Capítulo 46

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Narrado por Dean Winchester.

- Não... Cara eu te entendo... Fico feliz que você está feliz maninho... Sai da minha cabeça... Eu tô orgulhoso Dean... Não mentira...

Sam murmurava sem parar, ainda inconsciente. Eu tentava acordá-lo, mas era inútil, até que ele ficou silencioso novamente. Sam só estava melhorando desde que Jack o tocou, o tubo foi tirado da sua garganta na mesma noite e depois disso eu não consegui dormir com ele falando coisas, aparentemente sem sentido. Ele ainda estava fraco e ligado às máquinas, ainda não tinha recobrado a consciencia totalmente. O estado dele estava pior do que imaginávamos, mas agora tudo está melhorando. Fiquei quase a noite toda conversando com Rose, que também não conseguiu pegar no sono, ela me avisou que deu a comida e os remédios de Row e a ajudou a ir pra cama. Sua voz era animada quando falava da agitação dos bebês na barriga de Row e que a ruiva também tinha mostrado alguns feitiços para ela. Na hora percebi que essas duas juntas seria confusão na certa, mas estava feliz que elas estavam se dando bem.

- O-oi... - Sam murmurou e eu despertei na hora.

- Sammy?! Ei maninho! - Eu o chamei.

Ele fez uma careta de dor e se forçou a abrir os olhos. Ele me encarou por um minuto, seu olhar perdido e confuso.

- Q-quem é você? - Ele me perguntou assustado.

Não Sammy, não faz isso comigo!

- Sam, sou eu! Dean, seu irmão. Você se lembra cara! - Eu respondi, tentando manter minha voz estável.

- E-eu não te conheço... - Sua voz tremeu. - Por que eu estou aqui? - Ele olhou para seu corpo coberto de fios e o aparelho conectado ao seu coração disparou.

- Cara, ei, ta tudo bem! Meu nome é Dean e o seu é Sam. Eu sou seu irmão. Você sofreu um acidente e... Aparentemente isso mexeu com sua cabeça... - Minha garganta fechou.

Eu não conseguia acreditar que eu estava dizendo isso para ele.

- Eu... Sofri um acidente? Como? - Ele gaguejou confuso.

- Você tacou seu carro em uma parede de pedras...

- Por que eu faria isso? - Sua voz cortou.

- Você estava passando por problemas piscológicos... - Tentei explicar.

O que seria muito dificil já que ele não lembrava da nossa família, do que nós caçavamos, de sua noiva bruxa e seus bebês bizarros.

- E-e você é meu irmão?

- Sim!

- Dean? Dean Winchester? - Perguntou ele ainda confuso.

Eu não tinha dito nossos sobrenomes, mas isso era bom, talvez ele estaria se lembrando aos poucos.

- Isso! - Eu sorri. - Você se lembra de alguma coisa?

- Não, eu acho... - Ele negou com a cabeça.

- Então temos muito o que conversar... - Eu bufei.

Foi dificil contar tudo pra ele. Ele entrava em choque sempre que eu falava de um monstro diferente, mas pelo menos ele levou numa boa, não pareceu que ele iria levantar e sair correndo com medo de mim. Depois da conversa eu chamei o médico e pelos seus exames super demorados, Sam estava milagrosamente bem inclusive o trauma na cabeça. Ele não entende como ele ainda perdeu a memória, mas acha que foi algo psicológico, talvez um trauma emocional. Ele ofereceu o atendimento psiquiátrico, mas eu recusei. Eu entendia ele. Sam passou por muita coisa ruim, se fosse eu, também iria querer esquecer tudo também.

- Eu tenho que ligar pra ruiva! - Exclamei pegando o celular so bolso.

- Quem? - Perguntou ele confuso.

- Ah, Rowena... Sua noiva e mãe dos seus filhos... - Eu respondi e seus olhos brilharam.

- Eu tenho filhos? - Ele sorriu.

- Quase, ela está gravida de 6 meses. Bobby John e Rosemary. - Eu ri.

- Ela vai vim? - Perguntou ele ansioso.

- Eu não vou conseguir impedir ela... Ela vai conversar melhro com você quando chegar...

Ele assentiu e liguei. A voz de Row se estasiou quando eu falei que Sam havia acordado, mas caiu novamente quando falei da perda de memória. Demorou alguns minutos quando ela chegou com Rose. Eu as esperei fora do quarto para explicar a situação direito. Seu olhar triste me partiu eu a abracei e a encoragei, acho que agora a melhor pessoa que poderia ajudar ele, seria ela. Afaguei sua barriga antes de ir pra casa e os bebês retribuiram com dois chutes fortes.

- Eles disseram que estavam com saudade do tio! - Ela disse sorrindo.

- Eu também estava! - Sorri para sua barriga. - Tchau Moby Dick! - Lhe dei um último abraço.

- Tchau idiota! - Ela secou uma gotinha que desceu sua bochecha, suspirou acenou para Rose e entrou no quarto.

- Oi... - Rose andou na minha direção.

Ela hesitou em se aproximar mais, então eu segurei seu rosto em minhas mãos e a beijei carinhoso.

- Oi garota rebelde! - Lhe respondi enfim. - Vamos pra casa! - Passei o braço por seus ombros e ela passou pela minha cintura. - Como foi o dia com a Rowena? - Perguntei curioso.

- Foi bom! Ela me ensinou alguns feitiços e pedimos pizza pro jantar! - Ela respondeu animada.

- Você encheu a Buchudinha de colesterol? - Brinquei.

- Só um pouquinho! - Ela fez uma careta e riu.

Ela dirigiu de volta para o bunker, era uma bela visão ver seu longo cabelo voando pela janela do carro enquanto ela balançava a cabeça ao som do rock alto. Eu tomei um bom banho quando cheguei, me livrei das roupas sujas e me joguei na cama exausto. Rose se deitou o meu lado, um pouco distante.

- No que está pensando? - Perguntei depositando um beijo na sua bochecha.

- No Sam, na Rowena, nos bebês... - Respondeu ela pensativa. - Você acha que eles vão ficar bem? - Ela fixou seu olhar preoculpado no meu.

- Eu sei que vão. Lembra quando eu te falei que eles literalmente superaram a morte? - Ela assentiu. - Eu não tava brincando. Sam teve que sacrificá-la para salvar o mundo...

- Sacrificá-la? - Seus olhos se arregalaram.

- Sim! A ideia foi dela, mas quem fez foi ele... Nunca tinha visto o Sam tão péssimo e eu vi o mesmo olhar de Sam, hoje no rosto da Rowena... Ela não fala, mas eu sei que ela se culpa tanto quanto eu... - Minha voz cortou.

- Você acha que ele vai recobrar a memória?

- Eu espero!

Rose me abraçou e eu puxei o lençol para cima de nós. Estava tão cansado que não demorou muito para pegar no sono.

Desejos Impróprios - SamwenaOnde histórias criam vida. Descubra agora