Desejos Impróprios - Samwena

Capítulo 23

Narrado por Rowena Buchudinha.

- Você acha mesmo que eu sinto algo por você? - Perguntei enfurecida, mas ainda sentia medo.

- Bom... Você sente por esse corpo... - Se gabou.

- Quer saber?! - Finalmente criei coragem para desafiá-lo e andar em sua direção, rapidamente tirei a blusa que estava vestindo, deixando meus seios cobertos só pelo sutiã expostos. Cheguei perto o suficiente de encostar a superficie de meu corpo na dele e o olhá-lo nos olhos, desafiadora. - Faça o que você quiser comigo, mas saiba que eu tenho nojo de você! Não me importa que você esteja no corpo do Sam ou pintado de ouro. Eu sempre vou sentir NOJO de você e de tudo o que é! - Disse devagar, soltando parte da minha raiva em cada palavra.

Eu o olhava fundo nos olhos, não tive certeza se fiz e disse isso como uma forma de tentar atacá-lo e fugir, ou se estava piscologicamente destruída o bastante para me render. Seja o que fosse, o fiz e o olhava desafiadora, mas seus olhos não desviavam de meus seios tocando sua pele.

- Não me importa o que você sente! - Exclamou ele, finalmente me olhando nos olhos e sorrindo sombrio.

Em um movimento rápido ele me agarrou, me forçando a beijar seus lábios e me deitou devagar na cama, só quando meu corpo se deitou totalmente ele separou nossos lábios. Me deu vontade de vomitar com esse beijo, mas permaneci deitada imóvel, esperando por seus movimentos.

- Quer saber Rowena?! A verdade é que eu sinto mais nojo ainda de você, nós dois! - Disse ele suavemente deslizando sua mão por meu corpo até o cós da minha calça e desabotoando o único botão. - Sam ainda só estava com você por causa dos bebês, quando ele voltou para casa ía te expulsar porque não conseguia te olhar na cara! Imagina só quando ele descobri que você matou os bebês...

- Mentira! - Exclamei sentindo meu corpo extremecer com seus toques. Fui juntando cada sentimento de raiva que ele me instigava e acumulando para um golpe.

- Não! É verdade! - Devagar ele adentrou dois dedos na minha intimidade e iniciou movimentos de sobe e desce com certa dificuldade por causa da calça. - Transar com você, foi o maior arrependimento da vida dele! - Provocou mais.

- Mentira! - Repeti com a voz mais trêmula do que eu esperava.

No dia que parti para a viajem, Sam me acordou com os mesmos movimentos que Lúcifer fazia agora, naquele dia senti tanto êxtase com esses leves movimentos. Mas agora a sensação de repulsa e nojo eram torturantes. Permaneci imóvel ainda juntando força mental suficiente para sair.

- Não! É verdade! - Repetiu ele sorrindo. - Eu posso ver na cabeça dele a tortura que era ficar perto de você! - Ele pôs mais um dedo com um pouco de força o que me fez encolher um pouco e soltar um leve gemido de dor, mas pude perceber o prazer que ele sentira em ver aquilo e esse foi o auge.

- Você está mentindo! - Me veio uma onda de adrenalina, senti meus olhos brilharem e minhas mãos se encherem de fúria. Segurei sua cabeça e recitei um feitiço em latim, um feitiço que poderia trazer Sam à sua consciencia, sabia que seria por um breve tempo, mas seria suficiente pra mim. Senti praticamente toda minha força nesse feitiço e logo Sam, meu verdadeiro Sam acordou gritando de dor. Era um feitiço eficaz, mas ao mesmo tempo doloroso.

- ROWENA! - Gritou ele e pude ver o verdadeiro Sam só em seu olhar. - PARA TA DOENDO! - Gritou tirando seus dedos de minha intimidade e tentando sair de cima de mim.

- Sam?! Desculpa... - Parei com o feitiço e o soltei, o observando cair do meu lado na cama, ainda sentindo dor.

- Amor... - Vi uma lágrima escorrer no canto de seu olho e pigar no colchão, me fazendo derramar uma lágrima também.

- Gigante! - Exclamei o abraçando com força e também senti ele me envolver em um abraço fraco, mas carinhoso.

- Não Rowena, ele está muito forte! - Ele segurou meu ombro e empurrou para longe de seu corpo, me olhando intensamente. - Você tem que fugir e encontrar Dean, Castiel, Jack... Vocês conseguem detê-lo juntos. Você tem que fazer isso, por mim e pelos bebês! - Ele disse rápido, como se estivesse com o tempo contato e realmente estava.

- Não Sam fica comigo... - Disse entre lágrimas, segurando seu rosto com carinho. Não sabia se dava tempo de contar dos bebês nem sabia se ele queria ouvir.

- Eu tô aqui amor! Não acredita em nada que ele fala. Eu te amo! - Disse ele fechando os olhos e negando com a cabeça, como se estivesse em uma guerra interna.

- Eu sei, eu também te amo! - Exclamei antes que Lúcifer conseguisse voltar ao controle.

Quando isso aconteceu, me agarrou forte pelo meu pescoço fazendo o ar diminuir em meus pulmões. Se levantou da cama enquanto me segurava no ar com uma só mão e me jogou na cama bruscamente. Ele pulou em cima de mim novamente, prendendo meu corpo e meus bracos entre suas pernas, sem soltar meu pescoço, puxando o ar pesadamente.

- Eu avisei uma vez! - Diz ele com uma voz grossa e sombria. - Eu odeio provocações!

- Vai pro inferno! - Disse forçando o ar sair.

- Então eu te vejo lá! - Os olhos dele brilharam um vermelho forte, quando percebi mais uma vez um tipo de guerra interna e ele me soltou e saio de cima de mim insatisfeito. - Até depois bruxa! - Exclamou antes de simplismente desaparecer.

Quando finalmente consegui puxar o ar para meus pulmões, fui tentar entender o que acabara de acontecer. Olhei ao redor do quarto para ter certeza de que eu estava segura e sozinha. Fiquei um momento eufórica, tentando estabilizar minha respiração. Fiquei sentada naquela cama pensando que poderia ter tido mais forças para lutar. Me senti tão frágil. Sabia que não iria gostar do que Lúcifer ía fazer, mas não sabia que iria me afetar tanto. Pensando agora, tudo o que ele disse e fez usando o corpo de Sam, não sabia se ainda iria conseguir sentir seu toque em minha pele sem sentir medo e repulsa. E estava com medo disso. Eu estava ali sozinha no quarto silencioso, me sentindo violada. Saí de meu transe e abotoei o botão da minha calça, vesti a blusa novamente e olhei para o relógio na parede, acima da cama, 01:30 da manhã. Peguei o telofone em cima da mesinha da cabeceira e liguei para a primeira pessoa segura que me veio à mente.

- Alô?! - Disse a voz rouca e sonolenta do outro lado da linha.

- Alô, Dean?! - Chamei com a voz mais trêmula do que imaginava.

- Rowena?! Você já viu que horas são? - Perguntou meio rudo, como sempre quando acorda.

- Eu cheguei de viajem...

- Ah, e você está bem? Está em casa com Sam? - Perguntou com a voz um pouco preoculpada.

- Dean eu preciso de ajuda. - Disse apenas e minha voz já não era a mesma.

- Rowena você ta chorando? O que aconteceu? Cadê o Sam?

- Lúcifer... - Hesitei, não sei se conseguia contar o que aconteceu por telefone.

- O que tem o Lúcifer Rowena? - Perguntou já um pouco desesperado por informação.

- Sam está possuído por Lúcifer... Ele me sequestrou e... - Disse devagar, rouca de chorar e podia perceber a hesitação de Dean tentando entender o que eu dizia.

- Ele tá aí com você? Me fala onde você tá? - Acho que ele entendeu o recado.

Peguei o panfleto do hotel na mesinha ao lado do telefone e lhe indiquei o local de acordo com o que dizia no panfleto. Por sorte o hotel era na cidade, não tão longe do centro e Dean estava a poucas horas do hotel. Ele recebeu as informações e disse que chegaria logo, desligou o telefone à pressas e eu fiquei novamente no silêncio sombrio do quarto.