Desejos Impróprios - Samwena

Capítulo 42

Narrado por Dean Winchester.

"Porque eu achei que você era o garoto rebelde"

Essa frase se revirou na minha cabeça. Como ele sabia que eu havia falado isso para Rose, como ele me conhecia sem ao menos falar comigo direito.

- Rose... - Foi a única coisa que eu consegui colocar pra fora.

Ele soltou um sorriso de canto fraco e depois fez uma careta de dor, começando a se contorcer no chão.

- SE VIRA! - Exclamou ele.

- Por quê? - Eu murmurei.

- Eu não quero que você veja isso... - Disse ele, sua voz passando por um tipo de mudança e se afinando de uma forma estranha.

Como se meu corpo tivesse vida própria, ele se virou altomaticamente. Talvez lá no fundo eu soubesse o que iria acontecer e não queria ver aquilo. Eu só ouvia gemidos de dor e ossos se quebrando, as vezes ele soltava uns gritos baixos, sua voz em transição, me doeu ouvir aquilo, parecia que ele estava sofrendo. Logo tudo ficou silencioso e meu coração disparou, ainda sem coragem para virar.

- Seu nome é Dean Winchester... - Murmurou uma voz doce e suave, ficando mais alta. - Você e seu irmão são descendentes de uma longa família de caçadores e aparentemente herdeiros dos secretos Homens de Letras... - Ela dizia confiante, mas frágil.

Eu senti suas mãos pequenas tocarem meus ombros, e sua pele parecia fria como mármore quando sem querer tocou meu pescoço. Eu pensei que ela estava me puxando, mas na verdade queria tirar meu casaco e sem relutancia e deixei o mesmo cair de meus braços. Eu me virei hesitante. Ela estava terminando de abotoar o casaco em seu corpo e assim como a camisa que havia emprestado antes, o casaco bateu nos joelhos, deixando ela parecida com uma criança. Seu corpo estava um pouco molhado, por causa da mudança, seus longos cabelos em um tom alaranjado, caindo em mechas sobre o casaco. Olhando para seus olhos que refletiam sob a luz do poste, eu me toquei que nunca havia notado a cor de seus olhos. Inconcientemente eu fiz uma sombra com a mão em cima de seu rosto e apreciei seus olhos castanho-escuro quase negros na escuridão. Sua face parecia branca como a neve.

- Rose... - Eu repeti sem acreditar que ela estava na minha frente e que a poucos segundos ela era um homem.

- Dean...

- Você é um monstro! - Eu a interrompi, saiu sem eu perceber.

- Não Dean, eu não sou, eu juro... - Sua voz estava triste e culpada, seu olhar penoso sustentando os meus.

- Você mentiu pra mim! - Eai eu lembrei da raiva. - Você me enganou e me bateu...

- Eu não queria Dean... - Sua voz estremeceu.

- Mas é isso que vocês monstros fazem! - Eu ergui a arma novamente, mas sem apontar.

- Não por favor! - Ela pediu dando um passo pra frente e segurando minha mão, mantendo a arma baixa.

- Me solta! - Rebati.

- Eu te conto tudo o que você quiser saber... - Ela implorou.

- O que eu iria querer saber de você, além de que é um monstro?!

- A história da minha família! - Ela rebateu imediatamente.

Eu lembrei que ela ficava sensível quanto a isso e que era hora dela contar sobre, então abaixei a guarda e ela se afastou novamente.

- Vem, vamos entrar... - Ela deu um passo pro lado.

- Eu não vou a lugar nenhum com você...

- Se eu quisesse te machucar, já tinha machucado... - Ela continou andando de volta para frente da lanchonete.