abaixou novamente quando viu meus olhos pegando fogo.

- Aquelas fotos idiotas que tirou em Manhattan! Seu idiota, eu falei pra você queimar elas! - Eu não conseguia controlar a raiva.

- Uooouu! Eu avisei pra você tê-las queimado! - Rose resaltou sorrindo e saiu do cômodo com os gêmeos, ela sabia que a coisa ía ficar feia.

- Como você encontrou elas? - Ele já estava recuperado e com fôleho, então se levantou aos poucos, sem coragem pra me encarar.

- Sam encontrou elas no seu esconderijo, seu babaca! - Eu bati o pé. - E adivinha... Agora seu querido irmão, meu marido idiota acha que eu tive um caso de verdade com ele e está me acusando de vagabundagem! - Eu disparei.

- O quê? - Ele passou a mão no rosto secando seu suor.

- Você ouviu Dean! Ele acha que enquanto estava preso com Lúcifer, eu estava fazendo uma despedida de solteira depois de casar e ter dois filhos pra criar. - Eu respirei fundo e passei a mão no rosto para me acalmar, o medo no rosto de Dean estava muito profundo. - Dean você sabe que eu já aguentei muito, mas não vou aceitar que meu próprio marido me acuse dessas coisas. Então resolva isso queimando essas fotos. - Eu tirei as fotos do meu bolso e as joguei no chão.

- Me desculpa Rowena, eu não sabia que isso iria acontecer... Eu falo com o Sam...- Ele me olhou culpado.

- Só acaba com essas fotos por favor! - Eu disse ríspida e voltei para o corredor.

Eu me encostei na parede e respirei fundo, puxando o ar devagar, à medida que segurava as lágrimas. Eu ainda não conseguia acreditar em tudo o que estava acontecendo, mas é sempre assim, sempre que eu e Sam estamos bem resolvidos acontece alguma coisa pra nos abalar. E sempre conseguimos superar e nos erguer novamente, provar pro universo e pra nós mesmos que podemos superar tudo. Mas dessa vez eu estava muito abalada, a reação do Sam me chocou e suas palavras me magoaram. Me senti da mesma forma quando ele estava longe e não queria mais me sentir assim.

- Rowena?... - Eu o ouvi se aproximar.

Seu rosto meio sem reação. Eu engoli as lágrimas e o olhei séria.

- O quê Samuel? - Perguntei entredentes.

- Eu queria me desculpar por mais cedo... - Ele me olhou culpado.

- Legal, desculpas não aceitas! - Eu respondi na alta e segui pelo corredor, esbarrando no mesmo.

- Rowena não seja imatura... - Ele tentou segurar meu braço.

- Imatura?! - Eu me virei pra ele e o mesmo deu um leve pulo de susto. - Eu sou a imatura? Foi você quem fez o show do ciumento possessivo mais cedo. - Eu o olhei fixamente raivosa.

- Tem razão, eu fui o errado e eu mereço que jogue pedras em mim... - Ele me olhou sério também, mas sem se fazer de vítima. - Eu não deveria ter tirado conclusões precipitadas e não deveria ter dito aquelas palavras... - Ele gesticulou culpado.

- "Conclusões precipitadas"?! - Eu o olhei incrédula e cruzei os braços. - Não tinha conclusão nenhuma pra ser tirada daquelas fotos. Você simplismente deveria saber como quase um ano sendo meu amante, que eu nunca te trairia, não me esqueceria de você e te trocaria por outro qualquer. - Eu segurei firme as lágrimas. - Poderia simpliesmente ter me perguntado antes de me acusar!

- Eu sei Rowena, eu sei! - Ele se aproximou e segurou meus ombros.

Eu dei um passo pra trás e me soltei de suas mãos.

- Não me toca Samuel! - Eu desviei o olhar. - Eu não quero que você me toque, não quero que você... Fale comigo... Você não só ensinuou traição, como também me chamou de vadia...

- Eu não te chamei de vadia, Rowena! - Ele me interrompeu.

- Não fala Sam! - Eu me exaltei e uma lágrimas pulou de meus olhos. - Eu não quero ouvir mais nada... - Eu sai quase correndo do corredor e me escondi na sala de tortura.

Me encostei na porta e deixei a tristeza sair sem freio. Acabei sentada no chão abraçando os joelhos, soluçando sozinha no quarto vazio e escuro. Eu ouvi batidas leves na porta e me recompus para abrir a mesma. Eu sequei o rosto e quando abri a porta, James e Juliet estavam me olhando do chão, tão abatidos quanto eu, fazendo um beicinho de choro pra mim e pedindo colo. Eu peguei os dois e os mesmos me abraçaram forte.

- Desculpa meus amorzinhos... Eu não queria que vocês sentissem isso... - Eu também os apertei forte.

Eu ouvi passo no corredor e me fiz de dura novamente, achei que era Sam, mas era só o Dean me chamando para comer. Eu perguntei pelo Sam e ele respondeu que o mesmo estava trancado no quarto.

- Eu queimei as fotos! - Ele avisou.

- Obrigada! - Eu respondi receosa.

- Eu sei que não vai me perdoar agora, mas eu quero que saiba que eu não guardei as fotos pra implicar com você. Durante esses meses eu percebia sua tristeza e solidão, mas mesmo estando muito carente, você permaneceu fiel ao Sam, mesmo não sabendo se ele iria voltar ou não, você não se deixou ser abalada e atiginda pelo desejo dos outros. - Ele respirou fundo. - Você e o Sam sempre vão me inspirar o verdadeiro amor e aquelas fotos provavam parte disso. Então eu não te acho uma vadia, você está longe de se parecer com uma...

- Obrigada Dean... Eu só queria que o Sam também pensasse assim... - Meu rosto caiu.

- Por quê não tenta conversar com ele de novo? - Ele sugeriu.

- Talvez, depois... - Eu sorri fraco.

- Tudo bem, vamos comer! - Ele passou o braço em volta de mim e me acompanhou. - Olha, se serve de consolo, se aquele cara tivesse se interessado por mim ao invés de você, eu teria dado em cima dele também... - Ele brincou e acabou me arrancando uma risada.

- Acho que você não tinha bunda e peito suficiente pra ele apalpar. - Eu ri.

Nós passamos pelo quarto do Sam, sem eu perceber e acho que nossas risadas o fizeram sair do quarto.

- Rowena?! - Ele chamou quase desesperado na porta do quarto.

Eu e Dean paramos no corredor e eu fechei os olhos respirando fundo.

- Vamos conversar por favor... - Ele implorou.

Eu respirei por um momento sem me virar para o mesmo e concordei com a cabeça. Pedi para Dean levar os gêmeos e andei devagar e receosa até Sam, na qual me chamou para entrar no quarto.

Desejos Impróprios - SamwenaOnde histórias criam vida. Descubra agora