Desejos Impróprios - Samwena

Capítulo 63

Narrado por Rowena McLeod.

Dois dias depois...

- Oi, como ele está? - Perguntou Castiel chegando na porta do quarto.

- Inconciente... - Eu olhei para Sam, apagado na cama.

Sam não tinha dado nenhum sinal de conciencia desde que tinha chegado. Estava apagado na cama por dois dias, sem se mexer, despertar, como se ele estivesse em coma. Eu sempre dava um chá de ervas para mantê-lo hidratado e isso me deixou acordada por mais dois dias, o que não era nada comparado a cinco meses com Sam longe. Ele estava fraco demais, então hesitei em entrar na sua mente, ele precisaria de toda força possível para se recuperar.

- Sinto muito que eu não possa ajudá-lo Rowena... - Disse Castiel cabisbaixo.

- Não Cas, tudo bem. Você também foi vítima do Lúcifer e também precisa se recuperar... - Eu o consolei.

- Sam foi o que mais sofreu nas mãos dele... - Ele sussurrou.

Me partiu ouvir aquilo.

- Você sabe o que ele fez? - Perguntei, mas logo me arrependi, não tinha certeza se queria saber.

- Ele... - Castiel deu um passo pra frente. - Ele nos manteve em salas separadas, mas ainda ouviamos o que ele fazia uns com os outros e com Sam, foi pior. Ele o fez se lembrar de tudo novamente... - Eu arregalei os olhos. - Disse que não tinha graça torturar ele, sem suas lembraças dolorosas... - Castiel hesitou. - Mas depois as queimou novamente porque queria fazê-lo sofrer da mesma forma de novo... - Cas passou a mão no rosto.

- Por isso ele estava muito fraco para eu conseguir entrar na sua mente. - Eu sussurrei. - Castiel, como vocês conseguiram fugir de lá? - Eu o olhei confusa.

Realmente isso era uma coisa muito estranha porque eles simpliesmente fugiram do LÚCIFER e não veio nenhum demônio atrás deles nem nada.

- Foi o Sam... - Ele começou a dizer. - Um dos demônios estava levando ele para a sala de tortura do Lúcifer e eu só consegui ouvir a briga do lado de fora. Quando me dei conta, já estava indo atrás do Jack para fugir... - Ele hesitou. - Eu sei, parece que foi fácil demais, mas ele não parava de dizer que tinha que voltar pra você e pros gêmeos, Sam só sabia dizer isso...

- Mas como ele ainda estava de pé? - Eu perguntei o olhando apreensiva.

- O Jack insistiu em não fazer, mas Sam, ele implorou. Jack é o mais forte de nós, então não adiantaria usar o resto das nossas forças em uma briga inultio e perder. Sam deu o resto de sua energia para Jack nos teletransportar pra cá, obviamente não foi fácil passar pelo seu sigilo, mas Sam foi perseverante... - Ele sorriu fraco.

Meu Samuel tão corajoso e forte. Ele realmente me viu na sua cabeça e lutou para voltar pra mim.

- Eu vou descançar um pouco... Até amanhã Rowena... - Castiel sorriu fraco e saiu.

Eu estava tão cansada e quebrada. Olhando para Sam ali, me arrancava o resto de felicidade que me sobrava.

- Eu te odeio... - Eu sussurrei para Sam. - Eu te odeio por me deixar aqui e levar minha vida com você. Eu te odeio por me tornar dependente da sua presença, do seu toque... Eu te odeio por me fazer te amar e me odeio mais ainda por te amar tanto... - Minha voz tremeu e meus olhos se enxeram d'água.

Como sempre, foi como falar com o vento. Eu ouvi batidas na porta e sequei as lágrimas rapidamente. Rose colocou o rosto pra dentro do quarto.

- Row, eles só querem você... - Ela disse apreensiva.

- Eu já estou indo Rose... - Ela concordou e saiu novamente.

Eu suspirei pesado e me levantei da cadeira. Assim que o fiz, senti algo segurar meu punho, forte como uma algema. Eu olhei pra baixo e Sam estava me olhando confuso e perdido. Eu me aproximei novamente.

- Você é um sonho? - Ele perguntou fraco.

Antes que eu respondesse, ele sorriu e fechou os olhos novamente.

- Está mais bonita do que eu me lembrava... - Ele sussurrou antes de apagar novamente.

Sua mão caiu na cama novamente e eu ofeguei, paralizei, quase esqueci que tinha que ir ver os gêmeos. Só voltei ao mundo novamente, quando escutei os bebês gritarem e fui depressa para o quarto da Rose e do Dean, onde os bebês estavam dormindo nos ultimos dois dias.

- Ah, graças a deus! - Dean suspirou. - Esses dois não dormem! - Dean lançou um olhar bravo para os gêmeos e eles babaram de rir.

- Calma que a mamãe chegou! - Eu ri de Dean e tomei seu lugar.

O mesmo se jogou na cama e abraçou o travesseiro. Rose saiu do banheiro e sorriu.

- Desculpa a demora, eu achei que Sam tinha acordado, mas ele só estava sonhando... - Eu sorri fraco.

- Ele vai ficar bem Row! - Ela acenou e se deitou na cama também.

- Okay, o titio Dean e a titia Rose estão com sono, e você também têm que dormir! - Eu fiz cosquinhas em suas barriginhas e eles riram.

Ajeitei os mesmos nos berços e beijei suas testinhas.

- Boa noite meus amores! - Os pequenos fecharam os olhinhos sonolentos. - Boa noite Rose! - Ela deu tchau com a mão e Dean já estava roncando.

Eu voltei pro quarto e nunca me senti tão cansada como me sentia agora. Eu me deitei devagar na cama, ao lado de Sam e sem perceber, peguei no sono. A primeira vez que me senti bem dormindo depois de meses. A manhã veio que eu pensei ter dormido apenas por alguns minutos. Eu me toquei que estava abraçada a algo tão macil, quentinho e confortavel, pensei ser um travesseiro, mas eu acordei de verdade quando me apertei no "travesseiro" e algo envolveu meu corpo. Eu abri os olhos imediatamente e sem perceber, havia dormido abraçada com Sam. Na noite passada, seu rosto parecia cansado e com medo, mas agora, seus braços segurando meu corpo, seu rosto parecia tão pleno e em paz.

- Sam... Sam amor... - Eu chamei afagando seu rosto.

- Fica aqui só mais um pouquinho... - Ele murmurou.

- Sam acorda... - Eu chamei novamente.

- Eu tô acordado... - Ele abriu os olhos devagar e sorriu.

- Sam você acordou?... - Não consegui segurar a incredulidade em meu rosto.

- Desculpa, eu devia ter avisado ontem, mas eu mal conseguia deixar os olhos abertos... - Ele passou seu olhar devagar pelas feições no meu rosto.

- Como você está se sentindo? - Eu perguntei sem tirar os olhos de seu rosto.

- Parece a pior ressaca do mundo! - Ele riu e me tomou uma risada também.

- Você me viu na sua mente?... - Eu hesitei.

- Vi! Você estava tão linda! Como agora... - Ele afagou meu cabelo. - Me perdoa, eu nunca deveria ter partido com ele... - Seu olhar caiu.

- Não, não deveria... - Minha voz tremeu.

- Me perdoa... - Ele pediu segurando meu rosto.

Eu deitei minha cabeça no seu peito e fiquei silenciosa. Obviamente eu o perdoava, mas meu coração ainda tava quebrado por tudo isso.