Capítulo 39

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Narrado por Dean Winchester.

- Oi gente! - Cumprimentou Jack chegando na cozinha.

Eu estava lavando a louça suja do café enquanto conversava com Rose que estava sentada em cima da mesa. Ela estava muito fofa ali.

- Oi Jack! Ainda assistindo? - Perguntei inocente.

- Sim! É que o Castiel me mandou dizer que... - Ele olhou para Rose hesitante.

- Oh! - Entendi sua hesitacão - Ele e Sam estão resolvendo o problema do... Tio Lú?

- Sim e parece que eles encontraram algo, não é nada preoculpante, mas é a única coisa que achamos em tempos, então eles disseram que vão atrasar para o almoço... - Ele disse olhando Rose de canto.

- Tudo bem, não fala nada para Rowena, quando ela chegar eu converso com ela. - Disse um pouco preoculpado.

- Tabom! - Jack sorriu para Rose e saiu novamente.

- Tem alguma coisa errada? - Rose perguntou preoculpada.

- Não. São só alguns problemas de família... Nosso tio bebe muito às vezes. - Menti. - Então... O que quer fazer? - Perguntei inocente secando minhas mãos.

- An... Porque não me mostra mais sua casa?! - Ela fez uma careta.

- Não tem muito o que mostrar, mas vem comigo. - Eu sorri e ela automaticamente segurou minha mão. - O lugar é grande, então enquanto estiver aqui, tenta não se perder ta?! - Zombei.

- Cala a boca! - Ela me deu um soco no braço e riu.

Passamos pelo mesmo corredor, pelas mesmas portas e Rose olhava para tudo curiosa, mesmo que não tivesse muito o que olhar.

- O que são esses símbolos nas portas? - Ela me olhou estranha e curiosa.

- Pode-se dizer que é o brasão da família... Minha família sempre foi um pouco desajustada e distante. Conhecemos esse lugar tem poucos anos, herança de família distante...

Uma boa parte era verdade, mas não podia contar a ela 100%. E acho que Rose acreditava, seus olhos atentos para cima de mim, parecia que ela guardava tudo o que eu falava. Seus olhos se arregalaram quando chegamos na porta da sala/biblioteca. Seu olhar passou por todas as enormes estantes cheias de livros.

- Uau! - Sussurrou ela boqueaberta. - Todos esses livros são de vocês?

- Nossa família é bem conhecedora de muitas coisas... - Sorri internamente.

- Só moram você, seus irmãos e a ruiva aqui? - Perguntou ela finalmente desviando os olhos para mim.

- "Irmãos"?! Sam é meu único irmão... Quer dizer, eu tinha outro... Que ele descance em paz...

- Eu sinto muito! - Ela apertou minha mão gentilmente.

- Tudo bem. Não nos conhecemos muito bem, nosso pai teve um caso com a mãe dele e só o conhecemos quando ele estava adulto.

Eu a puxei para se sentar em uma das cadeiras ao pé da enorme mesa e nos sentamos, ainda sem soltar as mãos, Seus olhos atentos e curiosos não desviavam de mim.

- Nossa mãe morreu quando Sam tinha alguns meses de vida, a casa pegou fogo. Depois foram só eu, Sam e meu pai, ele trabalhava fora então eu sempre tomei conta do Sam. E já faz pouco mais de dez anos que sofremos um acidente de carro e nosso pai não resistiu. Desde então é só eu e Sammy, contra o mundo... - Expliquei, tentando omitir ao máximo da verdade, mas ainda sim contando muito. Seus olhos ficaram penosos.

- Vocês passaram por muita coisa... - Ela murmurou inconformada.

- É, mas ainda estamos aqui firmes e fortes... - Ri internamente. - Até hoje, nós viajamos muito, questão de trabalho...

- Como essa viajem que você fez e voltou ontem?

- Isso! An, depois nós conhecemos o Castiel, eu me meti em uma encrenca da pesada e Castiel literalmente salvou minha vida, na verdade ele fez isso várias vezes por mim e por Sam. Castiel é um grande amigo! Ele é como um irmão pra gente... - Eu sorri.

- E Jack?

- Oh, conhecemos a mãe dele quando estava grávida, o pai dele era muito... Desnaturado e ela teve uma gravidez de risco então tentamos ajudá-la. Ela morreu no parto e nós cuidamos do Jack desde então. Nosso filho! - Ela sorriu maravilhada com as histórias.

- A ruiva?! - Ela fez uma careta.

- Ah, Rowena... Amigo de amigos... - Eu ri. - Nem eu, nem Sam nos demos muito bem com ela no começo, faltavamos nos matar, mas com o tempo ela nos ajudou bastante com alguns problemas familiares e nós ajudamos ela também. Sam e Row passaram a ter uma ligação forte, literalmente superaram a morte e agora ela abriga aqueles dois na barriga a seis meses.

- O amor deles parece ser muito forte! - Seu olhar brilhou.

- E é!...

- Você são uma família linda!

- Um pouco bizarra, mas sim! - Eu ri. - Então é isso, acho que te contei tudo sobre minha família... E agora vai contar a sua?! - Disse curioso e seu rosto ficou triste de repente. - Desculpa, eu não queria tocar no assunto.

- Não, não, é que... Minha história é um pouco estranha... - Ela hesitou.

- Eu tenho a mente bem aberta! - Dei de ombros.

- Talvez outro dia! - Seu olhar caiu para a mesa, parecia distante em pensamentos.

- Quer conversar sobre o que aconteceu ontem?

- O quê? - Seu olhar voltou para o meu.

- Por que você terminou com o Tommy? Você disse que ele tava te ajudando com a faculdade.

- E tava, mas... Depois daquilo o que você disse na lanchonete, eu não me senti mais a mesma. Você tinha razão, eu sou forte e independente e não preciso mais dele. O pagamento da lanchonete ta me ajudando. Mas meus pais acham que eu serei a mulher gigolô e frágil pelo resto da minha vida. - Seu rosto se fechou em raiva.

- Eles só querem que você fique bem.

- Eu estou bem! Eu tenho um ótimo trabalho, com um ótimo pagamento, em alguns anos me formarei na faculdade e estarei livre dessa cidade! - Ela exclamou fervorosa. - E não tenho mais um namorado escroto para me rebaixar!

- Você acha que eles não vão te perdoar por você ter terminado com o Tommy?

- Vão, é claro que vão. Mas não vão mais me olhar do mesmo jeito... Eles me olhavam com orgulho, mesmo quando eu fugi, mas a forma como eles me olharam ontem... Foi demais para mim.

- Eles ainda têm orgulho de você, eles só acham que você não está orgulhosa de si. Daqui a alguns anos eles verão você se formar e sentirão tanto orgulho quanto. Eles não têm motivos para ficarem desapontados e você não tem razão para ter raiva deles.

Afaguei sua mão que ainda segurava e ela me olhou intesamente, seus olhos sérios e brilhantes como se fosse chorar. Ela aproximou o rosto do meu e alcançou meus lábios, os beijando doce e delicadamente.

- Obrigada! - Disse se afastando novamente e segurando meu rosto com a mão livre. - Por que eu fiz isso com você?! - Ela sussurrou para si mesma.

- Fez o quê? - Perguntei confuso.

Ela me ignorou, me olhando penosa e culpada. Afagou o meu rosto com a mão e vi uma lágrima cair em seu rosto. Antes que eu perguntasse ela pôs força na mão e bateu minha cabeça contra a mesa com força. Eu fiquei dormente em uma pancada, sentindo uma ardencia no ouvido. A última coisa que senti foi um sussurro doce e quente no meu ouvido bom "Me perdoa". Um gota quente pingou na minha bochecha e nossas mãos se soltaram relutantemente. Minha mente virou uma bola de confusão, o que ela queria dizer? Por que ela fez isso? O que acabou de acontecer? Eu sabia que não deveria ter trago ela pra cá, não deveria ter dito nada, não deveria ter confiado nela. Que estúpido eu fui! Que droga de amor!

Desejos Impróprios - SamwenaOnde histórias criam vida. Descubra agora