Capítulo 62

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Narrado por Rowena McLeod.

Os gêmeos tinham acabado de pegar no sono. Os coloquei nos berços e tratei de tomar um banho. Estava me sentindo um trapo. Quando terminei, garanti que os dois ainda estavam dormindo e que Dean e Rose estavam oculpados demais trasando. E estavam, tanto que os gemidos ecoaram por todo o corredor, agora eu entendi o que eles sentiam quando eramos eu e Sam. Eu fui silenciosa para a sala de tortura e fechei a porta. Meus objetos de feitiços estavam exatamente onde eu havia deixado desde a noite passada. Pelos últimos quatro meses acendi velas, misturei as ervas e peguei minha camisa preferida do Sam, me concentrei e lá estava ele, bem ao fundo deitado na cama. Eu consegui entrar na sua mente desde que descobrira que os gêmeos eram mais fortes do que imaginavamos. Queria garantir que os planos de Lúcifer estavam longe de pegar meus filhos e também era uma forma de ver Sam. Ele estava fraco o suficiente para que eu conseguisse encontrar sua mente, mas fraco demais para interagir com ele, então eu tinha que me contentar em apenas falar com seu "holograma". Eu andei pelo lugar escuro como o breu, até sua cama que era a única coisa que tinha luz naquele lugar. Eu estava na mente dele, então era exatamente assim que ele se via naquele lugar, seja la onde ele estivesse. Mesmo depois de meses, eu ainda não havia conseguido localizá-los, Lúcifer tinha usado um sigilo muito forte. Mas ainda tinha o meu Sam, meu frágil Sam deitado em uma cama desconfortável, usando uma camisa de flanela e uma calça jeans puros trapos, também desconfortáveis. O tempo havia deixado seu cabelo e sua barba crescerem, o que o deixava ainda mais lindo, mas Lúcifer não o deixava dormir, então tinham grandes manchas roxas ao redor de seus olhos e os mesmos estavam vermelhos de cansaço.

- Oi Grandão! - Me sentei ao lado da cama, enquanto ele parecia olhar em alerta de sono para o teto. - Eu tenho novidades! - Eu sorri. - Eu e Dean fizemos uma aposta e eu ganhei 100 reais dele... E os gêmeos disseram as primeiras palavras... - Meus olhos marejaram. - Eles disseram "mamãe" Sam! - Minha voz tremeu, estava mais emocionada do que eu esperava. - Eu queria tanto que você estivesse aqui para ensiná-los a dizer "papai"... - Eu suspirei pesado. - Sam eu te dei só dois meses de "folga" e já fazem cinco meses. Eu sinto tanto sua falta e os bebês também, todos sentimos sua ausência. Por favor volta pra casa, volta pra mim, por favor... - Minha voz estava rouca, as lágrimas começaram a rolar sem controle. - Volta pra fazer amor comigo... - Eu sussurrei.

Ele olhou na minha direção, piscando devagar para o nada e suspirou pesado. Eu sequei as lágrimas e tentei segurar sua mão, mas foi o mesmo que segurar o vento. Lentamente seus olhos se fecharam, mas assim que o fez, o barulho intenso soou na sua cabeça, fazendo-o acordar novamente. Me doeu ver e sentir isso, me quebrava mais ainda vê-lo assim e não poder ajudar.

- Eu não consigo te ver assim Samuel... - Eu sussurrei.

Ele se recuperou da dor ensurdecedora e olhou na minha direção novamente, como sempre, imaginei que ele estava olhando pro nada.

- Você tem que conseguir fugir daqui Sam. Você precisa criar forças e voltar pra mim... - Eu o olhei penosa e senti seus olhos encontrarem os meus, de verdade.

- Não chora amor... Eu estou voltando pra você... - Ele sussurrou e sorriu fraco.

Eu paralizei. Não entendi se havia ído longe demais com o feitiço sem querer, ou se sua mente havia conquistado forças para me suportar nela. Mas eu não queria mais criar esperanças falsas, então preferi acreditar que ele estava simplismente alucinando. Eu me desesperancei e me levantei do chão. Abri os olhos e estava na sala de tortura novamente, com minhas velas, minhas ervas e a camiseta de Sam nas mãos. Fui tratar de tentar dormir, mas todas as noites durante todos esses cinco meses, dormir era o meu maior desafio. Eu não conseguia dormir de jeito nenhum, como se eu também estivesse sentindo a tortura de Sam. De qualquer forma, eu me deitei e tentei ficar o mais relaxada possível.

Eu levantei antes dos meus despertadores acordarem, fiz minha higiene matinal e fui para a cozinha preparar café da manhã.

- Você não dormiu de novo não é?! - Dean me assustou. - Desculpa ruiva...

- Bom dia pra você também... Okay, Dean quase dois anos morando juntos e eu ainda não tenho um apelido pra você... - Eu brinquei.

- Ah, eu já sei vários, pode escolher: Gostosão, Bonitão, Sr. Da Sedução, Christian Grey 2.0... - Ele piscou tentando parecer sedutor e eu me acabei de rir.

- Não se preoculpa, quando eu encontrar um combine com você, eu te aviso! - O olhei de baixo pra cima presunçosa.

Ele riu e se serviu uma xícara de café. Quando ele foi para se sentar, os bebês começaram a chorar escandalosamente alto, ecoando por todo o bunker.

- Tem algo errado! - Eu fiquei alerta.

- O que houve? - De se alertou também.

O bunker começou a soar os alarmes de invasão e todo o lugar entrou em modo de aterta.

- O sigilo foi quebrado! - Alguém havia invadido o bunker.

Eu e Dean corremos para a sala e Rose já estava lá, no pé da porta com os olhos arregalados de medo, olhando para algo.

- Rose os bebês! - Eu a alertei e ela correu para o quarto.

Dean tirou sua arma, sei lá de onde e meus olhos brilharam, agora eu estava no modo "mortal". Entramos na sala e lá estavam os três, puro sangue, cansaço e lixo. Jack bombeando, tentando se manter em pé; Castiel com uma mão no ombro de Jack, não entendi se estava segurando Jack para não cair ou se estava se sustentando nele; e Sam, sendo segurado por Cas, mal conseguia abrir os olhos muito menos ficar em pé.

- Quem são vocês? - Dean não hesitou em apontar sua arma e eu fiz o mesmo.

Ergui minha mão puro fogo, pronta para atirar.

- Não atira por favor... - Pediu Jack, fraco e cabisbaixo, estava cansado demais para expressar medo.

- Somos nós Dean... - Murmurou Castiel.

- Mentira! Como podemos acreditar? - Perguntou Dean sério e alerta.

Nenhum deles respondeu.

- Como quebraram o sigilo de proteção? - Eu dei um passo pra frente.

O sigilo que usei no bunker era forte demais para ser quebrado por qualquer um, o único jeito de desfazer ele, era revertendo o feitiço e precisaria de alguém conhecedor desse tipo de magia. E a única que sabia era eu.

- Foi o Sam... - Respondeu Cas. - Ele desfez o feitiço e disse que você ensinou ele, meses atrás, para esse tipo de situação.

Eu sorri. Realmente eram eles, Cas estava certo. Eu havia mostrado esse feitiço para o Sam, para se entrassemos em perigo.

- Dean abaixe a arma. - Eu sedi. - São eles!

- Como sabe? - Dean me encarou preoculpado.

- Os únicos que conhecem esse feitiço somos eu e Sam... - Eu expliquei.

Mesmo parecendo desconfiado ele abaixou a arma e se aproximou. Eu puxei duas poltronas com magia para Cas e Jack e os mesmos cairam nelas mortos de exaustão, enquanto Dean levou Sam para o quarto.

Desejos Impróprios - SamwenaOnde histórias criam vida. Descubra agora